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Foram dois dias de grandes chuvas por aqui, com direito a raios e a trovões. Teve momentos que pensei que alguma coisa iria atingir a casa do Trevor e nos matar, o que ainda bem não aconteceu.

Kayla apareceu aqui ontem e falou algo que me chateou muito " Seja sincera. Você está arrumando desculpas para não sair da casa do Trevor", psi, até parece....

Ok, talvez eu realmente esteja adiando o inevitável, mas se o Trevor ainda não reclamou... É, esquece, estou mesmo arrumando desculpas para ficar. Eu preciso sair daqui.

Mas estou com medo, porque uma parte minha acha que se eu for embora o Trevor vai sumir da minha vida para sempre. Antes quando ficavamos dias ou semanas sem nos falar, era tranquilo, porque eu sabia que ele estaria ali. Trevor sempre esteve ali, principalmente quando o Antôni estava a espreita.

Agora, não tem nada que o segure ao meu lado, acho. Mas hoje não tenho nenhuma desculpa para adiar meu estádia aqui e também, eu realmente preciso consertar minha vida que me espera fora desta casa.

O céu está azul hoje, sem sinal nenhum de nuvens. Visto um short cintura alta e um cropped, nos pés calço uma rasteirinha e prende meu cabelo em um coque alto apertado.

Já arrumei minhas coisa de manhã, então só pego minhas malas e desço pro andar de baixo. Bloom já está em casa com o Dylan, que está me esperando faz uma hora.

– Vamos? - Trevor pega a mala da minha mão e vai até a garagem. O sigo.

Ele destrava o carro e guarda minha mala ali. Entro no banco do passageiro assim que ele senta no banco do motorista.

Depois que ele destrava o portão de ferro já estamos fora da propriedade do Trevor.

...

– Quero que abra isso apenas amanhã a noite, está escutando? - ele me entrega um envelope. Vejo o nome " Para: Ana"

– Certo... - falo desconfiada - Obrigada pela carona e obrigada mais uma vez por tudo que você fez por mim enquanto estive em sua casa. Sei que ter me carregado no colo para quase todos os lados deve ter sido difícil - sorrio pra ele, brincando com meus dedos.

– Pode confiar em mim quando eu digo que a melhor parte de cuidar de você foi poder te segurar no colo - solto uma risada involuntária - E, por nada. Eu também agradeço a você, já que tornou meus dias mais animados.

– Por nada - dou de ombros, brincando - Não suma - tiro meu sinto e me volto pra ele - Tenho que contar algumas verdades para o Dylan...

– Não precisa explicar. Se ele não ficar sabendo por você, ele vai ficar sabendo pela Lucy. As coisas entre os dois estão ficando sérias - ergo uma sobrancelha pra ele - Não cabe a mim te contar nada, então não tente. Já disse demais - ele beija minha testa com carinho - Agora vai, você precisa por sua vida em ordem.

– Obrigada mais uma vez e... - saio do carro e pego minha mala. Volto para a janela e digo verdadeiramente - Te amo.

– Eu sei - ele sorri fraco - Eu também te amo.

E assim me despedi dele.

Ando até a entrada da minha casa e viro a maçaneta da porta, vendo que está aberta apenas entro.

– Cheguei - deixo minha mala encostada na porta - Aí meu Deus - viro de costas como uma forma exagerada - Sério isso? Tem criança vendo - aponto para a Bloom que estava deitada no tapete da sala.

– Ela estava dormindo, se serve de algo - Dylan disse, quase tão vermelho quanto um tomate.

Lucy saiu de cima dele e correu até mim, me abraçando forte.

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