Capítulo 76

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Vó Sandra: Oi meu bem – me deu um beijo e um abraço.

Eu: Oi vó...

Mãe: Oi filha – sorriu de leve e veio me abraçar. Eu não recusei o abraço dela.

Eu: Oi mãe.

Mãe: Que horas chegou?

Eu: Tem uma hora mais ou menos.

Mãe: Ah sim.

Pai: E então resolveu o problema com o túmulo?

Mãe: Resolvi comprando outro né amor. O nosso não pode abrir por causa do meu irmão, e da sua família não pode abrir por causa da sua tia. Ainda tem um ano e meio e só abrem com 2 anos ou mais. Já que nenhum dos dois tem como acrescentar ninguém e sim ter que fazer a retirada e mudança para enterrar. Eu comprei outro, encomendei os mármores, a placa, vai estar tudo pronto para amanhã de manhã.

Pai: E que horas vai ser o enterro?

Mãe: As 11 da manhã na Consolação. O Velório vai ser no memorial do Morumbi. – suspirou. – Suas irmãs chegam uma as 14 horas e outra as 18:30. – tudo aquilo era resolvido. Logo fomos almoçar. Ninguém estava com muita fome, mas precisávamos nos alimentar.

Pai: Manda o motorista busca-las. A Beth vai ser um terror aqui – suspirou.

Mãe: É... Sabemos... – eu não entendi do que falavam, mas fiquei pensativa. Liguei pra Natalie avisando os horários. Minha mãe veio falar comigo. – Filha, estamos indo para o velório, vem com a gente ou vai no carro do seu pai?

Eu: Vou no carro dele mãe. Preciso fazer algumas ligações e ver se o quarto da Luíza já está pronto. Ela mandou mensagem e chega no voo das 16 horas. Vou busca-la no aeroporto.

Mãe: Ok... – Ela estava sem graça comigo.

Eu: Tem algum problema para você, se a Natalie vir dar um abraço no papai? Ela vem só amanhã cedinho.

Mãe: Não... Não tenho nenhum problema... – sorriu de leve e saiu. Estava estranhando o comportamento da minha mãe. Eu falei com a Natalie de novo, ela iria no voo das 7 da manhã e eu a buscaria no aeroporto. Eu fui para o velório meu pai estava arrasado. Inúmeras coroas de flores chegaram, do banco, de empresários conhecidos, de amigos próximos da minha família. Logo Minha tia chegou, estava arrasada. Eu fui buscar a Luíza, deixamos as coisas dela em casa e fomos para o velório. Eu estava sentada ao lado da Luíza na copa próximo a capela que ela era velada e a minha tia Beth chegou, parecendo uma força da natureza em luto, tristeza, drama do ultimo nível e raiva. Ela veio até a copa e me esbofeteou.

Eu: O QUE É ISSO FICOU LOUCA?

Beth: FOI CULPA SUA. VOCÊ RESOLVEU SE CASAR COM UMA PUTA E DEIXOU A MAMÃE AINDA MAIS DOENTE. ISSO É CULPA SUA. EU ODEIO VOCÊ, EU ODEIO QUEM VOCÊ É, EU SEMPRE ODIEI VOCÊ DESDE QUE VOCÊ NASCEU. POR MIM VOCÊ NEM NASCIDO TERIA. – ela de fato me odiava. Minha tia sempre adorou meu irmão e sempre me odiou. Ela sempre odiou todas as minhas primas, e nunca soubemos o porquê disso. – VOCÊ VAI CARREGAR ESSA CULPA PRA SEMPRE, PORQUE EU VOU TE LEMBRAR DELA PRA SEMPRE... – gritava.

Pai: CHEGA BETH... – gritou a assustando.

Beth: ROBERTO – gritou de volta e surpresa, porque meu pai nunca levantou a voz pra ela.

Pai: Chega de escândalo. Você não sabe o que aconteceu, não pode culpa-la por isso. E quem você pensa que é pra falar qualquer coisa? Você não vê a mamãe a seis meses e você mora a 4 horas de avião daqui. Deixa de ser hipócrita. – falava com raiva.

Beth: Essa aberração matou a nossa mãe e você não fica revoltado com isso? A culpa é dela e eu vou lembra-la disso pra sempre...

Eu: Eu não vou ficar aqui ouvindo isso. – peguei minha bolsa – E pode ser que ela tenha morrido e ido para o inferno, porque ela era uma pessoa horrível com as outras, e ótima em julgar os outros independente de situação como se ela fosse a perfeição do mundo. E você está muito próxima do que ela é. Quem saiu aos seus, não degenera. – sai rapidamente com meu pai me chamando. Entrei no carro e fui pra casa. Eu estava sufocada, e as palavras dela rodando na minha cabeça. Eu estava consumida de raiva, de vontade de voar no pescoço dela. Eu me sentia suja por inúmeras coisas. Fiz minha mala e mandei uma mensagem pra Natalie.

Não precisa mais vir...

Eu não disse mais nada, apenas sai dali e dirigi... Dirigi por duas horas e meia até o lugar que eu não ia a muito tempo. Passei num supermercado, comprei garrafas de vinho, comprei comida e me refugiei. Eu precisava respirar. Eu precisava gritar sem ser ouvida. 

NATIESE EM: SENHORITA KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora