Sai dos meus pensamentos com meu celular tocando, era a Luíza. – Oi Luíza?
Luíza: Oi, e ai, como o papa tá?
Eu: Está intubado... – expliquei pra ela.
Luíza: Quer que eu vá até ai?
Eu: Não. Está tudo sob controle, fica tranquila. – conversamos mais um pouco e desligamos não demorou muito minha mãe chegou.
Mãe: Oi... Doutor Martins disse que esteve lá.
Eu: Sim, eu estive.
Mãe: Viu seu pai?
Eu: Vi sim. É horrível vê-lo daquele jeito.
Mãe: Muito. Seu irmão com a Mariana estavam chegando lá quando eu cheguei. Conversamos com o doutor Martins – falamos sobre o caso dele longamente. – O que acha de se mudar pra cá filha?
Eu: Mãe, minha vida está no Rio de Janeiro. Eu não posso me mudar pra cá. Sabe disso. Eu posso vir toda semana pra cá, fico pelo menos dois dias na semana, mas eu não posso deixar meu trabalho, não posso deixar a Luíza cuidando de tudo sozinha. – alguém chegou bem na hora. Era a minha avó Sandra.
Mãe: Filha seu pai está morrendo. Não estou pedindo pra você mudar pra sempre.
Eu: Mãe, o papai não vai morrer amanhã. Ele mesmo disse pra eu não mudar minha vida por causa dele. Ele entende isso melhor que você.
Vovó: Estão brigando?
Eu: Oi vovó...
Vovó: Deus te abençoe querida – me deu um beijo.
Mãe: Benção mãe.
Vovó: Deus te abençoe. Estava mostrando meu apartamento para uma compradora, ela fechou negocio. Agora por que vocês estão brigando?
Eu: A mamãe quer que eu me mude pra cá por causa do papai.
Vovó: Patrícia, o Roberto não está morrendo. Não ainda, e ele não ficaria feliz com a Priscilla deixando a vida dela de lado para ficar aqui bajulando ele, velando ele vivo.
Eu: Está vendo só?
Mãe: Ok, eu não vou insistir. Mas quando eu te ligar falando que ele morreu, não vá chorar de arrependimento ok? – saiu nervosa. Eu suspirei irritada.
Eu: Por que ela sempre faz isso vó? A minha vida é lá. Eu amo morar no Rio. Eu sou carioca. Meu trabalho está lá, minha casa é lá, meus amigos estão lá. Eu sei da condição do papai e ele foi o primeiro a dizer " Priscilla, eu não quero que mude sua vida por causa disso, não quero que deixe de viver por causa disso". Eu vou estar aqui sempre. Eu fiquei sabendo do papai eram quase 3 de manhã e eu cheguei aqui as 8 da manhã. O voo até aqui é de 1 hora. Eu posso vir pra cá toda semana tranquilamente. Eu não preciso me mudar pra cá.
Mãe: Sua mãe gosta de ter o controle sobre tudo. O seu irmão não queria morar aqui no condomínio e ela fez tanto drama que eles decidiram construir aqui. Por ela, eles morariam nessa casa. Eu só decidi morar aqui, porque eu conheço minha filha e ela vai ficar sozinha e eu moro sozinha. Ela precisa de ajuda com seu pai agora também e eu estou aqui pra isso. Não entra na pilha dela Priscilla. Seu pai vai ficar bem, logo ele vem pra casa e quando ele tiver de partir ninguém vai poder mudar isso, infelizmente. Mas vamos tornar a sobrevida dele aqui o mais suportável e feliz possível. Já está sendo muito duro pra ele, por mais que ele esteja sempre sorrindo, é difícil pra ele. Seu pai ama viver.
Eu: Eu sei vó, e dói tanto vê-lo assim. – deixei cair uma lágrima.
Vovó: E a Kate, não veio?
Eu: Não. Ela não pode vir.
Vovó: Vocês estão bem?
Eu: Sim, estamos. Mais ou menos. Não sei. Mas não quero falar disso vó. – suspirei.
Vovó: Tudo bem. Eu vou lá falar com a sua mãe. – não demorou muito meu irmão chegou sozinho.
Felipe: Oi.
Eu: Oi – o abracei.
Felipe: Como você está?
Eu: Preocupada com o papai e irritada com a mamãe. E você?
Felipe: Preocupado. Mas o que houve entre vocês duas?
Eu: A mamãe querendo que eu me mude pra cá... – contei tudo a ele.
Felipe: Ai Pri, releva. Ficar batendo de frente com ela, não muda em nada você sabe. – conversamos longamente.
No jantar a mamãe me surpreendeu.
Mãe: Falei com a Kate hoje.
Eu: Você ligou pra ela? – perguntei assustada.
Mãe: Claro. Ela é minha nora, e ela me mandou mensagem perguntando sobre o Roberto queria notícias então eu liguei e falei com ela.
Eu: Mãe... Por que tem que ser tão invasiva?
Mãe: O que está acontecendo entre vocês? Você não responde as mensagens ou ligações dela?
Eu: Não é da sua conta mãe. A minha vida não é da sua conta. Meus relacionamentos não são da sua conta. Para de se meter que droga... – falava muito nervosa.
Mãe: Hei segura sua onda Priscilla. Chega por hoje tá? Ela me perguntou e eu respondi, foi só isso que saco. Já está tudo pesado demais pra ficar nessa chatice toda. Pelo menos vamos jantar em paz.
Eu:Eu já terminei. –sai da mesa e subi para o meu quarto.
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NATIESE EM: SENHORITA KATE
FanfictieDuas mulheres, dois "mundos" diferentes... Priscilla Pugliese 28 anos empresária de sucesso formada em Administração e Gastronomia, dona de um dos restaurantes mais famosos do Rio de Janeiro, Olympe entre outros restaurantes pelo país junto com sua...