Uma semana depois do dia de ano novo. Estou bem melhor do que imaginei, passo meu tempo livre escrevendo meu livro, caminhando com a Bloom ou só lendo mesmo.
Pensar no meu pai não é mais a mesma dor de antes, mas também não torna pensar nele mais fácil. Estou batendo de frente com a minha dor e quando os momentos de ansiedade começam a invadir minha mente, faço a mesma coisa que o Trevor disse: Pense não coisas boas, não nas pessoas.
Sei que sou suficiente e isso já importa, e quando eu paro para pensar nas coisas que conquistei fico com um quentinho na barriga.
Meu primeiro ano no curso foi terminado com sucesso, a primeira da turma, se eu continuar nesse ritmo nesses dois anos posso escrever e publicar meu primeiro livro. Me apego a essa esperança, o que me deixa cada dia mais forte.
Venho conversando com minha mãe e irmã sempre que posso. Falei pra ela sobre as crises de ansiedade que estava tentando e mesmo de longe ela me confortou. Com o tempo o assunto se tornou mais fácil de conversar, por isso quando estou querendo ficar triste e não quero ficar só, saio pra passear com a Bloom e o Dylan.
Antes eu me isolava, mas agora, bem, não é o certo.
– Estou indo para o parque - beijo a testa de Dylan.
– Vai sozinha? - ele pergunta olhando para o quadro de pintura.
Um dia depois do ano novo, Dylan decidiu ser pintor. Ele comprou tudo para pintar quadros e agora não desgruda mais das tintas e dos pincéis. Falei pro Dylan que ele estava fazendo isso por causa da pintora, mas ele insistiu que não é por isso. Não falei mais sobre.
– Sim, quero tomar um pouco de ar - falo.
– Tudo bem. Cuidado! - assinto.
Entro no meu carro e dou partida. Esse parque onde estou indo tem a mesma vibe que o Central Park de Nova York. Cães brincando de pegar, Pessoas fazendo piqueniques, amigos se reunindo apenas para conversar... Esse tipo de coisa.
Ligo o som do carro e canto uma música que passa na rádio, Roxette -It Must Have been Love. Amava essa música quando era menor, graças a minha família tradicional.
Chego no parque, estaciono o meu carro em uma vaga, tiro um pano de piquenique e pego minha garrafa de água com a mochila.
Estou com uma roupa bem confortável. Uma blusinha branca, saia, sandália, meu cabelo está preso em um coque e eu uso um óculos de sol. Simples para um sábado atarde.
Ando até ficar perto do lago. Me sento em cima do lençol que trouxe e tiro da minha bolsa meu livro.
Começo a ler.
O vento sopra suave no meu rosto e gosto de aproveitar o sol que me aquece. Nos dias anteriores o sol tinha sumido, no céu só se via nuvens densas e cinzas, fico feliz que ele esteja de volta.
Quando termino de ler três capítulos do meu livro sou interrompida.
– Ei! - olho para cima, por cima do meu óculos de sol. É o Trevor.
– Está me seguindo ou algo assim? - me volto para o meu livro.
– Não sou desse tipo - Volto a olhar pra ele, que sorri - Ok, talvez eu tenha mandado o Charles rastrear seu celular - ele dá de ombros e senta ao meu lado.
– O que faz aqui? - pergunto olhando ele de lado.
– Estou de "folga", quero passar esse tempo com você - franzo o cenho.
– Olha Trevor, estou tentando ter um momento de paz aqui e sem querer ofender, mas quando estou com você as coisas tendem a não ser tão calmas - ele concorda.
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Two directions
RomanceAnna era uma garota quando conheceu o Trevor, seu melhor amigo do passado. Porém ela não sabia que Trevor guardava um segredo, segredo esse que ela só via em livros. Eles não se falaram por anos, mas o tempo deu um jeito de os unir novamente. Uma...