XX: O que ela está fazendo aqui? – uma voz muito raivosa perguntou e eu olhei assustada.
Kevin: Pai... – eu olhei para o meu irmão – Eu tentei te ligar, mas estava desligado – veio em minha direção.
Eu: Eu... Eu fiquei sem bateria.
Pai: O que ela está fazendo aqui Kevin? – falou mais alto assustando a Lily.
Eu: Xiiii... Está tudo bem meu amor não precisa chorar – ela me abraçou.
Larissa: Vem filha, vamos dormir? Já está na sua hora. – a pegou do meu colo e sumiu no corredor.
Mãe: O que faz aqui Natalie?
Eu: Eu vim visitar meu irmão, minha cunhada e minha sobrinha.
Emy: O que está acontecendo aqui? – ela ia para o jantar também com o marido.
Mãe: Você sabia disso Emily? Sabia que a Natalie conhecia a Lily e estava aqui? – perguntou.
Emy: Sim eu sabia, por que?
Pai: E por que não nos contou?
Emy: Pra quê pai? Vocês não falam com ela a 10 anos e com certeza apareceram aqui de inconvenientes que são, senão esse encontro aqui nem aconteceria. – falou irritada.
Eu: Eu vou embora.
Kevin: Não... Você não vai vai Natalie, você ficou 10 anos longe da gente, porque a gente não foi família o suficiente para te defender. Você não vai embora. – falou nervoso.
Pai: Kevin... Vai desrespeitar a mim e a sua mãe por causa dessa... dessa... – falava com ódio no olhar – Dessa vagabunda?
Eu: Eu não vou ficar aqui ouvindo isso – sai me soltando do meu irmão e logo senti uma mão me puxando. – AAIII...
Pai: Eu avisei que se você voltasse aqui eu te mataria não falei? – me deu um tapa na cara me fazendo bater no muro. Ele me dava tapas e eu tentava me defender e senti uma forte dor no braço e um estalo me fazendo gritar de dor até que vi a Emily e o Kevin o tirando de cima de mim. Numa fração de segundo vi meu pai caindo na calçada com a mão no peito e minha mãe correndo até ele. Tudo parecia em câmera lenta pra mim. Senti uma mão me levantando, era a Larissa. As vozes ficavam distantes e logo eu estava dentro da casa. Eu não ouvia nada direito, não enxergava nada direito. Eu via tudo como um borrão entre o dia que eu fui expulsa de casa e aquele momento. Levei a mão no meu rosto e o sangue descia por ele. Meu braço esquerdo doía não conseguia mexê-lo direito. Vi do lado de fora luzes de ambulância e logo um paramédico entrou falou comigo, mas eu não respondia. Eu fui levada para uma outra ambulância e fomos para o hospital.
No caminho as lembranças vinham como socos...
FLASHS...
Era domingo... E eu não imaginava que seria o pior dia da minha vida. Eu ficava com uma menina da minha cidade e já tinha notado que minha mãe andava estranha comigo. Meus pais tinham saído no sábado, era uma festa da igreja que eles frequentavam. Meu pai, um empresário e vereador muito conhecido e respeitado na cidade, minha mãe uma engenheira civil também muito conhecida e respeitada por todos. O nome dela era Beatriz. Bia, como eu a chamava. Ela foi lá pra casa enquanto meus pais e meus irmãos estavam na festa, a gente transou e fazíamos inúmeros planos. Pegamos no sono e quando acordamos foi com meu pai nos agredindo. Usávamos apenas calcinha e sutiã. Estava frio, muito frio. Meu pai me pegou pelo braço e me jogou no guarda roupa. Eu quebrei uma costela esse dia. Minha mãe me deu um tapa na cara e falava palavras para mim que jamais pensei ouvir dela.
Mãe: Eu quero que você morra... Eu não coloquei uma filha no mundo pra isso – me batia na cara.
Eu: Aiiii... mãe, por favor, me escuta me deixa explicar... – chorava.
Mãe: Explicar o que? Essa pouca vergonha dentro da minha casa Natalie? Eu quero você fora daqui... EU QUERO VOCÊ LONGE DE MIM... PRA MIM VOCÊ MORREU.
Pai: Esqueça que eu sou seu pai. Eu não sou pai de uma aberração. Essa vergonha eu não vou carregar nunca – me deu outro tapa e eu cai na porta da minha casa. Ele logo me pegou pelo cabelo e me jogou do lado de fora da casa. Todos os meus vizinhos saíram para ver o que acontecia. – SOME DAQUI... VAGABUNDA... LUGAR DE MUNDANA DE PUTA É NA RUA E NÃO DENTRO DA MINHA CASA – eu olhava para os meus irmãos e eles não diziam nada. Uma vizinha, dona Judith veio até mim com um cobertor e me levou para a casa dela. Eu era desespero, gritos, choque. Eu era o caos. Meu corpo todo estava machucado de surra, de quedas, de batidas em móveis onde eu fui jogada.
Judith: Calma, toma essa água, fica calma. Vamos ao hospital, você com certeza quebrou uma costela, precisa cuidar disso – o marido dela, doutor André ele era dentista e era um homem muito sério e até bruto e lá de dentro eu ouvia a discussão dele com o meu pai. Aquele homem xingou meu pai de todos os nomes possíveis. Ela me deu uma roupa para vestir, a filha dela Janaina que era minha amiga na época pediu que meu irmão arrumasse uma mala de roupa pra mim e pegasse meus documentos, meus objetos e um dinheiro que eu estava guardando e entregasse pra ela quando ninguém tivesse vendo.
André: Fica calma tá, você vai ficar bem. Seja com eles, ou sem eles.
Eu: A Bia... Eu preciso saber como ela está...
André: Ela foi embora, um dos vizinhos a levou pra casa fica tranquila. – eles queriam me levar ao hospital, mas eu não quis ir. Eu não dormi a madrugada toda, eu sentia muita dor pelo corpo, meu rosto estava inchado, meu corpo todo estava esfolado. De manhã bem cedo Janaina me entregou uma mochila e uma mala grande com minhas roupas e alguns sapatos. Meus documentos pessoais junto com o passaporte, tudo que ele conseguiu pegar sem que meus pais vissem. Eu tinha na época um dinheiro guardado e tinha também uma poupança onde meus avós depositavam dinheiro para mim. Só eu tinha acesso a conta. Dona Judith e Janaina me levaram ao aeroporto naquela manhã e eu comprei a primeira passagem que encontrei para o Rio de Janeiro. Cheguei o Rio e fui para a casa dos meus avós, contei que meus pais me agrediram e contei também o motivo. Os dois não entenderam muito na hora, e não acreditaram no que os meus pais fizeram. Fiz contato com Rodrigo meu amigo. Ele era meu amigo já algum tempo. Ele morou no Sul por alguns anos e estudamos no mesmo colégio e desde então não perdemos contato. Ele me ofereceu ficar no apartamento dele e me arrumaria alguma coisa para fazer e ganhar dinheiro, alguns bicos para me manter até arrumar alguma coisa. E eu acabei precisando. Minha família inteira virou as costas para mim. Meus avós falavam comigo como se eu fosse um demônio e então eu fui para a casa do Rodrigo. A Bia, eu nunca mais consegui falar com ela. Ela sumiu das poucas redes sociais que existiam na época, o telefone dela não era mais o mesmo e eu nunca mais a vi.
FIM DO FLASH...
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Pesado...
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NATIESE EM: SENHORITA KATE
FanficDuas mulheres, dois "mundos" diferentes... Priscilla Pugliese 28 anos empresária de sucesso formada em Administração e Gastronomia, dona de um dos restaurantes mais famosos do Rio de Janeiro, Olympe entre outros restaurantes pelo país junto com sua...