cap 1

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Raissa Andrade

Namoral falar aqui pra vocês as vezes Eu fico pensando se fiz as escolhas certas, nunca tive a oportunidade de ter o ensino de casa quando era menor.

Meu morro é meu tudo, tô aqui pra matar e pra morrer, mas você está em uma operação contra a polícia e não saber se volta pra casa, não saber se eu vou conseguir voltar para o meu filho, é a pior sensação que tem.

Eu eu fui criada até os meus 13 por aqueles dois que me colocaram no mundo, até o filho da puta que diziam ser meu pai, me estuprar, com a minha própria mãe assistindo e não fazendo absolutamente nada.

– Mãe por favor! Me ajuda - eu suplicava pela sua ajuda e ela ria e não movia um dedo.

– Tá pedindo ajuda por quê? Tu tá gostando que eu sei - me deu um tapa.

Suas palavras não saíram mais da minha cabeça, era impossível imaginar um pai fazendo isso com a sua própria filha.

Assim que eles sairam depois de me estuprar, eu fugi, corri para um caralho, corri tanto que acabei chegando no morro do Vidigal, eu só sabia por que era um dos morros que eles compravam drogas.

Foi nesse dia que a Lúcia, me encontrou, contei tudo pra ela, não tinha nada a perder mesmo, ela me entendeu, e me acolheu junto com o Roberto (RB). Eles cuidaram de mim.

 Depois de 2 meses, veio a notícia de que eu estava grávida, do estupro, tive esses caralho tudo de depressão, crises de pânico e pá, fiquei locona mesmo, me levantava pra nada, quem mais me ajudou, além da Lúcia e do RB, foi o meu irmão do peito, filho da tia Renata (RN), ex sub dona do morro.

Ganhei o Davi, no meio de toda luta, foi muito difícil, o bom foi que ele não puxou nada do pai de vocês, independente de tudo, acolhi ele igual

Mas isso não fez eu parar minha vida, estudei e cuidei dele, ao mesmo tempo, com muita ajuda, hoje ta ai com 14 anos, meu menino.

Mesmo com todo estudos e oportunidades, eu escolhi ser dona do morro, herdeira do Vidigal.

Raissa: Tá moscando PR? - atirei no filho da puta do policial que estava atrás dele.

Pedro: Iiih vem de estresse não, me destrai um pouco só - essa porra é louca, não é possível.

Radinho

Ai patroa eles ja estão vazando - um menor falou todo ofegante

Faz uma limpa ai no morro, que eu vou ir ver o Davi.

Chamei o Pedro e a Carol pra ver o Davi, dessa vez meus pais tinham viajado, na verdade estavam no caminho de volta do morro, eles estavam em São Paulo, então meu filho ficou sozinho, eu não gosto, mas fazer o que?

Guardamos o fuzil, e fomos no meu quarto chamar ele.

Raissa: Davi pode sair já - ele saiu de dentro do guarda-roupa, pulando em mim -  qual foi  Davi? Vai me esmagar mesmo? - gastei com ele.

Davi: nossa não pode nem se preocupar com a senhora - falou fingindo estar chateado, o erro esse menino.

Carol: Já é  Davi - mandou um legal - obrigado pela preocupação - falou fazendo bico.

Davi: olha gente minha dinda ta de tpm - falou rindo fazendo todos rir, inclusive a Carol - agora vai todo mundo tomar banho - falou batendo palma, esse muleke ta andando muito com o Pedro.

Pedro: Menino você tá muito abusado pro meu gosto - debochou.

Davi: To nada dindo - falou fazendo cara de deboche.

Saímos do quarto rindo, e fomos tomar banho, igual o senhor abusado falou.

Depois de tomar banho, me vestir e depois fui comer né!? Maior larica da porra. E o pior fui procurar comida e cadê? Nem tinha.

Pedi lanche mesmo, pra cada um, esse povo parece que nem tem casa, vive aqui.

Pedro: Chegou? - entrei com as sacolas - achei que o cara tinha se perdido - pega lá os pratos Davi.

Raissa: Vai não Davi - ele olhou pra mim - tá achando que aqui é pensão e meu filho é um empregado? Levanta a bunda e pega- ele fez cara feia e foi pegar.

Comemos e depois foi cada um para o seu quarto,  o Pedro e a Carol ficaram na sala mesmo, a casa só tem dois quartos.

De noite e quando bate aquela neurose, tá ligado? Minha vida tá uma rotina, as vezes acontece igual hoje, uma invasão, mas eu não quero só isso não.

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FEITICEIRA (Romance safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora