Two directions

10

Ontem assim que subi pro quarto a Taylor entrou sem bater. Mirou os olhos para o meu braço e me fez várias perguntas.

Queria saber oque o Jonh falou para ela então perguntei. ela disse que ele precisava resolver algo com a família mas que logo eles sairiam de novo; obviamente terei que da um jeito para que isso não aconteça, não quero que ela se envolva nisso.

Não consegui dormir direito. Assim que deu 4h me acordei e mandei mensagem para a minha irmã, no Brasil ainda são 00h. Ficamos conversando até as 5:30 e foi aí que decidi sair um pouco de casa.

Levantei da cama, vesti uma roupa de academia, calcei meus tênis, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e peguei meu celular com o fone.

Antes de sair deixei uma mensagem para Taylor e Dylan, para saberem que tinha saído. Tranquei a porta de casa e sai.

Ainda não conheço minha cidade bem o bastante para saber onde tem um parque para que possa correr. No momento pensei no Trevor e no tour que ele iria fazer comigo, mas logo me repreendi e sai da porta.

Liguei minha playlist e sai correndo sem rumo. Precisa pensar e aliviar o estresse, e correr me deixa menos tensa. Sempre corria no Brasil, até o dia em que fui assaltada, então depois disso parei por medo.

Claro que eu também corria esse risco aqui, mas precisa sair de casa senão eu ia acabar enlouquecendo com minha própria mente.

(..)

Continue correndo até perder o fôlego, foi aí que parei e sentei em uma banquinho de uma pequena praça. Respirei e expirei várias vezes e acabei chorando. Chorei pelo meu pai, chorei pelo dia de ontem, chorei por eu ser tão besta, apenas chorei.

Talvez tenha passado 2 minutos e eu ainda tentava me acalmar. Limpei meu olho com a palma de mão e vi o ser mais lindo do mundo me encarando sem entender.

— Hey! — disse me ajoelhando no chão — como chegou aqui? — perguntei com uma voz de bebê — como vai garota? — ela lambeu meu rosto — não faça isso — disse chorando e rindo ao mesmo tempo.

A cachorrinha era pequena, pelos dourados e estava toda descabelada

— Você tem dono? — pergunto — Ok, tenho que parar de falar com animais — aliso ela — oque me diz, quer vir pra casa comigo? — ela latiu e pulou em cima de mim.

— Ela gostou de você!— falou uma voz grave.

— É oque parece — disse assim que vi um homem perto de mim— ela é sua? — pergunto ainda no chão.

— Ah não, ela sempre anda por aqui — diz — ela nunca deixou ninguém chegar perto dela — conclui.

— Será que tem problema de levar ela comigo? — pergunto me levantando.

— Acho que não. Moro na Alemanha a 2 anos e até 3 meses atrás sempre a vi por aqui e sempre sozinha — falou — A propósito meu nome é Andrei — estendeu a mão a mim.

— Ana — apartei a mão dele assim que limpei a poeira do chão na minha calça — Certo, então você vem comigo — falei a pequena ao meus pés que logo abanou o rabo.

— Você não é daqui, não é? — questiona Andrei.

— Não, eu sou do Brasil, mas como sabe? — pergunto curiosa.

— Você tem sotaque — diz rindo de lado.

— Você não tem sotaque, deixa eu advinha... Estados Unidos? — ele assente rindo — legal, de onde você é? — pergunto.

— Seattle! — respondeu e eu sorri.

— Bom, foi legal de conhecer mas agora preciso ligar para um amigo. Precisarei de ajudar pra levar ele para casa e nem sei onde estou — falo rindo sem graça.

— Se mudou a pouco tempo imagino — disse ele.

— Isso, não faz nem uma semana — falo.

— Está gostando? — perguntou ele.

— Em poucos dias tive momentos que nunca esquecerei — falo um pouco sem graça.

— Vejo que está certa— apontou para o meu braço exposto — Bem, preciso ir. Gostei de você Ana, se quiser sair algum dia me ligue — falou me entregando um cartão.

— Você sabe que não ligarei, não é? — falo olhando pra ele.

— Vou correr o risco — disse e antes que continuasse a andar me falou onde eu estava, então se foi.

— Wow — falei me abaixando novamente — você viu como ele é lindo? — ela Latiu.

(..)

— Vamos me diga tudo sobre ele! — pediu a Taylor, secando o pelo da pequena.

— O que você acha de Bloom? — falo pra Taylor — ela tem pelos meio ruivos, combina com a fada não acha? — olha pra ela.

— Sim, sim é perfeito pra ela — agora me explique como ele é — insistiu ela.

— Ele é bem padrão estadunidense — digo — olhos azuis como o mar, pela branca, cabelo curto mais um pouco cacheado preto, ombros largos — suspiro — um pouco o Dylan tirando o tom de pele e os músculos quase saltando — falo e escuto o Dylan rir.

— Anos de academia, baby — falou ele.

— É eu entendo — digo revirando os olhos — ele mora aqui a 2 anos e é de Seattle. Só isso que sei dele — digo por fim.

— Deixe- me ver o cartão que ele lhe entregou — pediu Taylor parando de secar a Bloom que chorou um pouco — não tem nada demais, apenas a logo de uma biblioteca da cidade — diz voltando a secar pequena — vai sair com ele? — pergunta olhando pra mim.

— Com certeza não. Já tive muita emoção para os primeiros dias aqui e as aulas já irão começar, preciso estar 100% disposta — falo.

— Sem emoção alguma você — fala e nego rindo.

...

Espero que gostem ! ❤️