cap 37

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Raissa Andrade

Faz cinco dias que eu to aqui, namoral mesmo? Quero ir pra minha casa, saudade dos meus coroa, do meu filho, da Naty, do povo todo de lá.

Dessa vez vamo ter que ficar mais tempo aqui, fiquei bolada real, por dentro xinguei todo mundo, tenho autoridade só no meu morro, aqui vagabundo fica piano.

Tubarão: Acha que essas ideias que tão falando do Dedê é verdade? - falou baixo.

Raissa: Sei não pô, se os diferentes tão falando, é porquê alguma coisa tem - deixei ele ali sozinho e fui pro outro lado.

Gosto desses assunto não, depois envolve você no meio, tu se fode sozinho, sendo que tu não tinha nada haver com os bagulho.

Raissa: Fé aí pra vocês, já vou indo - dei um legal.

Loirin: Já vai por que? Hoje que eles liberaram pra tomar uma, tocar um samba, você vai sair cedo?

Jefinho: Agora ela tem fiel, fiquei sabendo que ela tá largando a putaria - todo mundo riu e eu neguei com a cabeça.

Raissa: Se liga na tua caminhada - ri - mas eu tô indo nessa.

Loirin: AEEE NEM NEGOU - gritou quando eu já tava meio longe.

Zero vontade de ficar em churrasco, amanhã quero ver neguinho chorando.

Vamos ter que ficar, por que tá tendo muita ameaça de de invasão, os cu azul tão planejando firme, em uma das maiores favela,

Bando de otário, tão falando por aí que tem X9 no meio aqui, todo mundo falando do Dedê, posso nem confirmar e nem negar, mas que ele tá estranho, ele tá!

Tempo indeterminado que a gente vai ficar aqui, espero que logo mais eu já esteja na minha casa.

Barriga: Qual foi Nega? - olhei pra ele - não vai ficar por quê?

Raissa: Sem chance de eu ficar, tô cansada - todo mundo achando estranho, eu normalmente sou a que mais fica.

Barriga: Tranquilo, como vai as coisas com o teu coroa? Tá velhão já né?

Raissa: Olha o jeito que você fala do meu pai - ele riu - tá tranquilo, deve tá com o Davi essas horas.

Assuntos vem... Assunto vai... E eu só prestando atenção, que ele tava querendo perguntar alguma coisa.

Raissa: Solta a bomba - sentei na escadinha.

Barriga: Pô de verdade? - assenti - tô perdendo uma pá de armamento tá ligado? - resmunguei um "hum" - minha favela tá fraca, tô sem vapor, tô vendendo droga de jeito nenhum.

Raissa: E o que tu quer que eu faça? - encarei ele.

Barriga: Queria ajuda de alguém com os vapor pô, papo reto - ficou todo sem jeito - na invasão perdemos muitos, quase que eu perco minha favela.

Raissa: Essas meta ai eu tenho que ir na minha favela, ver como eu posso fazer pra te ajudar.

Barriga: Papo reto? - se animou todinho.

Raissa: Papo reto, tu é parceiro do meu pai das antigas já, se ele tivesse no meu lugar faria a mesma coisa.

Continuei conversando ali com ele, o papo estava bom, mas eu tava cheia de sono, fiquei no plantão hoje.

Raissa: Papo tá maneiro, mas eu vou indo - fiz um toque com ele - fé aí.

Barriga: Fé pra tu, valeu mesmo em - assenti e virei de costas.

Barriga é um cara maneiro, parceirão do meu pai, estava na melhor e na pior com ele. Não custa nada eu dar uma força.

Chegando lá na casa, já fui logo tomando um banho, casa é de boa, simples, só o básico.

Terminei de me vestir e decidi ligar pro Pedro, não podemos fazer isso toda hora, mas eu queria saber como estavam as coisas, aproveitar que só era ameaças e ainda as coisas estão calmas.

Liguei, mais de cinco vezes, tanto pro Pedro, como pra Cachinhos, e nada deles atender.

Comecei a ficar preocupada, cheia das neurose, então decidi ligar pro fumaça, foi o que apareceu primeiro e o que atendeu também.

Ligação

Nega: Qual foi fumaça? Raissa falando aqui, cadê os filhas da puta que não estão atendendo essa merda?

Fumaça: Ae patroa aconteceu uma confusão aqui na favela, eles estão resolvendo.

Nega: Coé dessa confusão?

Fumaça: o mineiro foi pego com a amante na cama, pela mulher e quando a fiel dele foi pater na amante, ele começou a ajudar a amante e foi bater na mulher dele.

Nega: Já é, eles sabem o que fazer, mas tá tudo certo? Solta o verbo.

Fumaça: Tudo certo patroa, tua família tá tranquila... Mas ae tá ligada aquela Ariel? que tu botou na cola da sua mulher?

Nega: Tô ligada - sentei na cama.

Fumaça: Tá cheio de intimidade com a tua fiel pô, queria falar nada não...

Nega: Sabe se a Naty tá dando assistência?

Fumaça: pô queria falar desse bagulho não, mas até aonde eu vi, ela tá sim patroa, vejo ela cheia das intimidade.

Nega: Tem certeza dessas meta ai?

Fumaça: Tenho pô, de noitinha elas juntinha, tão andando pra cima e pra baixo.

Nega: Valeu aí, fé pra tu, avisa pro PR que logo mais eu retorno.

Fumaça: É nois patroa, qualquer coisa tamo junto, fé aí.


Tô acreditando nessa porra que eu acabei de ouvir não...

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FEITICEIRA (Romance safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora