Raissa Andrade
Tô bolada a semana inteira mermo, dia e noite alguém vem me falar que a Naty e a Ariel estão grudada.
Mas ai pelo menos nesse meio todo me provou uma coisa, eu tava achando que o fumaça era logo X9, sempre tirou aproveito de tudo, me passava uma coisa boa não, mas ele foi o único que me falou a verdade.
Todo mundo ficou enrolando enquanto eu estava lá, falava que nunca tinha visto, na hora eu vi, com meus próprios olhos, nem precisou ninguém com me falar.
Faz nem uma semana direito que eu tô aqui e vi ela ajudando a outra, pra cima e pra baixo, não foi nem minhas ordens.
Porque eu troquei um lero com a Ariel e falei que nem precisava mais levar a outra, ela só concordou, achei que ela ia larga de mão, mas quem disse?
Ficou foi mais próxima, quando ela não tá trabalhando na boca, ela tá servindo como táxi pra outra.
Eu só observo pô, eu não vou ser infantil de encher a menina de trabalho na boca, pra ela não poder levar.
Cada um, cada um, ela não deve nada pra mim e eu não devo nada pra ela.
Pedro: Coé tá viajando aí pô? - olhei pra ele, que tava subindo escadinha da lajem.
Fiz um toque e ofereci minha maconha pra ele, que aceitou, não sei o que tá rolando comigo não, até pra dormi eu tô fumando essa porra.
Raissa: Tô marolando aqui carai, patroa não pode ter um tempinho também não é? - ele levantou as mãos em rendição.
Pedro: Qual foi que você tá voltando a fumar? - nem respondi - Davi me falou que esse dia viu tu fumando até um cigarro normal, tu nem gosta disso.
Raissa: Muito estresse - neguei com a cabeça.
Pedro: Seu bem o que é esse estresse - encarei ele, que tava soltando a fumaça - nem vem pô, tu já sabe o que eu acho, é isso mermo o que eu te falei, tu só viu o bagulho depois que você também já tinha feito merda.
Raissa: Não sei do que você tá falando, a gente não tinha nada - prendi meu cabelo.
Pedro: Odeio quando você se faz de sonsa, mas beleza pô, tu tá certinha.
Deu o assunto por encerrado, tem nem o que falar sobre isso, eu não vou mudar de opinião.
Raissa: Tô partindo pra goma - fiz um toque com ele.
Pedro: Tu vai pro chá da doida? - levanto comigo - é 3hrs.
Raissa: Tinha logo esquecido disse também, nem comprei nada - falei já descendo as escadas - será que a Helô tá aberta? Lá vende esses bagulho de Bebê pô.
Pedro: Só indo lá mesmo, tem nem como eu confirmar, sabadão né, e parece que ela também vai.
Nega: Beleza - mandei um jóia - tô partindo pra lá, se tu ver o Davi por aí, já fala pra ele ir lá em casa - ele confirmou e eu subi na moto partindo pra Helô.
Favela lotada, os muleques tudo jogando bola no meio da rua, os bares tudo aberto, é assim que eu gosto.
Parei enfrente a lojinha, por sorte eu peguei ela tentando fechar o portão.
Raissa: Qual foi Helô, faz isso comigo não - a mulher tomou um susto - tá devendo é?
Heloísa: muito sem graça você, o que tu quer? Nunca te vi aqui.
Heloísa, é uma amigona de infância pô, estudei com ela, vivia com a gente, só não é tão grudada hoje, porque ela diz que não gosta dessa vida que a gente leva.
E tá errada? Tá nada! Foi uma das únicas que não entrou pro crime, tem sua própria loja, diz ela que quer continuar aqui, então nem pensa em botar a loja em outro lugar, mas ela tem estudo e potência pra isso.
Raissa: É assim que você trata sua amiga? - me fiz de ofendida e puxei ela pra um abraço - agora falando sério, tô precisando de umas coisas pro chá de bebê da Nanda.
Heloísa: E tu vem essa hora? - confirmei - deveria nem te vender.
Raissa: Aí tu me quebra né, bora... Abre essa brechinha pra tua amiga aqui.
Heloísa: Larga de drama, entra aí - foi entre do na loja.
Muita coisa lá, muito informação, eu não tenho paciência com isso, nem quando o Davi era pequeno, quem comprava as coisas era a vó dele.
Raissa: Sei disso não - ela parou no meio do corredor e botou a mão na cintura, parece um xícara - faz assim ó, tu pega aí o que tu acha bom, e no final eu só vejo - ela fez cara feia, mas foi pegando tudo.
Meu bolso tá doendo só de olha mané, a mulher caprichou.
Heloísa: O que tu achou? - estava vendo tudo que ela tinha separado.
Raissa: Isso porque é chá de fralda - ela me olhou feio.
Heloísa: Mas ninguém vai lá só com um pacote te fralda na mão né.
Raissa: Tranquilo pô já entendi, passa logo tudo, se você vai no chá, tamo bem atrasadas.
Ela foi passando no caixa rapidão, compra cara do caralho, essas horas eu agradeço por ser sapatão e não querer ter mais filho.
Me despedi dela e já parti pra goma, dessa vez sem passar em lugar nenhum.
Cheguei, estava o Davi todo arrumado, sorrindo pra celular.
Raissa: Coé tá com essa cara porque? - na hora ele tirou.
Davi: Nada não mãe, me deixa - resmunguei e ele só fez cara feia - vai tomar banho, já vai dar 4 horas.
Nem perdi tempo, deixei tudo no canto e fui tomar banho.
Merma rotina, mãe aqui lindona como sempre, quando eu acabei fiquei foi me admirando na frente do espelho.
Davi: Bora mãe! Meu padrinho já tá ligando aqui! - tratei logo de ir.
Raissa: Bora Davi - peguei a chave do carro e as coisas.
Cheguei lá já tava tudo lotado, nunca vi alguém conhecer tanta gente como a Nanda, mas tava bonitão o salão.
Fui já procurando o PR, sabia que não tinha como entregar pra Nanda agora.
Pedro: Que demora é essa? - nem cheguei direito.
Raissa: Nem cheguei direito e já vem com sermão pô - sentei lá com eles e o Davi viu os muleques que ele anda.
Pedro: Vai entregar o presente não? - abri a latinha que estava encima da mesa.
Nega: Tem muita gente aqui, nem sei aonde tá a Nanda - dei um gole.
Pedro: Ela não chegou ainda não, tu tem que entregar pra Naty, ela tá recebendo o povo por enquanto. - fiz uma cara de paisagem - qual foi? - já perguntou rindo.
Nem falei nada, só levantei com os presentes e fui entregar logo.
Custou pra eu achar em, mas também quando achei...
Sinceramente? Papo reto? De cria mermo? Tá gata demais, nunca tinha visto ela assim não, vestido no estilo dela, todo decotado, estava até com onda no cabelo viu.
Se eu tive alguma coisa ruim com ela, nesse momento em esqueci, minha única vontade era de pegar ela ali mermo, levar pra minha goma e botar ela de quatro como da primeiro vez...
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FEITICEIRA (Romance safico)
Fanfic𝙍𝙅-𝙑𝙞𝙙𝙞𝙜𝙖𝙡 Ela dança olhando pra minha cara Baby, eu não consigo te tirar da cabeça Na onda parece miragem Me hipnotizando tipo uma feiticeira Só consigo me esquecer dos meus problemas Quando eu olho assim pro seu rabo Bebendo água de bandi...