Capítulo 100

839 57 3
                                    

NATALIE NARRANDO...

Eu estava deprimida. Nenhum tratamento estava funcionando como deveria para que eu engravidasse e isso estava acabando comigo. Patrícia conversou muito comigo quando estive em São Paulo para o aniversário dos gêmeos. Aquilo tudo me confortou, mas eu ainda me sentia machucada. Eu tomo injeções todos os dias para conseguir que a fertilização tenha sucesso. O natal esse ano vai ser na nossa casa. A família da Pri já estava no Rio, minha irmã e meu cunhado estavam hospedados na minha casa e eu convidei minha mãe. Ela ficou hospedada na casa do meu irmão. A Pri cuidou pessoalmente da ceia. Passou o dia todo na cozinha e eu a ajudei com muitas coisas, assim como minha irmã, meu cunhado e a minha sogra que esteve lá durante a tarde para ajudar embora as habilidades dela na cozinha não sejam grandiosas. Arrumei a mesa, estava tudo lindo. Logo todos começaram a chegar e por último foi meu irmão com a minha cunhada e sobrinha e a minha mãe.

Eu: Oi... entrem... – eles entraram – Oi princesa, você está linda – peguei minha sobrinha no colo e a beijei. – Oi mãe.

Mãe: Oi filha – sorriu.

Eu: Entra, fica a vontade. – ela entrou. Eles colocaram os presentes na árvore. – Quer conhecer a casa? – perguntei a minha mãe.
Mãe: Claro. – sorriu em concordância. Mostrei a ela os cômodos de baixo primeiro em depois subi para o segundo andar.

Eu: Aqui é meu quarto e da Priscilla...

Mãe: Nossa, é tudo muito grande e muito bonito.

Eu: A Pri escolheu tudo. Ela tem um ótimo gosto.

Mãe: Sim, a casa é maravilhosa.

Eu: Aqui em cima tem mais quartos, são 8 contando com o nosso, tem uma pequena biblioteca e o meu escritório é aqui em cima também.

Mãe: Está feliz? – nos sentamos no meu quarto.

Eu: Como eu nunca fui antes. A Pri é maravilhosa, me faz feliz todos os dias, me apoia em tudo, me incentiva em tudo. Acredita e confia em mim. Ela é uma pessoa excepcional. – eu comecei a chorar – Eu estou feliz mãe. Eu estou mais feliz do que eu pensei que um dia eu seria. Depois de 11 anos que sai do Sul depois de ser agredida por você e pelo meu pai. Eu conquistei a minha vida, eu ajudo pessoas a serem felizes consigo mesmas, como elas realmente são. Eu tenho uma esposa espetacular, eu sou amada, muito amada.

Mãe: Eu sei filha... Eu fui cega por muito tempo. A Emily me falou que tinha te visto antes de você ir para o Sul e acontecer tudo aquilo na casa do seu irmão. Eu fiquei sem reação e eu não esperava que seu pai fosse agir daquela forma. Eu fui submissa a ele, as vontades dele. E Deus me perdoe por isso, mas quando ele morreu eu me senti liberta – eu a encarei – É filha, não éramos felizes a muito tempo. Mas mantivemos uma fachada de casal perfeito pra sociedade. Eu não me orgulho do que eu fiz com você, jamais. Eu não me orgulho de nada disso, nunca me orgulhei. Eu tentei falar com você inúmeras vezes depois que ele morreu, porque se ele sonhasse que eu falei com você ou tentei contato nos últimos anos, ele me mataria – eu a olhei com espanto. – Sim, seu pai me ameaçava. Por isso nunca te procurei e por isso me senti liberta quando ele morreu. Apesar de tudo isso, do autoritarismo, da maneira obsessiva e doentia dele, eu passei mais da metade da minha vida com ele, e eu o amei muito. Ele foi a minha pessoa por muito muito, ele foi bom para mim até onde ele soube ser bom. Ele se foi, meu coração se aquietou sabe por que? Por que você finalmente poderia ser livre para ser você sem as chances de acontecer tudo aquilo de novo. Eu perdi um companheiro de uma vida, mas a minha filha ganhou a liberdade para ser ela mesma e meu Deus, eu pedi tanto para você ter paz genuína – nós duas chorávamos. Minha mãe falava com dor, com tristeza e alivio ao mesmo tempo. Ela amava meu pai, ela me amava, mesmo que não aceitasse lá atrás quem eu era e por influencia do meu pai da pessoa que ela amava, ela me renegou e ela parecia tão sincera e limpa ali para mim que meu corpo ficava cada vez mais leve a medida em que ela falava. - Quando seu convite de casamento chegou com uma pequena carta da sua esposa meu coração se encheu de esperança de podermos ter essa conversa aqui. Eu pensei muito se viria para o casamento, porque eu não sabia qual seria sua reação e eu não queria que você ficasse com raiva ou mal no dia do seu casamento. Mas resolvi arriscar. Durante todos esses meses eu esperei pela conversa que te pedi no dia do casamento. Eu te devo um pedido de perdão, e acho que nem se eu fizer isso todos os dias da minha vida, vai ser o suficiente para você me perdoar.

Eu: É difícil mãe... Vamos aos pouquinhos tá?

Mãe: Tudo bem filha – me puxou para um abraço. Eu fiquei naquele abraço não me lembro por quanto tempo.

Eu: Vamos descer?

Mãe: Vamos – sorriu de leve, eu dei a mão a ela e descemos. Quando a Pri nos viu de mãos dadas ela só deu um sorriso e uma piscadinha para mim. Nossa ceia foi maravilhosa, a troca de presentes também. Logo todos foram embora e eu e a Pri subimos. Transamos a madrugada inteira e foi espetacular. Estamos ficando a cada dia melhores nisso. No réveillon fomos para Angra.

Minha mãe também foi, e ela estava interagindo mais abertamente com todo mundo. No dia 05 de janeiro soubemos que a Lucyle deu a luz a Serena e ela era linda demais, ficamos encantadas. Fomos para os Estados Unidos conhece-la no dia seguinte e ficamos ainda mais apaixonadas por ela. Nossa fertilização estava marcada para o dia seguinte do aniversário da Pri. A mãe dela como sempre promoveu a festa de aniversário dela e fez uma super festa. No dia seguinte voltamos para o Rio bem cedo, a inseminação era as 10 da manhã. Eu me preparei muito pra esse dia. A Pri entrou comigo e o processo todo não foi longo. Mas eu teria que ficar deitada por 1 hora até poder ir pra casa.

Eu: Será que vai dar certo?

Pri: Vamos ser positivas ok?

Eu:Uhum... –não soltava a mão dela.

NATIESE EM: SENHORITA KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora