Pai: Filha nos explica sobre a doença dela?
Eu: Então pai... A Natalie foi diagnosticada com hepatite medicamentosa por causa do uso de opiáceo que um ortopedista inconsequente passou pra ela no Sul quando ela foi agredida. Com tudo que foi acontecendo nesse meio tempo, ela começou a tomar o remédio para se anestesiar de tudo. Da dor emocional e da física e a dor física acabou se tornando psicológica. Ela começou a ter dores no estômago porque tomava com bebida alcóolica e dores na barriga. Ela fez exames e no mesmo dia que fez os exames, ela passou muito mal. Então foi descoberta a hepatite por causa dessa medicação. O tratamento dela a princípio será de 6 meses a 1 ano já que descobrimos agora e não em estágio avançado a ponto dela ir para o transplante. Na última consulta, vimos que ela não teve nenhum progresso então a medicação dela foi trocada e ela fará esse ciclo de 3 meses e se não resolver também, ela terá que entrar na fila do transplante, infelizmente. Estamos fazendo tudo pra isso não acontecer, mas se for preciso, não temos escolha. – suspirei.
Mãe: A gente pode ver um tratamento diferente em Boston, Nova York, Alemanha.Eu: Não mãe, ela está com um dos melhores médicos do Rio de Janeiro. Os irmãos vão fazer exames de compatibilidade caso ela precise de transplante. Eu estou com medo dela não aguentar tudo isso. Os remédios novos acabam com o humor dela, com a disposição. As vezes ela está bem, as vezes ela está ácida, as vezes ela está sorrindo e do nada está chorando. As vezes ela quer ficar sozinha e as vezes quer ficar agarrada a mim como uma criança carente. Quando isso tudo não está acontecendo, ela está vomitando, ela está desmaiando, tendo quedas bruscas de pressão.
Pai: Nossa... E como a família dela os irmãos dela no caso, estão com tudo isso?
Eu: O Kevin está preocupado, e está sofrendo por vê-la assim. E a irmã dela ainda não sabe que o tratamento mudou.
Mãe: E o casamento, vão manter na mesma data? Não poderão viajar se ela entrar para a lista de transplante.
Eu: Sim, vamos nos casar no dia 5 de fevereiro mas a viagem ainda estou mantendo o pacote, fiz um acordo com a agência de viagens. Se ela não precisar do transplante a gente vai viajar, e se ela precisar, a gente viaja quando ela puder. – a Nair bateu na porta avisando que o almoço estava pronto. Saímos do escritório, meu irmão e minha cunhada estavam chegando com as crianças. Eles estão lindos demais com 2 meses. Contamos a eles sobre a Natalie e o tratamento e que ela passou mal. Eu subi para chama-la. – Amor? Está melhor?
Nat: Sim, estou com fome – sorriu de leve e eu dei um selinho nela.
Eu: Então vamos almoçar, eu vim te chamar pra isso.
Nat: Vamos – se levantou e ficou tonta.
Eu: Está tudo bem, estou te segurando.
Nat: Eu levantei muito rápido. Estou bem.
Eu: Tem certeza?
Nat: Sim, eu tenho – me deu um beijo no rosto e descemos. Sentamos para almoçar, meu irmão e a Mariana contavam sobre os gêmeos, minha mãe sobre a empresa e sobre a minha avó que arrumou um namorado para desespero da minha mãe. Depois do almoço a Natalie saiu e se sentou na varanda.
Eu: Tudo bem ai? Quer sorvete? – estiquei uma vasilha com sorvete.
Nat: Obrigada. – sorriu. Eu me sentei ao lado dela. – Sua mãe e você já conversaram?
Eu: Já sim – contei tudo a ela.
Nat: Uau...
Eu: É... Eu fiquei assim também.
Nat: Mas ela ainda quer falar comigo?
Eu: Sim, quer. Mas não se preocupe, ela não vai maltratar você.
Nat: Ok...
Mãe: Natalie? – olhamos para a porta.
Nat: Sim?
Mãe: Podemos conversar?
Nat: Claro – ela me deu um selinho e acompanhou minha mãe até o escritório.
NATALIE NARRANDO...
