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O corpo do meu pai foi enterrado.

Agora estava em casa, na sala pra ser específica. Com minha mãe e irmã ao meu lado.

A cabeça da Brenda está escorada no meu ombro, e enquanto ela chora baixinho eu aliso seu cabelo. Minha mãe ao meu lado, apenas olha para o nada com um olhar perdido.

- Vou preparar algo para a janta - Taylor fala pra mim.

- Obrigada! - ela assente e sai da sala - Mãe... - a chamo.

- Sim? - ela me olha como se saísse do transe.

- Vá tomar um banho para jantar e dormir, você está exausta - beijando minha testa ela sai - Você também - aliso o rosto de Brenda.

- Estou assustada - ela me olha com os olhos vermelhos.

- Eu sei, mas vamos passar por isso - beijo sua testa - Tome um banho e desça!

- Tudo bem - ela sorri fraco e sobe.

Abaixo minha cabeça entre os joelhos e choro baixinho.

- Vai passar - murmuro para mim mesma.

Limpo meu rosto e respiro fundo, indo para a cozinha.

- Avisa ao John que voltaremos semana que vem. Quero resolver algumas coisas antes de voltar - me sento na mesa.

- Certeza? Se quiser, podemos ficar mais um tempo - ela bota sal na panela.

- Queria, mas tenho que renovar minha matrícula no curso. O ano já está acabando - suspiro pesadamente.

- Seu aniversário está perto - ela sorri pra mim.

- É, e minha vontade de comemorar está perto de acabar também - deito minha cabeça na mesa e olho pra ela.

- Não pense nisso. Pelo pouco tempo que tive com o seu pai, sei que ele não iria querer isso - ela me olha - Então no seu aniversário, mesmo que você não se sinta bem, a gente vai pelo menos fazer um bolo e cantar parabéns - sorrio.

- O que seria sem você? - suspiro - Tem mesmo que voltar para a Rússia?

- Tenho meu trabalho lá, meu pai já me deu mais férias do que o necessário - ela volta para o fogão - Mas sempre estaremos mantendo contato e se minha relação com o John durar, posso voltar de jatinho pra Alemanha - isso me faz rir.

- Com certeza - me levanto e a abraço.

- Suba também. Tome um banho - assinto.

- Tudo bem! - saio da cozinha.

(..)

Quebra de tempo....

1 semana depois:

- O John disse que já estava perto - Taylor avisa na porta do quarto - Nos mandou ir para o mesmo lugar.

- Tudo bem, vamos lá! - fecho minha mala e pego a Bloom no colo.

Desço as escadas e logo na saída minha mãe, irmã e a pequena cachorra me espera.

Não falei, mas a Brenda adotou uma filhote antes de ontem. O nome é Flora, devido ao pelo castanho e também porque ela queria que combinadas com a Bloom.

- Espero que só volte agora quando estiver formada - ela me puxa para o abraço - Boa sorte filha! Mantenha contato sempre - ela se afasta e sorri.

- Claro que vou manter mãe e quando estiver com férias, eu venho ver vocês - beijo seu rosto - Te amo.

- Me leva? - minha mãe revira os olhos.

- Você é a nova mais velha da casa. Tem que ficar aqui e cuidar da mamãe. Quem vai impedir que ela gastar dinheiro só com roupa? - brinco.

- Com certeza não eu - responde Brenda - Gasto mais que a mamãe.

- Vai quer me trair? - minha mãe pergunta fingindo estar magoada.

- Nunca - Brenda abraça minha mãe - Sentirei saudades - vem até mim.

- Eu também - beijo o rosto.

- Taylor, foi um prazer conhecer você - minha mãe fala pra Taylor e logo traduzo.

- O prazer foi meu. Obrigada por me receberem - Taylor a abraça - Você é uma mulher forte, Adri - traduzo. Minha mãe sorri e uma lágrima lhe escapa.

- Obrigada - isso ela fala em inglês.

Bem, Brenda se despede de Taylor. Logo estamos no carro indo até o John.

- Você falou com o Dylan? - pergunto. A Blom no colo dela

- Sim, ele está animado por nós ver - ela responde.

- Nossa nem me fala. Vai fazer um mês que não vejo ele - entro em um curva.

- Semana que vem é seu aniversário. Não está nem um pouco feliz? - pergunta.

- Estou claro, só não estou em clima de uma grande festa - comento - Estou me sentindo tão... Vazia.

- Eu entendo, mas com o tempo esse vazio vai passar. A saudade vai permanecer, e você vai aprender a lidar com ela - ela diz - Com o tempo, você se acostuma.

- Como você pode ter certeza?

- Por que eu perdi minha mãe - assim que paro no sinal vermelho olho para ela - Meu pai estava trabalhando em um caso público - diz.

- Não precisa contar se não quiser - falo vendo o olhar dela ficar distante.

- Nunca falei disso com ninguém, eu quero contar - ela sorri fraco - Um homem estava sendo suspeita de um crime, duplo homicídio para ser mais precisa. A família dessas duas pessoas que morreram foram atrás do meu pai, pedindo que conseguisse provar para prender o assassino.

- Esse é o trabalho dele? - pergunto dando partida novamente.

- Não tecnicamente, mas envolve um pouco a investigação - diz ela - Meu pai reuniu todas as provas cruciais para levar o homem a cadeia. No dia do julgamento, ele foi considerado culpado - ela suspira - Depois de passar 5 anos na prisão, ele teve uma oportunidade de escapar. No dia seguinte ele estava na minha casa, procurando o meu pai, porém eu e ele tínhamos saído
" Minha mãe ficou sozinha em casa, já que era domingo e os empregados estavam de folga. Então, ele matou ela, com dois tiros no coração. Um recado foi deixado para o meu pai - ela me olha de relance - Depois disso, ele foi condenado a morte. Algo que não é muito bem visto, ao menos que você tenha cometido uma chacina, mas meu pai deu um jeito nisso.

- E mesmo assim você quis se tornar advogada? - questiono.

- Eu me tornei advogada para tirar assassinos da rua, para conseguir justiça pelas pessoas que sofreram quando perderam alguém, para livrar uma mulher que é agredida pelo marido - olho pra ela - É um preço que eu quero pagar e eu venho sendo tão feliz. Já fiz 4 assassinos serem presos, botei dois agressores em uma prisão, todos sem direito a fiança. Isso em menos de 2 anos de trabalho - ela fala orgulhosa de si.

- Agora sei porque eu sinto um orgulho por você - paro de frente ao galpão - E sinto muito pela sua mãe, ela estaria tão orgulhosa de você - abraço ela.

- E você vai superar isso - concordo - Pronta para outra viagem? - ela fala com a Bloom.

- Vamos lá! - saímos do carro.

(...)

Capítulo tranquilo. Espero que gostem....

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