Two directions

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Pov: Trevor

- Como está? - John pergunta enquanto toma uma xícara de café.

- Estressado - falo assinando alguns documentos - Temos reunião com um novo investidor hoje, de 14h e as 16h você vai com o Theo receber um novo carregamento de armas. Presente de casamento - bufo. Pego outro documento e assino.

- Você vai acabar enlouquecendo se ficar cuidando de máfia e empresa - ele diz sentado despreocupadamente no sofa.

- Não é como se eu tivesse escolha - respondo.

Meu celular toca sobre a mesa, e eu ignoro.

O casamento foi marcado para o ano que vem, janeiro para ser exato. Minha mãe por mais que não esteja muito feliz com esse casamento, está fazendo o papel de mãe e sogra muito bem. Sempre resolvendo algo para os preparativos.

- Anna voltou - ele diz como quem não quer nada.

- Ela teria que voltar em algum momento - respondo sem me mostrar afetado. Mas, minha vontade é de perguntar como ela está ou oque ela acha de mim.

- Isso, continue fingindo que não liga. Logo isso vai te sufocar - jogo um lápis no John que desvia facilmente - Ok, não falo mais! Estou indo - ele se levanta do sofá - Estarei aqui na hora da reunião.

- Não atrase! - dito isso ele sai.

<...

Depois das reuniões e outras coisas cansativas que tive que resolver na empresa, finalmente cheguei em casa. O relógio marca 20h e tudo oque eu quero é uma janta e um banho, mas oque eu ganho é uma visita indesejada.

- O que faz aqui? - começo a tirar meu paletó.

- Vim te ver e... - ela vem até mim e desliza as mãos pelo meus ombros. Seguro o pulso dela com força, que me olha assustada.

- Vamos deixar algo claro, Dayse. Eu sou o capo e tenho responsabilidades - olho pra ela - Você é a filha de uma família respeitada. Nosso casamento é apenas para benefíciar a máfia, então não pense que quero ficar de casal com você - aperto com mais força o pulso dela - Quando nos casarmos, você terá um quarto só pra você e o único momento que estivermos na mesma cama será quanto formos tentar ter o meu herdeiro. Não quero você se metendo na minha vida e não quero que pense que te devo satisfação, porquê eu não devo. Você não significa nada pra mim, quero que entenda isso - quando eu termino ela da um tapa na minha cara.

- Como ousa falar assim comigo - ela se afasta de mim - Isso é por causa daquela puta? A brasileira - meu ódio aumenta e parto pra cima dela, apertando fortemente o pescoço dela.

- Não sou de bater em mulher, então se sinta com sorte. Mas dá próxima vez que você levantar a mão para mim, eu mesmo vou procurar alguém que bata e juro, que não irei interferir - a solto e ela puxa o ar - Então futura esposa, espero que você pense muito bem antes de fazer e falar alguma coisa - me afasto dela e começo a andar - Agora saia da minha casa!

Não espero que ela saia, apenas subo as escadas e me tranco no meu quarto. Tomo um banho, me visto e vou para a varanda com uma garrafa de whisky na mão.

Olho para o céu escuro acima de mim e suspiro fortemente a cada gole que dou na bebida. Pensamentos inundam minha cabeça mais um deles se destaca

Uns anos atrás....

Corro pro meu quarto e me tranco. Tenho meus surtos de sempre, quebro tudo oque vejo pela frente.

Me sento no chão com um cigarro na boca. Olho para a parede branca na minha frente, revivendo a morte do Lucas e imaginando oque ele acharia de mim agora.