Capítulo 25

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Vó: E a garota?

Eu: Que garota?

Vó: A Kate.

Eu: Ela está no Rio, vivendo a vida dela.

Vó: Acabou, seja lá o que vocês tinham?

Eu: Sim vó... Nem sei bem o que a gente tinha. Mas acho que acabou sim. – falei pensativa.

Vó: Gosta dela? – tremi.

Eu: Gosto – respondi de imediato.

Vó: Se gosta dela, porque não diz isso a ela e tentam acertar, seja lá o que você tiveram?

Eu: Não me faz pergunta difícil vó. É complicado demais.

Vó: E por que é complicado? – me encarou. Por alguns segundos eu fiquei pensando se eu deveria abrir o jogo com ela ou não. Eu não sabia o que fazer.

Eu: Prefiro não falar disso. Não agora...

Vó: Sabe que pode confiar em mim não sabe?

Eu: Sim, eu sei.

Vó: Eu te amo.

Eu: Eu também te amo... – a ajudei mais um tempo, desci tomei água e subi de novo. Demorei muito a dormir. Nas 48 horas que tínhamos que esperar eu fiquei muito angustiada. Quando ele foi tirado da sedação a gente foi para o hospital, o médico nos chamou para conversar.

Mãe: E então como ele está?

Martins: Se lembra de tudo que antecede ao AVC. Foi tudo muito rápido. Ele está com um lado do corpo enfraquecido que é o lado esquerdo, mas ele está lucido. Fica um pouco confuso que é normal, mas ele está melhor do que esperávamos. – respiramos mais aliviados.

Eu: Afetou de alguma forma, ou melhor, piorou de alguma forma o caso dele com a ELA?

Martins: De maneira impressionante? Não... Não afetou nada. Ele continua com os movimentos das pernas, mas com aquela dificuldade de andar então ele vai permanecer como estava, evitando andar muito e sem alguém do lado para evitar quedas, e principalmente agora que ele está enfraquecido. O AVC foi em decorrência da ELA, a alimentação dele vai mudar um pouco, embora já fosse bem equilibrada, vamos inserir alguns alimentos que antes ele não consumia que podem ajudar mais. Vamos mudar algumas medicações. A medicação de Boston, ele vai continuar tomando. Fizemos inúmeros exames, e não foi causado pela medicação como pensávamos a principio. – ficou mais de uma hora falando sobre ele. Fomos vê-lo, e ele estava na semi intensiva e iria para o quarto a noite.

Mãe: Oi querido.

Pai: Oi – sorriu. Ela deu um selinho nele.

Mãe: Que bom te ver acordado. Nos assustou.

Pai: Eu não estou muito assustador de camisola né? – a gente riu.

Eu: Oi paizinho. – o beijei.

Pai: Oi minha menina...

Lipe: Oi pai... – o beijou também.

Pai: Oi meu garoto.

Eu: Como está se sentindo?

Pai: Cansado, mas vou ficar bem. Quero ir pra casa.

Mãe: Vai demorar uns dias, mas logo você vai pra casa. – ficamos um pouco ali, mas só um poderia ficar o tempo todo. Minha mãe ia ficar até a noite, até as 21 horas e eu ia dormir lá a primeira noite. Quando ele já estava no apartamento só para ele minha mãe para casa e eu fiquei lá.

Pai: Priscilla?

Eu: Oi pai? – me levantei e fui rapidamente até ele. – Precisa de alguma coisa?

Pai: Não. Só quero saber se você está bem. – sorriu de leve. Ele estava sonolento já por causa da medicação.

Eu: Eu estou bem agora, vendo que o senhor está bem.

Pai: Eu estou bem filha. Ainda vou dar muito trabalho pra vocês – riu.

Eu: Não é trabalho nenhum cuidar do senhor. Eu te amo.

Pai: Eu também te amo. Agora eu vou dormir tá?

Eu: Tá bom. Te amo. Boa noite.

Pai: Boa noite minha menina. – ele adormeceu. Eu deitei peguei o meu celular tinha mensagem da Kate então respondi.

Oi Kate, meu pai está bem na medida do possível, está conversando, estamos muito confiantes que logo ele poderá ir para casa.

Ela não demorou a responder.

Que bom Priscilla. Fico feliz com essa novidade. Logo ele estará em casa. E o que você pensa em fazer agora? Vai ficar mais em São Paulo? Vai ficar de ponte aérea?

Eu respondi...

Tenho pensado muito nisso. Vou ficar de ponte área. Não posso deixar meu trabalho, minha vida no Rio, mas posso ir e voltar toda a semana, é o meu pai e eu preciso aproveitar o tempo que tenho com ele. Então acredito que metade da semana vou ficar aqui e outra metade ai no Rio.

A resposta logo veio...

Não é fácil, mas vocês são fortes, graças a Deus vocês tem condições para isso. Então aproveita o tempo com ele, cuida dele, ele merece muito. Está em casa?

Respondi...

Não. Essa noite vou dormir aqui, na hora do almoço minha mãe vem e a noite meu irmão dorme. Vamos nos revezar assim até ele ir para casa. Queremos estar presentes o tempo todo. Quando ele for pra casa vou ficar mais uns dias em São Paulo e volto para o Rio preciso trabalhar, não posso deixar tudo nas costas da Luíza. E você, está trabalhando hoje?

Ela respondeu...

Não. Tirei essa semana de folga. Vou para o Sul ver minha sobrinha. Vai ser um bate e volta, talvez eu trabalhe no final de semana. Vou deixar você descansar. Se cuida.

Eu respondi...


Se cuida você também...

Eu fiquei pensando nela. Meus pensamentos sedividiam entre meu pai, meu trabalho e ela. Eu dormia mal ultimamente eu estavaexausta e parecia que ia entrar em colapso a qualquer momento, mas não era horade surtar. Depois de 8 dias no hospital meu pai recebeu alta. Ele estava bem,um pouco confuso ainda, mas estava bem, animado para ir para casa. Eu ficariaapenas mais dois dias e iria para casa, eu tinha que trabalhar, a Luíza nãopodia ficar sozinha e eu a deixei tempo demais lá. Eu não falei mais com Katenesses 8 dias. Ela não respondia mais minhas mensagens achei aquilo tudo muitoestranho.

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POR HOJE É SÓ...ATÉ BREVE...

NATIESE EM: SENHORITA KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora