Capítulo 8

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PRISCILLA NARRANDO...

Era tudo muita loucura, e eu ficava pensando o que foi que eu arrumei para a minha cabeça. Eu não podia mais voltar atrás então vamos seguir como o combinado. Nos encontramos no aeroporto, despachamos as malas e logo embarcamos. Combinamos algumas coisas durante o voo e logo já estávamos na casa dos meus pais. Minha mãe mediu Kate de cima a baixo, mas a recebeu muito bem. Logo elas estavam fazendo coisas juntas e eu subi para falar com meu pai.

Eu: Pai?

Pai: Oi minha filha – ele sorriu e abriu os braços para mim.

Eu: Saudade paizinho – o abracei. – Como está?

Pai: Eu estou bem na medida do possível como pode ver, e você?

Eu: Eu estou bem. Os negócios vão bem.

Pai: Estou morrendo de vontade de comer aquela lasanha que só você faz.

Eu: Vou fazer na segunda feira no almoço pai. Vou fazer tudo que você ama. – conversamos por mais de 1 hora até que ele tocou no assunto do namoro.

Pai: Ótimo. E o namoro como está? – na lata.

Eu: Está legal. Ela é uma boa pessoa, é gentil, eu gosto dela – era horrível mentir pra ele.

Pai: Sei... Que bom né... Então vamos falar de família.

Eu: Já já essa casa vira um hospício.

Pai: Mulheres gritando para todos os lados. Ainda bem que eu vou ficar gatão num lindo terno em 10 minutos – rimos.

Eu: É verdade.

Pai: Mas não é isso... Filhos... Eu quero um neto – eu até arrepiei.

Eu: Pai...

Pai: Priscilla, eu vou morrer, eu quero um netinho pra me chamar de vovô. Já, eu não vou reconhecer nem mesmo você.

Eu: Não gosto quando fala assim. E um neto logo o Felipe com a Mariana te dá um.

Pai: Filha precisa encarar a verdade dos fatos...

Eu: Pai... Esse assunto não...

Pai: Esse assunto sim Priscilla. Eu vou morrer, eu provavelmente tenho demência precoce e logo eu vou desaparecer. Eu já aceitei a minha condição, mas você não. Então vamos falar sobre isso sim. – falou bravo e eu deixei cair uma lágrima. Eu detestava esse assunto assim como detestava a ideia dele estar partindo aos poucos.

Eu: Por que eu tenho que aceitar? Me dá um motivo pra eu ter que aceitar? Me dá um motivo pra eu ter que me conformar que você vai me deixar?

Pai: Sua mãe e seu irmão já entenderam.

Eu: Que ótimo que eles se recuperam fácil das coisas, mas advinha só? Eu não tenho o mesmo sentimento. Desculpa se estou sendo egoísta com você, mas você está sendo egoísta comigo, me obrigando a aceitar que em pouco tempo vai morrer e me deixar pra sempre... – falei com raiva – Essa conversa já acabou. Te vejo no jantar. – sai com ele me chamando. Desci e fui para a casa da piscina. Eu precisava de um banho frio. Tomei um banho bem demorado, lavei meu cabelo, quando sai minha mãe estava no quarto.

Mãe: Pode buscar a dona Carolina para o jantar? Eu preciso sair, a Luíza vai comigo. E o motorista já foi.

Eu: Posso.

Mãe: Jantar as...

Eu: 19:30 eu sei.

Mãe: Avisa a Kate.

Eu: Tá, pode deixar. – ela saiu e logo aquele perfume delicado e claramente caro da Kate invadiu o quarto. Ela perguntou se eu estava bem, nos falamos rapidamente e ela foi tomar banho. Eu fui buscar minha avó. Não demorei muito e cheguei no condomínio que ela morava, era no Morumbi. Ela já estava pronta e irritada.

Vovó: Está atrasada.

Eu: Desculpa foi o trânsito.

Vovó: Sem desculpas... Me dá um abraço. – a abracei.

Eu: Saudade vovó...

Vovó: Cadê a garota?

Eu: Que garota?

Vovó: Que você namora, a tal da Kate. Tem nome de puta – eu segurei pra não rir.

Eu: Vó, não pode falar assim perto dela.

Vovó: Se escapar eu não tenho culpa. Vamos logo que eu estou com fome.

Eu: Vamos vovó, vamos – sai atrás dela. Logo chegamos em casa, minha mãe já tinha voltado da rua com a Luíza, a Kate conversava com meu irmão e a minha cunhada. Logo todos nós estávamos em volta da mesa. Meu pai puxou um brinde, estava feliz com a casa cheia. Ai a vovó abriu a boca.

Vovó: E aos meus bisnetos que a Priscilla e o Felipe já vão providenciar ainda esse final de semana. Já podem fazê-los. – a Kate engasgou com o vinho.

Pai: Tudo bem querida?

Kate: Sim senhor... Só engasguei... – ela me olhou desesperada.

Eu: Vovó... Eu e a Kate somos mulheres, não podemos engravidar assim uma a outra da noite para o dia como o Felipe e a Mariana – falei rindo sem graça.

Vovó: Eu tinha me esquecido que dedos não engravidam. Mas você tem dinheiro pode pagar uma inseminação. E olha pra essa menina? Ela deve pesar uns 20 quilos, precisa engordar, ganhar força se for pra carregar meu bisneto. Parece até uma franguinha.

Patrícia: Pelo amor de Deus... Dona Carolina, não fala assim da moça. – falava sem graça. O Felipe soltou a gargalhada acompanhado da Luíza e da Mariana e o meu pai não estava diferente. Minha avó seguia plena comendo a comida dela enquanto a mamãe morria de vergonha na mesa, e a vovó Sandra não sabia onde enfiar a cara também seguida da minha tia Cristina. Kate estava parecendo um tomate de tão sem graça, tomou um copo de agua inteiro sem perceber. O jantar logo acabou, meu irmão ia levar a noiva em casa e deixar a vovó antes.

Eu: Desculpa pela minha avó, ela não tem o menor filtro eu esqueci de avisar sobre ela.

Kate: Eu vou manter distância dela, porque eu dificilmente fico sem graça com pessoas, mas ela consegue me deixar sem graça. Muito sem graça. – eu ri.

Eu: Me desculpa...

Kate: Tudo bem. Mas acho que vamos ter que pensar nos nossos filhos – saiu rindo e eu fiquei ainda mais sem jeito. Luíza abriu um vinho e se sentou na beira da piscina. Eu e a Kate fomos também.

Luíza: A vó Carolina me perguntou se eu estou namorando ou estou de piranhagem por ai. – eu gargalhei.

Eu: Minha avó te conhece muito bem né Luíza.

Luíza: Demais.

Kate: Não tem ninguém Luíza?

Luíza: Não. Eu não sou de ninguém, eu sou do mundo. – conversamos um tempo ali e fomos para cama. Coloquei um pijama e Kate saiu do banheiro com uma camisola de seda branca e bem linda. Ela estava muito sexy. Me deitei na cama, ela passava alguns cremes e logo deitou ao meu lado.

Eu: Boa noite Kate.

Kate:Boa noite Priscilla. –eu não demorei muito a dormir. 

NATIESE EM: SENHORITA KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora