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Sexta feira chegou em um pulo. Fiquei tão nervosa esses dias que eu nem conseguia relaxar, tirando as horas em que eu ficava com o Andrei, nesses momentos eu conseguia me distrair.

Ontem quando eu estava no celular, encontrei uma música que me lembrou o Trevor. Medicine. Mandei essa música pra ele e o bloqueei em seguida. Não queria ter que lidar com isso agora, mas precisava que ele escutasse essa música.

"Estou aqui sempre! Morro e mato pelos que eu amo" - envio pra ele. Não sei porque, mas eu envio antes de bloquear.

Agora. Faltava meia hora para eu encontrar o Antôni.

Quando Lucy veio aqui, se encontrar com o Dylan, ela me emprestou uma roupa especial para guardar arma. Não fazia idéia que existia esses tipos de roupa, mas existe sim e a que eu estou usando é toda preta.

É uma blusa preta, uma calça de um tecido que não faço ideia o nome, também preta, uma jaqueta de couro preta com vários bolsos onde tem balas para a arma e dentro da jaqueta tem um bolso bem escondido onde fica a arma.

Lucy me prepara e me manda ficar no quarto até sair com o Dylan. Enquanto estou aqui prendo meu cabeça em um rabo de cavalo alto e calço um tênis bege, para diferenciar de tanto preto.

Escuto a porta se fechar lá em baixo e desço as escadas. Lucy e Dylan levaram a Bloom com eles, então fico mais despreocupada ainda.

Não sei o que pode dar de errado, mas não quero correr o risco de deixar a casa com a Bloom.

Pego a chave do meu carro, tranco minha casa e entrou no carro. Pego meu celular e vejo que estou 5 minutos atrasada.

Dou partida no carro.

O lugar onde pedi que nos encontrássemos é um galpão abandonado. Parece muito com uma garagem, tirando a parte do abandonada, claro. A parte de frente não tem porta, então tenho que entrar por trás.

Estaciono meu carro e começo a andar. O portão de ferro está aberto até a metade, então sei que já tem gente aqui. Me abaixando passo por de baixo da porta.

– Pelo que te conheço, você não é uma pessoa de atrasos - Antôni se levanta de uma caixa de ferro que está no meio do galpão.

– Você não me conhece - começo a andar na direção dele.

– Ah, eu conheço sim! Falando nisso, como está lidando com sua ansiedade? Fiquei sabendo que você estava mau recentemente - ele sorri.

– Você conhece coisas simples sobre mim - dou de ombros - Não é grande coisa - sorrio.

– O que te trás aqui, Anna? - quando Antôni chega perto de mim e alisa meu rosto, prendo a respiração.

– Quero que você pare com essa loucura - me afasto dele - O que você quer com isso tudo? Poder? Isso não é nada e você sabe disso - olho pra ele - Você tinha uma família e deixou isso de lado por nada. Essa luta não é sua, mas sim do seu pai. Aaron decidiu o lado certo, por que você não faz o mesmo? - ele sorri pra mim, sem mostrar os dentes - Você não é uma pessoa ruim, Antôni. Se você fosse, não teria me ajudado no dia da delegacia e depois ter me deixado ir embora. Fale com sua família e resolva isso - chego perto dele, mas não muito.

Minhas palavras não são mentiras. Queria que o Antôni voltasse a falar com a família, porque uma parte de mim ainda acha que ele tem chance.

– Não é tão simples, Anna. Eu não tenho mais família e  estou muito bem como estou - ele segura meu rosto com as duas mãos - As pessoas tem medo de mim, elas recuam quando escutam meu nome, aqueles que tiveram a honra de me conhecer já nem estão mais aqui. É isso que o poder faz - ele parceiro orgulhoso.

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