Capítulo 64

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Quando deu 23 horas meu celular tocou, eu não conhecia aquele número.

Eu: Alô?

XX: Natalie é a Luíza. Tudo bem? Desculpa a hora.

Eu: Oi Luíza, tudo bem e você? Aconteceu alguma coisa? – achei estranho ela me ligar aquela hora.

Luiza: Então, eu estou na emergência com a Pri. Ela desmaiou e se machucou, mas ela está bem, está no soro sendo hidratada, ela está um pouco desidratada, já levou pontos e já passaram uma pomada na queimadura.

Eu: O QUÊ? COMO ASSIM PONTO? QUEIMADURA LUÍZA? – gritei pulando da cama.

Luíza: Calma, ela está bem.

Eu: Que hospital estão?

Luíza: No Hospital Clínica Ipanema.

Eu: Estou indo até ai.

Luíza: Vem com calma ela está bem. – desliguei e me troquei.

Rod: O que foi? Ouvi você gritar com alguém no telefone.

Eu: A Pri está no hospital.

Rod: Como assim? O que ela tem?

Eu: A Luíza falou que ela desmaiou, está desidratada, levou pontos e se queimou. Eu preciso ir pra lá. Eu falei pra ela não ir trabalhar, ela não estava bem pra isso.

Rod: Eu vou com você, só vou trocar de roupa – acabei de me trocar e ele se trocou também e fomos no carro dele. Chegamos no hospital a Luíza estava sentada no corredor.

Eu: Como ela está?

Luíza: Calma Natalie, ela está bem.

Eu: O que aconteceu?

Luíza: Ela não estava se sentindo bem, a Pri é mole pra resfriado e ela parece estar num super resfriado. Ela ficou tonta, acredito que por causa da febre, e ela desmaiou. No que ela caiu a panela com água quente virou no braço dela, queimadura de terceiro grau. Mas ela está bem. Ela bateu com a testa no balcão e levou dois pontinhos. Ela está desidratada, a febre já cedeu. Assim que o soro acabar, ela vai pra casa. Ela precisa de uma sopa, um banho, muita água e cama.

Eu: Ela está bem? Ela está bem Luíza? Queimadura de terceiro grau no braço dela e você me fala que ela está bem? – falei furiosa - Eu falei pra ela não ir trabalhar, ela chegou de madrugada com muita dor de cabeça, se sentindo mal, ela dormiu o dia inteiro, estava toda mole, vomitou o café da manhã todo. Eu sabia que ela não estava bem.

Luíza: A Pri é teimosa Natalie. Sempre foi. Ela está na observação o soro já está acabando. – eu entrei lá.

Eu: Oi dona teimosa.

Pri: A Luíza não sabe guardar essa língua dentro da boca que droga. – falou brava.

Eu: E achou que ia me esconder os pontos na testa e a queimadura Pri?

Pri: Não. Mas você não viria até aqui. Você precisa descansar.

Eu: Para tá? Eu estou bem, e o Rodrigo que veio dirigindo porque eu já tomei remédio. Como você está se sentindo?

Pri: Exausta e dolorida.

Eu: Você precisa de uma sopa e cama. – ela rolou os olhos. Logo o soro acabou o médico deu a receita. A Luíza foi para o restaurante e eu desci do carro na farmácia comprei a pomada que era pra passar na queimadura e o curativo para o rosto e mais algumas coisas que pedia na receita. Fomos pra casa, fiz um sopinha pra ela, na verdade descongelei uma que ela tinha feito a alguns dias. Ela tomou a sopa depois de tomar um banho e dormiu. Eu dormi em seguida. De manhã ela decidiu ir ao restaurante buscar o carro dela e ficar na casa dela já que a Lily era muito pequena e poderia pegar a gripe dela, e eu ia ficar com ela lá, para cuidar dela senão morre sozinha do jeito que é teimosa. A Priscilla não é ninguém doente, ela ficou uma semana se arrastando, chorando, reclamando. Eu não dormia com ela, eu não podia adoecer pra não ter que ficar tomando remédios demais. Eu fazia a comida, dava remédios a ela, no fim das contas eu quem cuidava dela. A queimadura ficou bem feia, ela não poderia voltar para a cozinha enquanto não cicatrizasse e isso ia demorar. Ela então contratou uma pessoa para ficar no lugar dela enquanto ela não podia trabalhar, para a Luíza não ficar sobrecarregada. Enquanto ela ficava entediada em casa, ela tentava fechar negócio na casa nova que ela amou na Barra. Eu estava trabalhando, pagando algumas contas da escola pelo computador quando ouvi o grito dela. Eu corri até o quarto – O que foi? Você está bem?

