cap 33

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Raissa Andrade

Coelho: Aí patroa! O menor ali da viela 3 quer pagar não - chegou fazendo um toque comigo.

Nega: Como assim caralho ele não quer pagar? Tem querer nada não.

Coelho: Eu sei pô, mas quando eu fui lá a mãe dele disse que o filho não faz nada e me mandou embora, gritando pra porra.

Nega: Vamo lá então carai - ajeitei o fuzil e fui andando com ele - quantos anos esse muleque tem?

Coelho: 15 anos, Nega, é aquele menor que sempre vem comprar com uns amigos.

Nega: Tô ligada quem é, mãe dele sai pra trabalhar cedinho né...

Chegamos lá já batendo na porta, uma menina saiu de short curtinho toda se jogando.

- coé? - fez uma bolha com o chiclete.

Nega: Viemos falar com tua mãe - continue com a minha postura.

- Quer falar o que com aquela velha? Achei que queria trocar um papo comigo pô - colocou a mão encima do meu peito e foi abaixando.

Nega: Vamo parar de gracinha? - peguei a mão dela e joguei pro lado - vai chamar logo tua coroa po.

Ela foi chamar e depois de um tempo uma senhora saiu ja falando um monte, botando pra quebra mesmo, dizendo que o filho dela não fuma, que ele não chega nem perto da boca.

Nega: Eu não quero saber sobre sua vida não dona, quero saber do meu dinheiro - ja estava perdendo a paciência.

Ela chamou o filho dela, pra resolver essa história, se não pagar vai pro desenrolo, malandrinho acha que é assim, pega as drogas fiado e acha que ninguém vai cobrar, tenho dó é das mães, faz um trampo maneiro, pros os vagabundos dos filhos fiar gastando com droga. Depois de um tempo um muleke chegou, quando viu que era nois já abriu o maior olhão.

Ficamos maior cóta la resolvendo os bagulhos, menino não queria dar o braço a torcer não, mesmo comigo ali ele não falava nada, ja mandei a real logo, disse que ele vai ser cobrado da mesma forma, ai sim e ele começou a falar os bagulho pra mãe, disse que roubava ela e os caralha quatro, mulher chorou que só, dava até dó de ver.

Resolveu que ela me pagou, com um dinheiro la, que ela tinha guardado, mas eu e o Coelho não deixou barato, foi madeirada nas duas mão, pra deixar de ser besta e parar de roubar a mãe.

Voltei pra boca, ja fazendo meu trampo maneiro, tudo na paz, estava felizinha pra caralho né pô, vou mentir não, a maluca ia dormi na minha casa, Davi voltou pra casa, então não teve como eu dormi mais lá.

Tô curtindo ela de verdade, isso que me assusta, não gosto de me apegar, sempre da merda, é uma cobrança atrás da outra, minha vida é uma confusão que só.

Cachinhos: Ala PR dês de que ela chegou tá com esse sorrisinho - deu um toque no Pedro.

Eu estava adiantando algumas coisas, pra passar mais tempo com a Naty e os vagabundos chegou ja como? Enchendo o saco.

PR: Esse sorrisinho se chama Nathalia - falou rindo.

Ia responder mais meu celular tocou mostrando a mensagem da Naty. Pensei que ela ia dar maior migué em mim de novo, falando que me esperava, que não queria ficar com o Davi sozinha.

Mas dessa vez o bagulho era sério, disse quem tinha rolado um bagulho com a mãe dela e não ia poder ir, então nem falei nada, mas fiquei como? Murchinha né.

Cachinhos: Qual foi dessa cara agora? - me encarou.

Nega: Vou ficar falando as coisas aqui na boca não, vão cuidar da vida de vocês - já fiquei com a cara fechada.

Terminei ali o que eu tinha que fazer e fui pra casa, me deixou bolada real, estava gostando da ideia dela dormir em casa, mas fazer o que né.

Davi: Ai mãe, a Naty não apareceu aqui não, te deu um perdido - mudou la o bagulho que estava passando na TV.

Nega: E ela nem vem - me joguei do lado dele.

Ele ia falar alguma coisa mas meu radinho apitou, atendi achando que não era nada demais, mas ai um menor logo fala que estava acontecendo um barraco la na casa na Naty, ja levantei do sofá indo em direção a porta.

Deram a informação que era logo envolvendo o pai e a mãe, ja me liguei na hora e fui pra casa da Naty com minha moto, nem avisei o Davi.

Cheguei la ja estava daquele jeito né, um montei morador enfrente a casa, um cara jogado no chão com o Zig chutando ele, desci da moto rapidinho indo em direção a eles.

Nega: Qual foi Zig? - ele parou de bater e me olhou.

Zig: Patroa eu cheguei aqui o cara tava encima da Naty batendo mesmo, eu não sei de nada não, quem sabe mesmo é Passarin. Ele ta ali ó - apontou pra dentro da casa.

Entrei dentro da casa, dando de cara o Nanda e o Passarin conversando, assim que eles me viram pararam de falar.

Nega: Manda o papo, que aconteceu? - cruzei os braços.

Eles começaram a contar, mas o que eu fiquei no ódio foi que ele bateu na Naty, eu ja queria era meter bala, mas tive que continuar ali na minha postura, sem perder controle.

Nega: Tu ja sabe né Passarin - ele concordou com a cabeça - só não mata, de resto, pode fazer o que quiser, mas ai Nanda cade tua irmã?

Nanda: Acabou de subir com a minha mãe, pode subir la.

Subi indo pro quarto da Naty, cheguei na porta e só ouvia choro, entrei sem bater e vi a mãe da Naty abraçando ela , dava pra ver a Naty muito não, mas deu pra ver a roupa dela toda suja, com as pernas tudo raladas. Elas perceberam alguém entrando e me olharam, quando eu menos espero a Naty anda em minha direção e me abraça. A mãe dela só passou do meu lado de fininho, nem olhou pra minha cara.

Fui levando ela pro banheiro, mas assim que chegamos na porta ouvimos uns gritos, ela se encolheu toda, ja sabendo que era do pai dela.

Nathalia: Vocês vão matar ele? - perguntou baixinho com o rosto no meu pescoço e eu neguei.

Nega: Não, mas bora tomar banho - ela assentiu e foi entrando no banheiro.

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FEITICEIRA (Romance safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora