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Trevor saiu da cidade e fomos pra um caminho íngreme, logo chegamos em um tipo de precipício. Na frente tinha uma cerca de arame e ao lado uma placa com o nome do precipício.

- Podemos descer? - pergunto com um sorriso enorme no rosto.

- Podemos, mas... - não espero ele responder, apenas saio do carro.

Ando devagar e seguro na cerca. É tão lindo aqui.

A cidade parece pequena aqui em cima, com suas luzes iluminado a escuridão da noite.

- O que achou? - sinto Trevor parar ao meu lado.

- Aqui é lindo, muito mesmo - suspiro feliz.

- É, aqui é um dos lugares mais bonitos da cidade - ele diz e segura minha cintura, me puxando para longa da cerca - Ei, está vendo aquilo ali? - ele aponta para um lado da cerca.

- Sim - olho na direção que ele indica.

- Então, 6 meses atrás um adolescente caiu dali - ele diz - Ele estava bebendo, se pendurou na cerca e ela cedeu. E puff... ele morreu. Então, se afaste da cerca - o tom de voz dele sai bem irritante.

- Ei, Trevor! Pula aí pra eu testar uma coisa - falo e bato no seu ombro de leve.

- Se você quiser eu mesmo te jogo, assim você vê de perto - ele me puxa novamente pela cintura e aperta.

- Ridículo você - Sorrio.

- Vamos entrar no carro, está frio aqui fora - assinto e volto pro banco do passageiro.

- Trevor, se a gente conseguiu invadir sua empresa, outros também irão - falo olhando para as luzes da cidade - Não acha melhor por mais sistema de segurança?

- Anna, lembra quando fomos jantar?

- Como esquecer... - me lembro da pequena cicatriz que ficou no meu braço.

- Lembra como o recepcionista me atendeu? - assinto - Ele não agiu daquela forma por eu ser o capo, mas sim porque minha empresa é grande aqui na Alemanha. Temos 3 espalhadas pelo país. Eu consigo o respeito de todos por onde eu passo, tanto por ser o capo e tanto por ser um grande impresario.

- Tá, mas oque isso tem a ver com a segurança da empresa? - pergunto o olhando.

- A Alemanha é um país passivo, os índices de crime aqui são baixos. Mantenho minha máfia fora da vistas dos outros e não perdemos tempo assaltando velhinhas na rua. O crime está ligado a máfia, ninguém seria tolo ao ponto de invadir minha empresa - diz ele.

- Antôni séria - sussurro.

- Não, ele não seria. Tem sistemas de segurança lá, um altamente potente, mas eu não iria deixar ele acionado enquanto invadíamos. Como eu disse, o perigo de ser pego é alto, porém sua casa não tem segurança, tentei trabalhar com as coisas que você vai ter que lidar - ele vira o rosto e olha pra frente.

- Por que você tem que agir assim? Já pensou que o Antoni, pode não querer me sequestrar - digo perdendo a paciência.

- Já pensei, mas não me agarrei a essa ilusão ridícula. Escute, ele vai querer pegar você e quando isso acontecer eu espero que você esteja pronta para fugir, ou encarar as consequências - fala com os dentes trincados.

- Ms diga uma coisa, Capo - me volto pra ele - Se você estivesse sobre sentença de morte, você fugiria? Mesmo sabendo que as pessoas que você ama também estão em perigo... - ele me olha.

- Eu estou em sentença de morte desde que nasci, aprendi a lidar com isso, as pessoas que eu amo sabem lidar com isso - suspira.

- Sim, VOCÊ aprendeu a lidar com isso - falo dando ênfase - mas eu não. Eu vim pra Alemanha para fazer meu curso, não pra invadir uma empresa, não para atirar no braço de um homem e com certeza não para ser alvo de uma obsessão ridícula por poder - me refiro ao Antoni - Então, já que eu entrei nisso, não posso deixar que meus amigos pagem por isso.

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