Raissa Andrade
Maior inferno nesses lugar! Não aguento mais ficar aqui nem um dia.
Já apanhei pra caralho, os dias que eu tô aqui, pelo menos a cada dois dias eles me tiram da cela e me batem.
Fala pra mim abrir a boca, falam que vai me tirar desse buraco, nunca vou trair minha família.
Até parece... Desse lugar eu só saio morta ou se eu fugir.
Tenho que fazer isso antes deles me mandarem pra outra cadeia e acabar caindo nas dos meu inimigos.
Do jeito que eles tão sorrindo pro vento quando me vê, é essas metas mermo, vão ganhar dinheiro, muita grana por cima disso.
Mas eu já tô trocando uma idéia com a enfermeira.
Tem que ter um lado bom deles tá me batendo, eu tô sempre lá, falei no quarto dia, que eu estava aqui, pra ela que dava dinheiro e a mulher falou que ia trazer hoje, um celular.
– Aí tu é caladona em - soltou a fumaça do cigarro.
A gente estava no lado de fora, conheço ninguém e nem quero conhecer, umas já até sabe quem eu sou e nem chega perto, eu gosto assim, muita gente, sempre da problema, prefiro ficar só.
– Se eu fosse tu nem mexia com ela, é aquela mulher que tavam falando - a mulher que estava do lado dela falou.
– Aqui dentro todo mundo é igual, não tem essa - nem dei atenção, gente assim, só quer palco.
Tentou puxar um assunto comigo, mais eu nem respondia direito, ela foi pro outro lado.
Esse lugar é um tormento pô, tem nada pra fazer aqui, tô pouco tempo e já tô pedindo arrego.
Que isso gente? Primeira e última vez, tô com saudade da minha família.
Davi, minha cria, o muleque deve tá mal, a não ser que eu estivesse em uma reunião, ele nunca nem passou uma semana sem mim, a Naty deve tá dando aquele auxílio legal, do jeito que eles são grudados.
Falando nela, tô com saudade da minha nega, de tudo tá ligado? Não só das nossas transas, mas do nosso carinho, do nosso dia dia, de como a gente se trata, até das brigas, essa mulher é tudo pra mim, não consigo mais ficar longe dela não.
Queria saber como as duas porrinhas que vive em casa estão, Rayane e Ana, se ela tão bem sabe, aquela pequena mexe mermo comigo, o jeitinho dela debochado, me apeguei demais.
Já estava na minha cela, faz uns dois dias que eu não tomo banho nessa porra, não me trouxeram nem as coisas básicas, única vez que eu tomei banho, foi a água gelada que eles tacaram em mim.
O que eu mais queria aconteceu, me tiraram da cela pra trocar os curativos, sei nem pra que tá servindo essas porras, já que não tá cobrindo quase nada.
Eles me deixaram dentro da sala sozinha com a enfermeira e ficaram na parte de fora.
Enfermeira: Como você está? - ja veio mechendo nós curativos.
Nega: Tô bem doutora, vou ficar melhor ainda depois que eu sair daqui - ela riu e eu não entendi nada - Qual foi?
Enfermeira: Tendo a ficha que você tem, eu tinha perdido as esperanças - agora foi minha vez de rir.
Nega: Vai nessa doutora, a gente se vê lá fora - ela me olhou e levantou a sobrancelha, mas nem falou nada.
Continuo mexendo ali os negócios, o porra que dói, os bagulho em carne viva, nem tinha o que fazer.
Enfermeira: Toma - olhou pra trás e tirou dos peitos o celular de botão pequeno, eu já escondi ele - como vai funcionar o pagamento?
Nega: Vai ser essas idéias mermo que eu conversei com tu, eu vou trocar uma ideia com meu parceiro e amanhã vai tá na sua conta, fica tranquila - ela assentiu - valeu aí.
Enfermeira: Que isso, qualquer coisa tô aqui - abaixou o decote dela, quase jogando na minha cara.
Nega: Tu até é gostosa doutora, mas se liga, minha mulher tá em casa, com minhas crias, me esperando e eu tenho respeito por eles.
Ela ficou sem graça e rapidinho foi chamar os cara pra me pegar, já pedi pra ir no banheiro também, quero saber como tá todo mundo.
Sentei no vaso e já liguei o celular, estava todo carregado, do jeitinho que eu pedi, coloquei o número do Pedro, e liguei, quero ligar pra Naty, mas por enquanto tem que ser com ele mesmo.
Pedro; alô quem é? - abaixei o volume, bagulho estava na maior altura.
Nega: Sou eu pô - ouvi ele falar alguma coisa pra alguém e depois ficou em canto silêncio.
Pedro: Qual foi? Tá bem aí filha da puta? - não presta mesmo essa porra.
Nega: Bem não tô né, mais tô indo quero saber como tá o povo.
Ele me falou que estava todo mundo preocupada comigo, que tentaram falar com o canas, mas ninguém deu a informação.
Disse que todo mundo já estava melhor, que o Davi não queria sair do quarto no começo, mas a Naty deu um jeito.
Disse que ela estava bem, só via ela com a cabeça em outro lugar as vezes, mas nada demais.
Falei com ele da fuga, ele disse que esta tudo marcado a reunião com a firma, pra ver que dia vai ser certinho, mas já deu o aviso que ele acha que vai ser quando eles tiverem me levando pro outro presidio.
Antes de desligar só falei do dinheiro da doutora, pra já não ter problema, guardei de novo e sai do banheiro.
Eles me revistaram e eu voltei com eles pra cela nas nuvens, Eu fiquei felizona né pô, pelo menos todo mundo tá indo bem...
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FEITICEIRA (Romance safico)
Fanfic𝙍𝙅-𝙑𝙞𝙙𝙞𝙜𝙖𝙡 Ela dança olhando pra minha cara Baby, eu não consigo te tirar da cabeça Na onda parece miragem Me hipnotizando tipo uma feiticeira Só consigo me esquecer dos meus problemas Quando eu olho assim pro seu rabo Bebendo água de bandi...