Pri: Aceitaram minha oferta.

Eu: Ai Priscilla que susto achei que você estava morrendo – coloquei a mão no peito. – De quanto foi sua oferta?

Pri: 7 milhões e meio.

Eu: Você vai dar 7 milhões e meio numa casa Priscilla?

Pri: Claro, você viu como aquela casa é perfeita? Ainda em fase de acabamento, imagina quando estiver pronta?

Eu: Eu acho muito dinheiro.

Pri: Quanto vale seu apartamento?

Eu: Sei lá, uns 2 milhões.

Pri: Pois é. Se você saísse dele sairia para um melhor, então teria que pagar mais. Eu estou mudando para uma casa maravilhosa, com uma piscina maravilhosa, com muito espaço, eu vou ter um cachorro e a gente vai poder criar nossos filhos lá.

Eu: Nossos filhos? Eu não me lembro de ser pedida em casamento e menos ainda para ser mãe dos seus filhos – fiz bico e ri.

Pri: Eu posso pedir agora se você quiser. Sem graça e sem anel. Quer se casar comigo e ser a mãe dos meus filhos?

Eu: Filhos no plural?

Pri: Sim. Quero 3.

Eu: Só com uma aliança aqui – mostrei a minha mão pra ela.

Pri: Vou providenciar. – me deu um beijo.

Eu: E quando vai mudar?

Pri: Vou assinar a papelada na semana que vem e pegar a chave, mas a casa vai ser entregue totalmente pronta em 1 mês, ai vou ver o que quero mudar para ai sim comprar móveis e me mudar. Acho que em 2 meses mais ou menos. – ela estava super feliz com a casa. No dia seguinte eu tinha consulta, tinha exame também pra fazer. Eu fazia terapia uma vez na semana e aquele dia tinha também, já era minha segunda sessão com a terapeuta nova, já que eu fiz por muito tempo desde que sai do Rio Grande do Sul, eu gostava, eu sentia falta da medicação, mas eu estava fazendo tudo para ficar bem. 

01 DE AGOSTO...

Era dia 01 de agosto, a cunhada da Priscilla foi para o hospital, os gêmeos iam nascer. Estavam adiantados, mas era normal por serem gêmeos e também estariam no melhor hospital de São Paulo. Ela queria que eu fosse pra lá, mas sem a menor chance de aparecer lá com a mãe e a avó dela me odiando.

Pri: Tem certeza que você não vai?

Eu: Tenho.

Pri: A gente fica num hotel Nat, ou fica na casa da minha tia Cristina ela já ofereceu.

Eu: Amor, é melhor não. É um momento de felicidade, de família, seu pai está sonhando tanto com esse momento. Não quero estragar isso ok? Sua mãe vai querer brigar, sua avó então nem se fala, e eu não quero isso. Leva o meu presente para as crianças, depois eu falo com seu irmão e com a Mariana por telefone, mas é melhor você ir sozinha. Me manda foto deles quando conseguir.

Pri: Tudo bem – me deu um beijo – Te amo.

Eu: Te amo – ela desceu pegou a mala dela no banco de trás e entrou. Eu tinha ido leva-la ao aeroporto e fui para a escola, eu ia dar aula. Era ruim essa sensação de não poder estar com ela em alguns momentos. Ela vai ficar direto até o dia dos pais. Nesse dia eu passaria com meu irmão, a Larissa vai fazer um almoço pra ele. No mesmo dia a noite, ela me mandou uma foto dos gêmeos e eles são lindos demais e cara da Mariana. Ela me ligou depois super emocionada com os sobrinhos, com a emoção do pai dela, falando que nem acreditava que estava vivo para ver os netos nascerem. A emoção deles era linda. Queria abraça-la.

NATIESE EM: SENHORITA KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora