Capítulo 101

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Estamos perto do fim gente... Infelizmente... :( já estou triste.

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Fomos pra casa e eu fiquei de repouso por 3 dias e depois poderia voltar a minha vida normal, sem muito esforço. Estava cuidando das obras da nova escola que estavam caminhando super bem. Decidimos que lá seria a única escola. Era muito grande e poderíamos atender mais pessoas. Eu só saberia se a inseminação deu certo em 45 dias. Então meu exame estava marcado para dia 27 de fevereiro. Levamos uma vida normal nesse período e uma semana antes da data do exame eu comecei a passar muito mal, com enjoos, tonturas, eu não podia sentir o cheiro de comida que eu vomitava.

Pri: Está melhor? Trouxe uma vitamina pra você. – me deu o copo.

Eu: Eu não estou com fome amor, eu estou muito enjoada – falei um pouco mole.

Pri: Sabe o que isso pode ser né? – sorriu.

Eu: Sim eu sei... – sorri de volta. Foi a pior semana da minha vida, no quesito mal estar. Eu vivia vomitando. No dia do exame meu coração parecia que explodiria.

XX: Natalie, parabéns, você está grávida. – eu abracei a Pri com força e chorando muito. A médica deu inúmeras instruções e pedidos de exames e eu fiz tudo aquela semana. Decidimos não contar a ninguém até os meses de risco passarem. Pri e eu estávamos muito felizes. Nossa felicidade foi por água a baixo duas semanas mais tarde. Eu estava na escola assinando alguns papéis quando comecei a ter cólicas fortes. Liguei para a Priscilla e ela logo chegou e me levou ao hospital. Eu cheguei lá com um sangramento intenso. E a notícia mais tristes das nossas vidas chegou.

Alessandra: Natalie, Priscilla, eu sinto muito, mas não existe mais batimento fetal. Você sofreu um aborto espontâneo Natalie.

Eu: Não – comecei a chorar muito e a Pri me abraçou e chorou também.

Pri: Tudo bem amor a gente vai ficar bem, fica calma, vamos ficar bem. – ela precisou fazer curetagem, mas eu ficaria só 48 horas no hospital. Depois da curetagem eu dormi e acordei com a Pri falando no telefone e chorando. Ela falava com a mãe dela. – Oi mãe tudo bem? Não eu não estou nada bem. A Natalie perdeu o bebê... Sim, ela estava grávida, a gente estava esperando o primeiro trimestre passar para contar a todos. Descobrimos a duas semanas. Ela está mal, está dormindo agora, fez curetagem, vai ficar aqui hoje e amanhã. Deve receber alta amanhã no fim do dia ou depois de amanhã pela manhã. Não precisa vir mãe, vamos ficar bem... Ok, tudo bem. Eu também te amo – desligou e eu fingi que dormia. Ela estava sofrendo e eu me sentia tão incapaz e culpada. Eu perdi nosso bebê. Priscilla estava arrasada. Na manhã seguinte acordei com Patrícia na poltrona ao meu lado.

Patrícia: Oi... Bom dia – sorriu de leve – Como se sente?

Eu: Um pouco de dor. Eu não consegui Patrícia... – falei triste.

Patrícia: As chances disso acontecer eram muito grandes Natalie, você sabia disso. Mas não impede você de tentar daqui alguns meses, vamos ser confiantes. Estamos esperando os resultados do que houve de verdade. Você vai ficar bem, a Pri também logo tudo isso vai passar. Podem adotar também se não quiserem tentar, mas não fica assim. Eu sei que é difícil, mas não era pra ser. – a noite o resultado chegou, minha médica veio falar comigo. Minha sogra e a Pri estavam no quarto.

Alessandra: Como está se sentindo? Está com dor?

Eu: Um pouco de cólica.

Alessandra: Vou fazer uma medicação pra você. Amanhã poderá ir pra casa e fazer repouso de pelo menos 1 semana para se recuperar totalmente.

Pri: E o exame saiu? – perguntou segurando minha mão.

Alessandra: Sim, saiu. Você não fez nada de errado, você estava bem Natalie, seu útero está completamente normal, até mais do que estava a um ano atrás. O que aconteceu foi que o óvulo sofreu uma alteração genética, então o aborto aconteceu. Como ele estava com essa alteração o seu corpo entendeu que iria para frente e o expulsou. As chances disso acontecer na primeira inseminação são de 70%. De todos os óvulos que separamos e inseminamos, esse infelizmente foi o que sofreu a alteração. Eu pedi ao laboratório para verificar todos os óvulos coletados e estão todos normais esse era o único com problemas e infelizmente foi o que inseminamos.

Eu: Então a culpa não foi minha?

Alessandra: Claro que não. De maneira nenhuma. Poderá tentar novamente em seis meses.

Eu: Tudo bem... – a Patrícia foi pra nossa casa, ela ia dormir lá e tratar dos nossos cachorros. – Você está bem amor? – perguntei a Pri.

Pri: Sim estou e você? – me deu um beijo.

Eu: Chateada. – suspirei – Mas não era pra ser não é mesmo?

Pri: É amor... Não era pra ser. Agora dorme um pouquinho. Amanhã cedo vamos pra casa e sua mãe chega também.

Eu: Tá... Te amo.

Pri: Eu te amo mais... – nos beijamos. Na manhã seguinte fomos pra casa, minha mãe chegou e ela a minha sogra só faltavam brigar pra ver quem me paparicava mais, era até engraçado, porque as duas pessoas que me odiaram agora brigando para ver quem cuida melhor de mim. A Pri se divertia horrores com isso. As duas ficaram uma semana lá em casa e foram embora. Eu fazia algumas coisas em casa, dançava no meu estúdio, estava voltando aos poucos com a nossa vida. Alguns dias depois eu e a Pri viajamos, fomos para o Chile, ficamos lá uma semana e voltamos pra casa... Nossa vida teria uma mudança imensa dali pra frente por conta de uma grande tragédia. Tudo mudaria muito e a responsabilidade era imensa. 

NATIESE EM: SENHORITA KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora