FEITICEIRA (Romance safico)

cap 83

Nathalia Prado

Chegou o dia da minha princesa. Eu amo muito e não nego!

Estou o dia inteiro segurando choro, a Fernanda ia estar tão feliz agora, cinco horas da manhã, ela já teria levantado, eu não duvido nada.

Estou aqui no quarto, só cabelo e maquiagem feita, por que não dá pra vestir minha roupa, antes de vestir a Rayane.

Falando nela, está a coisa mais linda, um vestido azul, cheio sabe?

Nathalia: Para quieta, amor! - falei meio alto, mas ela não parou.

Passou o tempo inteiro dormindo, daí agora tá ligada no 220, não tá parando quieta, mas eu venci, acabou que eu consegui arrumar aqueles cachinhos dela e botei um laço rosinha.

Raissa: Já acabei aqui com a Ana, e eu também tô pronta, quer que eu fique com a Rayane pra tu? - entrou no quarto junto com a Ana, as duas maravilhosas.

Ana: Olha mãe - parou na minha frente fazendo uma pose - tô linda né? - assenti dando um monte de beijo nela - para, se não vai estragar os cachos que a outra mãe fez - se soltou de mim, fazendo a Raissa rir.

Nathalia: Tá bom então desculpa - levanto a mão em rendição e vejo a Raissa vindo na minha direção pegar a Rayane - tá linda - falo dando um selinho nela - cadê o Davi?

Raissa: Já tá lá embaixo - assenti.

Elas desceram a acabaram me deixando sozinha, agora minha hora, sabia que isso é um milagre?

Eu comprei duas roupas, mas eu acho que vou com a minha segunda opção, que são, um cropped branco, com um decote enorme na frente e um short saia, que a parte da saia é um tecido mais transparente, também braco, é um conjunto, lindo.

Falando em festa, a Raissa não me deixou ver, só disse que está tudo do jeito que eu queria, quero só ver.

Eu já tinha passado meus cremes, então depois de vestida, eu só reforcei o desodorante e passei mais perfume.

Coloquei uma correntinha prata, só pra fazer graça mesmo, nem da pra ver e já já eu tiro, enrosca tudo no meu cabelo e eu não gosto não, também coloquei um salto e soltei meu cabelo, que estava na touca, se esses cachos, feito com babyliss, não durar, o Gael vai dá a louca.

Desci as escadas e estavam só me esperando, já estavamos atrasados, pegamos as coisas, eu quase esqueço do macacão da Rayane, entramos no carro e fomos pra festa.

O portão já estava aberto, eu não entrei, primeiro eu fui falar com a decoradora, que tinha que ir pra outro lugar.

Mas quando eu entrei, eu simplesmente não aguentei e cai no choro.

Não pela decoração, mas por eu lembra que esses era um dos maiores desejos da minha irmã, e ela estaria aqui, pulando de alegria, com aquele jeito dela, comemorando o primeiro ano de vida, da Rayane.

E eu vou fazer o meu melhor, porque se agora ela estiver me olhando, seja lá aonde ela estiver, eu quero que ela sinta orgulho, por eu não ter abandonado ela.

Raissa: Ei! - veio me abraçar meio sem jeito, por estar com a neném no colo - tem que sorri ó, a festa tá linda, e eu sei que a Nanda tá orgulhosa de você - me afastei sorrindo pra ela.

Nathalia: É eu sei - a Raiane esticou os braços pra mim e eu segurei ela.

Dei mais uma olhada no lugar, e estava realmente do jeito que eu queria, o tema era do tal do bolofofos, eu sei de cor as músicas, ela não para de ouvir eles, nada mais que justo, eu escolher esse tema.

Os convidados estão começando a chegar, eles tem que aproveitar que a Rayane não reclamou ainda e não deu o show dela, porquê esse povo gosta de tirar foto viu.

Depois de muito sufoco eu consegui sentar com ela, pela primeira vez, ela não se cansou de tirar foto, se comportou bem bonita.

Festa de criança é o terror das mães, tem filho que já se lambuzou todo, comida, uns não param quietos, a Ana é outra, deixei essa na mão da Raissa, quer mandar no pula pula, deixa ninguém subir.

Gael: Bora mulher, bate logo esse parabéns, eu não tô aguentando mais essas crianças - bateu na minha perna.

Laysa: Tu tá em uma festa de criança, Gael, queria o que? - ele deu língua e eu ri.

Nathalia: Mas eu vou mesmo, já são oito horas, aí eu solto as bebidas e libero as outras coisas - eles assentiram - vou atrás da Raissa.

Procurei viu, rodei aquele salão todinho, e fui achar ela lá fora com a Ana, até estranhei.

Nathalia: O que tá acontecendo aqui? - as duas olharam pra mim e a Ana veio pro meu lado.

Raissa: A gente só tava conversando, ela não queria deixar de jeito nenhum as crianças entrarem no pula pula - disse seria e eu entreguei a Rayane, pra poder a baixar e falar com a Ana.

Nathalia: Eu sei que a festa é da sua irmã e você quer brincar bastante - disse firme e ela olhou pra mim querendo chorar - mas as outras crianças também, então uma vez você e nas outras vezes elas, combinado? - ela assentiu - agora vamos lá cantar parabéns e comer de montão - sorri brincalhona e limpei a lágrima dela.

Entramos e fomos pra trás da mesa, chamando o Davi, queria vim não, pois eu arrastei ele.

Cantamos parabéns umas trezentas vezes, o povo, especificamente o Pedro, gosta de fazer graça, e ficou repetindo umas trezentas vezes, ainda no final o povo ficou pedindo discurso, indo no embalo dele.

Nathalia: Ok... Ok... Eu já entendi que vocês querem que eu passe vergonha - riram - bom, eu acho que não tem como eu agradecer ou eu falar qualquer coisa aqui, hoje, que não envolve a Fernanda, a nossa eterna Nanda, todos aqui teve a oportunidade de conhecer a mulher maravilhosa que ela era, o tanto que ela tirava do dela, pra ajudar as pessoas da favela - respirei fundo.

Davi: Calma, mãe - ouvi Davi falando no meu ouvido, se foi pra me acalmar, não funcionou, porque essa é a primeira vez que ele me chama de mãe.

Nathalia: Ela antes de ir, me deixou um presentinho, muito pequeninho, mas que eu teria que ter uma grande responsabilidade, o presente foi a Rayane, que eu já tinha um amor de tia, enorme! E esse amor se tornou um amor de mãe, eu nunca vou substituir o lugar da minha irmã, mas eu quero que ela cresça rodeada por pessoas que a amam, infinitamente - funguei - acho que os dias sem dormi e aquelas histórias todas, que eu acho, que a maioria sabe, porque estão com filhos, mas ver tomar as vacinas e chorar junto, no caso eu fico de fora, quem leva é a vó - rimos - ainda é o primeiro aninho dela, de muitos, e mesmo com todas as coisas eu vou dizer mais uma vez, que a amo e nunca vou me cansar de dizer - bateram palmas e eu olhei em volta e muitos estavam chorando.

RETA FINAL

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