cap 46

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Raissa Andrade

Climinha bom, de verdade mermo, todo mundo se divertindo, aquelas coisas de brincadeira tudo já foi.

A maluca da Nanda tá inteirinha suja de batom, geral gastando ela.

Agora, final de festa, criança dormindo, os pais livres, som alto, só cachaça na garganta, nem gosto muito dessa porra não, prefiro minha cerveja.

Nesse meio todo, eu só queria estar com a minha nega, parando pra pensar agora, do jeito que ela tá ali agora, eu vacilei.

Ela também pô, foi ficar com a Ariel enquanto eu estava fora, só que eu fiz pior.

Cobrei ela mentalmente, nem falei nada, sendo que eu nem tinha oficializado o nosso lance.

Seria o momento certo pra eu trocar uma ideia com ela, tá ligado?

Mas aí a filha da puta da Ariel não sai de perto, parece sombra essa porra, tá grudadinha com ela.

Mas não de chamego, achei que elas iam estar, mas a primeira coisa que eu percebi foi que toda hora a Naty tenta se distanciar dela.

Que nem agora, de vez a Ariel deixar ela dançando em paz, não... Foi lá dançar com ela, tá passando a maior vergonha, a Naty tentando disfarçar.

Pedro: Tá rindo aí de que? - sentou do meu lado e olhou na direção que eu estava olhando - pelo menos ela tenta vai - já estava bêbado essa porra.

Nega: Se liga PR - ri junto com ele - tô adorando esse show.

Pedro: Vai logo lá pô, tá perdendo sua chance - bateu na minha cabeça e foi dançar com o Gael.

Estava bom demais pra ser verdade, fui olhar o que os cara estavam mandando, quando eu volto a olhar pra ela, a Ariel passando a mão nela, levando ela em um canto e ela querendo se afastar.

Já levantei na hora, fui logo em direção a elas, com sangue nos olhos, tá maluca? Só pode tá louca uma coisa dessa.

Vou chegar no sigilo, sem fazer escândalo, quero estragar a festa de todo mundo não.

Raissa: Qual foi Ariel? Tá maluca caralho - já apontei minhas Glock nas costas dela, ela já levantou a mão.

Nathalia: Não faz nada agora por favor - falou com a voz embargada.

Raissa: Você tem muita sorte que tem muita gente aqui viu - ainda com a arma apontada pra ela, peguei o radinho.

Rádio

- Fala tu patroa, solta o verbo.

Nega: Posso da muita informação agora não, só vem aqui no salão da Vitória, pegar a Ariel e levar pra salinha


Vi logo a Carol se aproximando, já vou pedir pra ela levar a Ariel.

Nega: Chaga aqui Cachinhos - ela andou mais rápido.

Cachinhos: O que tá acontecendo aqui - falei no ouvido dela pra levar ele lá pra fora que o menor já sabia o que era pra fazer.

Ela nem falou nada, já viu a minha cara e foi levar a filha da puta lá pra fora.

A Naty nem esperou eu guardar a arma e já foi logo me abraçando, maluca cara.

Pensa como ela chorou, essa Ariel, vai pagar por tudo, pode escrever aí.

Raissa: Vou chamar tua irmã, eu levo vocês pra casa - fui me afastar dela e aí mesmo que ela me apertou mais.

Nathalia: Não quero, deixa ela lá, não quero estragar a noite dela - escondeu o rosto no meu pescoço - só me leva embora.

Só confirmei e saímos pelo corredor, pra ninguém ver, nenhum momento ela se desgrudou de mim, custou até pra entrar no carro.

Levei ela direto pra minha casa, já mandando mensagem pro Gael, falando só o básico e pedindo pro Davi dormi lá.

A todo momento ela foi calada, chegamos e ela continuou calada e assim que saiu, já ficou grudada comigo.

Tirei minha roupa junto com a dela, e entramos debaixo do chuveiro, água geladinha.

Foi aí mesmo que ela chorou e eu só dando um conforto, não sei lidar com isso não.

A todo momento ela falando obrigada, que não sabia o que teria acontecido se eu não tivesse chegado.

Saímos do banho e ela sozinha dessa vez já foi se trocando, pegou uma calcinha dela, que ainda tinha aqui e um top meu, uma camisa minha e já foi se deitando.

Ela estava parecendo um robô,tudo no automático, no quarto só se ouvia o choro dela.

Me deitei junto com ela, mechendo no seu cabelo, demorou pra ela pegar no sono.

E eu continuei acordada, não conseguia dormir, era eu rolando de um lado pro outro.

Nem aguentei, peguei um cigarro de maconha que tinha na minha gaveta e fui na varando.

Enquanto eu fumava só vinha lembranças do dia que aquele filho da puta me estuprou.

Depois que eu comecei a comandar o morro, isso ficou muito difícil de acontecer, mas uma hora acontece...

Quando eu fui perceber já estava chorando, meus olhos embaçados e a fumaça se misturavam com as lágrimas.

Só senti a Naty chegando e me abraçando, mesmo ela não sabendo da minha história e não falando nada, ela me passava conforto.

É isso que eu sempre gostei na gente, essa conexão inexplicável.

Demos um beijo, como se fosse um pedido de desculpa de ambas partes, a falta que eu sentia dessa mulher, não tá escrito.

Nathalia: Ei olha pra mim - eu olhei pra cara dela - eu estou aqui com você, mas eu preciso que você confie em mim - eu confirmei e dei um beijo na testa dela.

Acho que esse é o momento certo pra Nathalia me conhecer melhor, eu tô apostando nela, e tô disposta a esquecer todas as coisas.

Esse tipo de situação acontece com muitas mulheres e várias pessoas acha que uma passada de mão não é nada, mas não se calem!

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FEITICEIRA (Romance safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora