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Dois dias se passaram; e como eu havia dito antes, me sinto uma criança que está aprendendo a andar.

Trevor contratou um fisioterapeuta para me auxiliar em exercícios e coisas que iriam me ajudar a recuperar meus movimentos. Porém não creio que ele vá durar muito, pois quando eu dou um passo incerto o meu fisioterapeuta - que se chama, por coincidência, Trevor Arthur - ri horrores quando vi a reação do Trevor ao saber o nome do meu fisioterapeuta.

Enfim, quando o Trevor - o fisioterapeuta - me ajudava a me manter de pé, me segurando pela cintura, vi os olhos de Trevor queimarem de ciúmes. Sorri pra ele de forma irônica, mas continuei os exercícios.

– Até amanhã, Arthur - digo pro meu fisioterapeuta, que está arrumando as coisas para ir embora.

– Até! E Anna, se você continuar assim, vai voltar a andar antes do mês acabar - isso é bom, levando em conta que já estávamos no dia 3 do mês.

– Não sabe como isso me deixa feliz. Só se passaram dois dias e eu já quero sair correndo - sorrimos.

– Certo, eu preciso ir - ele pega a maleta dele.

– Tchau - ele sai pela porta e some.

Começo a tentar me mover com a cadeira, mas sinto o Trevor ficar atrás de mim e empurrar a cadeira de rodas até a parte de trás da casa. O Jardim.

– Eu realmente gostei do Trevor - olho pra cima, afim de ver a reação dele.

– Primeiro, não chame ele de Trevor e segundo, eu não achei ele tão legal assim. Estava pesando em contratar uma fisioterapeuta - olho pra ele e  sorrio.

– Você não vai fazer isso, porque ele já sabe das minhas limitações. - dou de ombros - Não seja ciumento.

– Eu não sou ciumento e não é minha obrigação ficar com ciúmes de você, até porque, você namora - ele dá de ombro e senta em um banco no jardim, perto de mim. Fico em silêncio, pensando no que ele disse.

Andrei.

Eu estava tão animada com a companhia do Trevor que não havia de pensar no Andrei e em como ele deveria de estar preocupado comigo.

Ele é meu namorado e eu estava dormindo na cama de outro homen e não um homem normal. Trevor é o homem o qual me causa borboletas no estômago, é ele que deixa meu coração bater, tão forte que as vezes acho que ele bote ouvir. O Trevor é o homem o qual sabe de cada pedacinho de mim, e conhece tanto as minhas fraqueza como as minhas felicidades e é o Trevor que tem toda minha atenção agora.

Andrei é um porto seguro, uma calmaria para um dia triste, mas de alguma forma ele não me causa as mesmas emoções que o Trevor me causa.

– Tenho algo para te dar - Trevor abre um sorriso tímido - mas depois te amostro - olho pra ele incrédula.

– Você não pode fazer isso comigo! Eu vou morrer de curiosidade antes mesmo que você decida finalmente me mostrar - ele sorri, largamente dessa vez.

– Vai ter que esperar - bufo. Olho para o céu e sorrio - O que foi?

– Estamos um ao lado do outro - ele parece não entender, pois fica em silêncio - Você não é mais um amigo distante, o qual eu sonhava ver em uma sonho - sorrio novamente.

– Realmente é locura - vejo um sorriso fraco surgir em seu rosto - Mas nos sonhos que tive, você não leva um tiro por mim - olho pra ele.

– Bem, talvez o que realmente importa, é que nós estamos aqui e não que eu levei um tiro - aponto para minhas pernas - O que teve de ruim?

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