O tratamento não deu certo, então estou em novo ciclo. Ele me deixa com náuseas, tonturas, com o humor insuportável maioria das vezes. Minha libido diminuiu mais do que eu esperava. Estava tudo uma bagunça. Eu estava com medo, estava deprimida e tinha a sensação que ia arrastar a Priscilla pra essa minha loucura. Não fomos para Porto Seguro como planejávamos por causa disso. Nossa viagem para São Paulo foi diferente. Eu passei mal, eu me sentia envergonhada de ter desmaiado na casa dos pais dela. A tal conversa entre ela e a mãe aconteceu e apesar de tudo, não foi tão terrível como eu imaginava que seria. Logo chegou a minha vez. Estávamos na varanda tomando sorvete quando Patrícia me chamou para conversar. Meu corpo todo gelou, mas eu precisava encarar de uma vez por todas. Dei um beijo na Priscilla e entrei a acompanhando até o escritório.
Patrícia: Senta... – eu me sentei – Está melhor?
Eu: Sim, obrigada. Estou melhor sim – sorri de leve. Ela suspirou encarou as mãos por alguns segundos e então começou a falar.
Patrícia: Minha filha já deve ter dito que conversamos sobre tudo, sobre vocês se casarem.
Eu: Sim, me contou.
Patrícia: Olha Natalie eu ainda estou confusa com isso ainda estou reticente com relação a esse casamento, eu sou mãe e me desculpe falar assim, mas não tenho uma forma melhor de dizer, que você tem um passado não tão distante assim que pode vir a tona quando for vista publicamente com a minha filha ou com a nossa família.
Eu: Sim Patrícia eu sei disso. Mas eu jamais faria nada para prejudicar vocês e principalmente a Priscilla. O que eu sinto por ela é muito real.
Patrícia: Eu sei, eu acredito em você, mas eu tenho meus receios. Contudo, eu quero ver minha filha feliz e se a felicidade dela é com você eu vou ficar feliz por ela, mesmo não concordando com algumas coisas. É a vida dela, é a felicidade dela em primeiro lugar e eu estava sendo egoísta. Não vou dizer que estou super feliz por toda a situação agora, mas enquanto minha filha estiver feliz, eu vou estar feliz por ela. Eu vou ser a mãe da noiva e ficar de pé lá com vocês nesse dia. Eu não concordo com muitas coisas, mas eu vou respeitar a vontade de vocês e vou tentar abrir meu coração para tudo isso. Peço que não magoe minha filha, ela não merece ser magoada, ela é boa demais pra ser machucada.Eu: Eu te entendo Patrícia, realmente não é fácil pra uma mãe ver sua filha se casando com uma mulher que foi garota de programa e entendo suas ressalvas com relação a isso, mas eu respeito demais a Priscilla, eu a amo demais e eu vou fazer tudo que for possível e impossível para que ela seja feliz. O meu passado ficará no passado. O que eu fazia, era muito restrito, eu não tive centenas de clientes, eu nunca fui vista na rua por ninguém o máximo que saia era para ir a um restaurante, mas ninguém percebia nada. Eu sempre tomei todos os cuidados do mundo com relação a saúde e principalmente a exposição. A Priscilla não corre riscos e em caso de ser reconhecida eu vou saber defende-la e defender a sua família de tudo isso, fique tranquila. Eu não quero ver a Pri mal com nada disso, não quero que ela fique mal com vocês. Vocês são a família dela e eu sei bem o que é não ter a família por perto nos melhores e nos piores momentos e eu não quero isso pra ela nunca.
Patrícia: Obrigada por me entender e me perdoe por ter sido hostil com você.
Eu: Tudo bem, está tudo em paz agora. – ela sorriu pra mim.
Patrícia: Posso te dar um abraço?
Eu: Claro – me levantei e ela fez o mesmo vindo me abraçar.
Patrícia: Se precisar de qualquer coisa vou estar aqui ok?
Eu: Obrigada... Muito obrigada por isso – me emocionei.
Patrícia: E tudo vai ficar bem também – ela falava sobre a minha saúde.
Eu: É o que eu mais quero... – saímos do escritório e encontramos a Pri e o pai dela na sala com os gêmeos no colo cada um com um bebê.
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NATIESE EM: SENHORITA KATE
FanficDuas mulheres, dois "mundos" diferentes... Priscilla Pugliese 28 anos empresária de sucesso formada em Administração e Gastronomia, dona de um dos restaurantes mais famosos do Rio de Janeiro, Olympe entre outros restaurantes pelo país junto com sua...