Capítulo 13

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Acordei era umas 11 da manhã, ela estava sentada no chão fazendo mala, vamos embora as 17 horas. Minha família vem toda almoçar em casa para despedir de nós.

Eu: Bom dia.

Kate: Bom dia, te acordei?

Eu: Não, já estava na hora e eu preciso fazer mala. Já tomou café?

Kate: Já. Eu fiz aqui mesmo, a geladeira estava cheia e a gente quase não comeu aqui. A mesa está posta. – eu levantei fiz minha higiene e fui tomar café. Logo coloquei minha mala na cama e comecei a arrumar.

Eu: Dormiu bem?

Kate: Sim e você?

Eu: Também, mas ainda estou cansada.

Kate: Muito intensa a movimentação de ontem. É muita gente pra conversar.

Eu: Muita gente pra vir puxar o saco né? Por que a maioria ali quer só puxar o saco mesmo.

Kate: Entendo. A influência dos seus pais é enorme.

Eu: Meus pais são bilionários. São donos de banco, acionistas em grandes negócios no exterior, então todo mundo quer ser "amigo" deles. Metade daquelas pessoas são falidas, principalmente as socialites. Desesperados por empréstimos.

Kate: É bem perigoso né? Ter essa influência toda.

Eu: Muito. Você não faz ideia do quanto. Por isso eu evito o máximo que posso. Eu amo o que faço e eu já fico em evidência pelo menos duas vezes no mês em algum jornal ou revista, agora imagina ter a imagem que meus pais tem? É muita pressão, eu não suportaria.

Kate: Por isso quis seguir outros rumos?

Eu: Nunca me vi sentada atrás de uma mesa, contando dinheiro, lidando com pessoas falsas no último nível como ontem. O máximo disso que tolero é nas festas da empresa e olhe lá.

Kate: Mas você gosta de ter grana. Mora numa bela cobertura de frente para a praia muito bem decorada.

Eu: Quem não gosta né Kate? Eu tenho dinheiro que meus pais me dão até hoje embora eu não precise mais, eu tenho o dinheiro das filiais, eu tenho do restaurante que atendo ativamente, mas não gosto de ter toda essa atenção que meus pais tem. – ficamos conversando e fazendo as malas. Não demorou muito alguém veio nos chamar para almoçar. Entramos na casa e minha família já estava em volta da grande mesa. Nos sentamos nos servimos e almoçamos em meio a muita conversa. Logo alguns se despediram de nós e foram embora. Meu irmão com a esposa foram pra casa também, viajariam a noite para a lua de mel oficial deles. Quando deu 16 horas pegamos nossas coisas e levamos para o carro, minha mãe nos levaria ao aeroporto. Subimos para despedir do meu pai. – Pai... Já estamos indo.

Pai: Ah que pena – eu o abracei forte. – Te amo, se cuida tá? Mais tarde nossa chamada de vídeo de sempre.

Eu: Sim. Até mais. Eu te amo, fica bem tá?

Pai: Vou ficar. Se cuida. – me beijou e me abraçou. – Senhorita Kate, se cuida tá bom?

Kate: Pode deixar Roberto. Vou me cuidar e o senhor também se cuida, toma os remédios sem reclamar ok? – brincou e ele riu.

Pai: Pronto, ganhei mais uma mãe. – a gente riu. – Se cuida querida, qualquer coisa só me ligar – a abraçou.

Kate: Ok. Obrigada por tudo.

Pai: Eu que agradeço. – provavelmente ela não o veria nunca mais. Fomos para o carro e não demorou muito, estávamos no aeroporto, fizemos o check in, nos despedimos da minha mãe.

Eu: Se cuida mãe. Qualquer coisa me liga.

Mãe: Você também minha filha. Te amo.

Eu: Te amo.

Mãe: Espero te ver em breve Kate. Se cuida – a abraçou.

Kate: Até mais Patrícia, obrigada por tudo e desculpa qualquer coisa.

Mãe: Imagina, não tem nada a se desculpar. – logo embarcamos. O voo foi tranquilo, era apenas uma hora de voo.

Eu: Por que foi dormir no outro quarto?

Kate: Eu não queria te deixar desconfortável.

Eu: E porque eu ficaria desconfortável com você se dormimos juntas todos os dias?

Kate: Por tudo que aconteceu na festa Priscilla – suspirou.

Eu: Eu não fiquei desconfortável, eu fiquei preocupada com você, porque você estava mal com aquilo.

Kate: Já passou, não vamos falar disso tá?

eu: Tá bom. – logo chegamos no Rio.

Eu: Vamos no mesmo uber eu te deixo em casa.

Kate: Não precisa. Eu vou passar em um lugar antes.

Eu: Tudo bem. Obrigada por tudo.

Kate: Imagina. Obrigada também, sua família é maravilhosa. – nos abraçamos. Foi um abraço muito gostoso.

Eu: Toma... – dei o envelope pra ela.

Kate: Obrigada.

Eu: Até mais.

Kate: Até mais. – ela entrou no uber e eu entrei no outro. Me senti extremamente estranha com isso. Eu gostava de estar na presença dela e de repente senti um vazio absurdo. Cheguei em casa desfiz as malas me troquei, abri um vinho fiz uma comidinha rápida pra jantar. A Luíza logo apareceu lá.

Luíza: E ai como foi o final de semana?

Eu: Foi legal.

Luíza: E como foi com a Kate?

Eu: Ela se saiu muito bem – contei tudo a ela.

Luíza: E agora? Como vocês ficam com isso?

Eu: Eu paguei pelo trabalho dela, a agradeci e agora cada uma volta pra sua vida.

Luíza: Até aparecer outra reunião de família não é Priscilla? Porque já pensou como vai ser daqui pra frente?

Eu: Eu falo que a gente terminou. Eu só não podia encarar isso agora com duas festas grandes, pra ter a minha mãe bancando o tinder humano comigo.

Luíza: Olha, eu não vou entender isso, de verdade, mas você quem sabe. Não vou me meter.

Eu: Não tem que entender nada Luíza. Me fala, como foi no restaurante?

Luíza: Foi ótimo. Muito movimento. Ontem tivemos um lucro de 18 mil só no jantar.

Eu: Nossa.

Luíza: Pois é. Foi um jantar de noivado, família de políticos. – me contou como foi tudo. Ela foi embora tarde. Quando me deitei e virei para o lado, a cama estava vazia. Me senti muito estranha mais uma vez. Era muito esquisito estar numa cama sem ela, mesmo ela tendo dormido no outro quarto, depois da festa da empresa eu sabia que ela estava ali do lado.

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Acho que alguém se apaixonou...

NATIESE EM: SENHORITA KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora