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No dia seguinte, bem de manhã, eu e Andrei saimos para caminhar. Fazia um tempo em que eu não saia pra correr e fazia mais tempo ainda que eu não via o Andrei.

Estávamos correndo em um parque movimentado, quase no fim da cidade. Vinhemos de carro até aqui, o que valeu muito apena já que o lugar e cheio de vida.

Estar com o Andrei me trazia paz e estar aqui com ele... É uma sensação muito boa.

- Ok, preciso parar - paro de andar e me agacho, puxando o ar para os meus pulmões.

- Não seja mole. Depois disso iremos fazer alguns exercícios - olho pro Andrei com cara de dor, o que faz ele sorrir largo - Você que teve a ideia, aguente ate o fim.

- Corremos por uma hora e meia, inteira! Isso pra mim significa que já é o fim - me levanto, deixando minha coluna reta.

- Vamos lá, só 3 sessões de 15 - olho pra ele - Agachamento, é fácil - ele se posiciona ao meu lado.

- Certo - digo.

- Um, dois, três - ele conta enquanto fazemos os agachamentos.

Minhas pernas estão moles quando eu termino, minha coxa, nem sinto mais. Quase não consigo ficar reta de novo.

- Nunca mais chamo você para correr - falo no banco do motorista, já no carro de Andrei - Estou quebrada - choramingo depois de tomar minha água - Como você está tão normal?

- Eu sempre treino e corro, todo dia, literalmente - ele sorri - Meu corpo se acostumou com a rotina e acho que se você continuar assim, também vai se acostumar.

- Não sei se quero me acostumar - sorrio - Podemos parar em um mercado, antes de irmos pra casa? - pergunto.

- Claro,. podemos sim! - ele põe o sinto e me olha - Vem cá - ele se aproxima de mim - Tem um cabelo colado na sua testa - ele puxa meu cabelo para o lado e limpa o suor da minha testa.

- Devo estar acabada - brinco. Ainda estamos muito perto um do outro.

- Você está linda - ele vai chegando mais perto de mim. Andrei leva a mão até a minha nuca e segura firme, minha boca se abre involuntariamente e logo me vejo o beijando.

O beijo é doce e sem pressa. Levo minhas mãos ao rosto dele e aliso levemente, me afastando com um sorriso.

- Esse foi o beijo mais salgado que já dei - ele diz, sem se afastar muito do meu rosto.

- Concordo - sorrio - Deveríamos ir... - digo.

- É, deveríamos - ele tira o cinto e me puxa para o seu colo. Minhas mãos seguram seus ombros e sorrio mais uma vez - Passaria horas olhando pra você - ele aperta minha cintura e beija meu pescoço.

- Estou amando esse seu lado, Andrei, mas, porquê a gente não continua isso quando estivermos limpos e cheirosos - dou um selinho rápido e volto para o meu banco.

- De fato é uma boa ideia - ele finge uma careta, como se estivesse sentindo o fedor de algo.

- Ei! - bato no braço dele - Vamos logo, antes que te mate - Isso era pra ser uma piada, mas estranhamente não consegui rir, devido aos fatos anteriores - Eu estou apenas brincando - ele sorri pra mim.

- Eu sei, você não teria coragem de matar nem uma mosca - forço um sorriso.

- Bem, na verdade já matei algumas moscas - falo isso com uma sinceridade tão grande que o Andrei solta uma gargalhada - Mas eu não teria coragem de matar uma... Não sei, insetos me dão nojo, talvez eu não tivesse coragem de matar uma esperança - dou de ombros.

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