53

26 0 0
                                    

Não demorou muito para já estarmos dentro do avião e horas depois já estarmos em casa. Na verdade, eu e Dylan estava.

Taylor foi para a casa do John " Matar a saudade", enquanto eu fiquei em casa mantando a saudade do Dylan. Da forma mais carente possível.

– Me solte por um momento - brinca Dylan tentando se afastar de mim - Está me sufocando.

– Desculpa se meu carinho te incomoda - faço drama, botando pipoca na minha boca - Como foi lá? Já está tudo certo para a exposição?

Desde que cheguei tenho evitado o olhar de pena de Dylan. Venho mudando de assunto toda vez que ele me olha diferente, e por mais que seja difícil manter um conversa longa, é melhor do que ficar no quarto me atormentando.

– Com certeza está. Estou ansioso para a exposição. A Clare, a dona do lugar, me chamou para trabalhar lá. Ser um dos principais artistas fotográficos - olho pra ele sorrindo.

– Isso é tão bom.... Você vai aceitar? - pergunto.

– Ainda não sei, por isso ainda não dei resposta. Se eu aceitar vou ter que morar aqui e não sei se estou pronto para largar minha vida na França - ele come um punhado de pipoca.

– Eu entendo, mas leve em consideração que se você ficar, suas fotos irão ser reconhecida por toda Alemanha ou até por todo o mundo. Suas fotos estarão decorando a sala de alguma pessoa e você realmente terá dado sentido ao ser amor por fotos. Digo, você sai pelo mundo tirando fotos, mas do que adianta se ninguém pode vê-las? - olho pra ele - Voce pode ter sua vida aqui e ainda assim ter um pouco da sua vida na França.

– Você está certa!- ele me olha por um tempo - Anna... - o interrompi.

– Que horas são? - falo antes que ele conclua o pensamento.

– 21:30h - ele olha no relógio do celular.

– A hora está razoável. Irei dar uma volta, aceita? - me levanto vestindo um casaco.

– Já está tarde, quer mesmo sair essa hora?.- ele pergunta preocupado.

– Só irei até a próxima rua, não se preocupe - sorrio passando tranquilidade - Você vem?

– Não, mas leve a Bloom com você? - olho para o lado vendo a Bloom jogada na cama dela, dormindo.

– Ela está cansada. Viajar de avião para um cachorro é mais exaustivo doque para um humano - ele ri ao olhar pra Bloom - Vou ficar bem, antes das 22:30 eu estou em casa.

– Se demorar mais, mandarei a polícia atrás de você - ele joga uma pipoca em mim assim que chego na porta.

– Tá bom, vovô - sorrio saindo de casa.

Começa a andar pelas ruas, reparando pela primeira vez o quanto as casas dessa cidade da Alemanha são lindas. Parece algo tão medieval e romântico.

Ando cada vez mais, indo pras ruas das mais luminosas as mais sombrias, mas algo me intriga assim que ouso um grito abafado.

Sigo o som até da de cara com um beco e o que eu vejo me enoja.

Um homem de aparentemente 55 anos está alisando um garota, que não daria mais de 16 anos. Ele pressiona uma faca na garganta dela, impossibilitado qualquer tipo de ataque. Os olhos dela estão vermelhos por um choro que não vem.

– Hey! - apareço no beco, chamando a atenção do homem.

– Saia daqui vadia! Ao menos que você queira se juntar a nós - ele lambe o rosto da pobre garota, que se encolhe diante do ato.

– Vamos lá! Deixe-a ir e eu penso em não te matar - sorrio pra ele amostrando os dentes.

– Pago para ver... - ele me olha da cabeça aos pés – Saia, agora - as mãos dele dessem até o vestido da garota.

– Sabe....? Estou em um péssimo dia, sem paciência alguma pra lidar com um cara escroto como você. Então quero que saiba que eu te dei uma chance para fugir, só para você não me chamar se injusta - ando até ele calmante.

–Quando eu te pegar, vou ficar feliz em aproveitar seu corpo - o que ele disse foi apenas um incentivo para eu partir pra cima dele.

Andei até ele com um sorriso diabólico no rosto, o homem por outro lado, por um momento jurei ver medo em suas feições.

Ele deu um soco no rosto da garota, oque fez ela bater a cabeça na parede e apagar. Por um lado foi bom, quanto menos testemunhas melhor.

Ele parte para cima de mim e com uma precisão bem treinada, desvio de todos os ataques. Percebo que a respiração dele começa a ficar pesada, então dou um soco na tempora dele, que solta a faca que estava segurando em uma das mãos.

Ele bate as costas na parede e eu não paro de dar socos nele. A boca dele começa a jorrar sangue e os olhos dele começa a tomar uma cor roxa. Enquanto ele estar perdido e sem reação, pego uma pedra no beco e jogo bem na cabeça dele, que faz um corte.

– Por favor... Não... Desculpa... Me deixe ir - os olhos enchem de lágrima.

Ouso o som da sirene. Polícia.

– O que você disse? Vai usar o meu corpo? - pego a faca e pressiono na garganta dele, bem como ele estava fazendo com a garota - Sabe, é uma coisa muito feia abusar de uma mulher. E eu acho, que não tem punição maior do que a morte - o rosto da garota em Pânico surge.

– Eu não vou mais fazer isso... - ele suspira fortemente.

– Eu sei que não - corto a garganta dele, como se fosse uma folha de papel.

Sei que a polícia está se aproximando, mas estou tão... tranquila que chega a ser assustador, não me movo. Olho para o corpo a minha frente e para o corpo desacordado da garota.

Pego a faca novamente e corto minha bochecha, e rasgo uma parte da minha blusa. Para dar um ar mais dramático, me abaixo e melo minhas mãos de terra e passo por meu corpo.

A polícia chega!

...

– Conte a história do começo - diz o delegado com seu inglês carregado.

– Eu... Eu - forço um choro e um soluço - Estava passeando e vi aquele monstro querendo abusar aquela garota. Queria ajudar ela, mas ele veio pra cima de mim e me ameaçou, ele me atacou - aponto pro corte forjada no meu rosto - Tentei revidar e na adrenalina acabei... Eu matei um homem? - meus olhos queima em lágrimas.

– Calma, Sra. Quillan - ele me olha com cuidado - As coisas vão se resolver, só quero que você espere um pouco mais - assinto - Acompanhe ela, por favor - ele fala com um dos policiais.

Ele me acompanha até uma sala e deixa um copo de água ao meu lado.

– Quer ligar para alguém? - o policial pergunta.

– Não, só quero ir logo pra casa - tomo um gole de água.

– Vou ver o que faço - concordo e ele sai.

Não demorou muito até ele voltar novamente.

– Você pode ir Sra. Quillan. Tem uma pessoa te esperando lá fora - me levanto receosa. Quem me espera?

– Como vai ficar minha situação? Eu não sou da Alemanha como você sabe... Minha ficha está limpa? Eu ainda posso ficar aqui? - meu medo não foi de mentira. Estava com medo de ser expulsa e acabar com meus sonhos.

– Pode ficar tranquila, seu amigo resolveu tudo - não respondo. Ele me acompanha até o lado de fora - Tenha uma boa noite! - volta para dentro.

Olho para os lados sem saber quem me aguarda, mas não foi difícil saber.
Quando me viro para dar meia volta dois homens bloqueiam meu caminho.

– Onde pensa que vai? - a voz grave pergunta.

(...)

Votem e comentem ❤️🌹

Two directions Onde histórias criam vida. Descubra agora