Capítulo 18

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PRISCILLA NARRANDO...

Eu não a via mais. E eu sentia falta demais. Eu mandava mensagem, eu ligava, mas ela me evitava. Ela estava sendo profissional, negócios são negócios e ela fez a parte dela. Estava num restaurante e uma mulher estava sentada de costas para a porta da cozinha. Os cabelos pareciam com os dela e quando fui falar com um cliente eu a encarei bem, pensando ser Kate, mas não era. Me senti frustrada com isso. Depois de alguns dias eu sai do restaurante estava cansada, e vi um carro parado na frente do meu prédio. A pessoa chorava muito e quando colocava o carro na garagem vi que era Kate. Entrei na garagem e sai, batei no vidro e ela desceu me abraçando com força. Consegui leva-la para dentro e dar agua a ela. Ela me contou um pouco do que houve e as crises de ansiedade dela eram evidentes ali. Já mais calma ela me surpreendeu sentando no meu colo e me beijando dizendo que estava com saudade. Eu não estava diferente, eu também estava com saudade dela. Depois de alguns segundos assim ela parece ter tido um estalo de consciência e saiu do meu colo dizendo que tinha que ir embora e que aquilo não podia acontecer. Ela sequer olhou para trás quando a chamei. Agradeceu por tudo e foi embora. Eu dormi pouco o resto da noite pensando naquilo tudo, pensando nela. O que estava acontecendo comigo? Eu estava tendo algum sentimento por uma garota de programa? Não era possível. A tarde mandei uma mensagem pra ela, precisava saber como ela estava, mas ela não respondeu e foi assim o resto da semana. Ela me ignorou. Se eu pelo menos soubesse onde ela morava. No final de semana eu trabalhei muito então não pude ir a boate para saber se ela já voltou a trabalhar. Lembrei que a cirurgia da sobrinha dela era na quinta feira então na quinta de manhã mandei uma mensagem novamente e mais uma vez ela não me respondeu. A noite a Luíza ia a boate e me chamou para ir e eu acabei tomando. Kate estava lá, fez mais uma apresentação de poledance. Logo a vi entrando numa área vip e conversando com uma mulher. A mulher a puxou para mais perto e beijou o pescoço dela. Dava para ouvir, porque era ao lado da minha, quando ela disse que não estava mais fazendo programas e a mulher insistiu e a puxou pela nuca a forçando. Meu sangue ferveu, meu coração parecia que iria sair pela boca.

Eu: Eu vou lá.

Luíza: Priscilla... – eu fui rapidamente e peguei no braço dela.

XX: Hei, está maluca? – a mulher perguntou brava e assustada.

Kate: O que é isso? – perguntou assustada, ela não tinha visto quem era até ela me encarar, vendo o quão furiosa que eu estava – Priscilla? O que você está fazendo aqui? – perguntou assustada.

Eu: Vem comigo. – saiu me arrastando dali e me levando pelos corredores que davam no quarto que só eu usava. Entramos lá, ela fechou a porta e trancou.

Kate: O que é isso?

Eu: Por que não me responde? A mais de uma semana eu estou preocupada com você, eu estou tentando falar com você e você não tem a decência de responder uma mensagem. – falava brava.

Kate: Priscilla, você não é minha namorada, você não é nada minha, você não pode chegar no meu trabalho e fazer isso. – falava com raiva.

Eu: Aquela mulher estava te assediando.

Kate: EU SEI ME DEFENDER... Eu me defendo sozinha a 10 anos.

Eu: Pra mim não parecia.

Kate: Eu não tenho que te responder mensagens nem nada. O contrato foi de 12 dias Priscilla, acabou. Se quiser minha amizade ok, podemos ter uma amizade, mas é só isso, não pode me obrigar a te dar satisfações de nada, principalmente aqui dentro.

Eu: Quem é você? Quem é você de verdade? Kate é uma personagem? Eu lidei uma personagem por todo esse tempo?

Kate: Você me contratou e eu fiz o que você queria, agora eu não te devo explicações sobre mim Priscilla. Agora vai embora e não volta mais aqui – abriu a porta pra eu sair.

Eu: Eu não vou embora.

Kate: Vai sim, se você não for, eu vou pedir pra alguém te tirar daqui. – meu celular tocou. Quando olhei era minha mãe. Eram 2 da manhã porque minha mãe estava me ligando?

Eu: Oi mãe?

Mãe: Seu pai está no hospital Priscilla.

Eu: O que? Como assim mãe o que aconteceu?

Mãe: Ele engasgou com comida, aspirou e foi para o pulmão e desenvolveu uma pneumonia. Ele não está conseguindo comer direito. Foi mais rápido que esperávamos. – falava com a voz chorosa.

Eu: Como ele está?

Mãe: Está na UTI, foi intubado pra preservar o resto dos órgãos dele, porque ele teve uma parada cardíaca de repente já no hospital. Acabei de chegar do hospital.

Eu: Eu vou pra São Paulo o mais rápido possível mãe.

Mãe: Ok filha. Me avisa.

Eu: Tá. Qualquer coisa me liga.

Mãe: Tá – desligou.

Kate: O que houve? É o seu o pai? Ele está bem? – perguntou assustada.

Eu:Não é da sua conta. Seu contrato acabou. – falei com raiva, abri a porta e sai.

NATIESE EM: SENHORITA KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora