cap 32

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Nathalia Prado

Fui dar liberdade pra outra, agora parece que ela mora aqui, vivi mais aqui do que na casa dela, mas também nem vou falar muito, por que eu amo.

Hoje ela me chamou pra dormi lá, disse que quando eu chegasse não ia ter ninguém, só o Davi, fiquei meio assim de ir, até disse que eu podia esperar ela chegar pra ir na casa dela, mas ela nem me deu ouvido, disse que o filho dela era tranquilo.

Estava me arrumando pra ir quando o meu celular tocou, vi na tela o nome da minha mãe e já achei estranho, atendi né vai que...

Naty: Mãe! - coloquei no viva-voz e continuei me arrumando.

Mãe: Nathalia filha - ouvi um choro e logo me assustei - me ajuda, teu pai tá maluco, por favor filha vem aqui em casa, ele foi pra igreja.

Naty: mãe eu tô indo praí - Deixei tudo jogado e fui descendo as escadas.

Cheguei na sala chamando pela minha irmã que logo apareceu.

Nathalia: Da tempo de explicar não, bora lá na casa da mãe - fui puxando ela pra fora de casa.

Sai correndo no meio da rua e a Nanda me acompanhando. Chegamos enfrente a casa dela, eu já abri a porta e encontrei minha mãe no pior estado dela.

Minha mãe tava no chão sangrando e chorando, tava toda machucada, parecia que não tinha nem força pra se mover.

Fernanda: Mãe! - passou na minha frente indo em direção a ela - me ajuda Nathalia - deu um grito que eu me liguei.

Ajudamos ela a se levantar e quando ela percebeu que era a gente começou a chorar tentando falar com a gente.

Mãe da Nathalia: Filhas... Eu amo vocês... Mas foi culpa dele... - falou entre soluços - eu queria ajudar vocês... Mas se eu ajudasse ele me batia... - colocamos ela sentada no sofá.

Nathalia: Fica calma mãe - passei a minha mão, que estava tremendo, em seu rosto - a gente agora ta aqui pra te ajudar.

Levamos ela pra um banho, estava toda destruída, corpo todo cheio de manchas, vestimos ela, tentamos botar ela pra dormi, mas estava impossível ela queria contar o que aconteceu, então deixamos ela desabafar quando estava mais calma.

Mãe da Nathalia: Antes da Nanda sair de casa ele estava me ameaçando, na verdade sempre ameaçou, só que tinha piorado, o meu único refúgio era a Nanda, ele não podia me bater com ela aqui, mas aí chegou essa bomba de que ela tava grávida, o que eu já sabia, só não disse nada, aí ela foi morar com você - me encarou - aí ele começou a me bater, disse que a culpa era minha, me obrigou a sair do serviço, eu disse que não, mas aí ele me bateu.

Nathalia: E por que você não falou? Por que não contou?

Mãe da Nathalia: Achei que ele ia mudar, eu amava teu pai, mas não ele não mudou, isso só foi piorando cada vez mais, agora chegou em um nível que eu não aguentei, ele não estava deixando eu sair de casa, nem pra ir na igreja, então eu tava dormindo no outro quarto, o que era de vocês, mas hoje ele disse que queria chegar da igreja e me vê na cama do nosso quarto, eu decidi enfrentar ele e neguei.

Fernanda: O que é o certo já que você não quer.

Mãe da Nathalia: O problema veio depois, ele disse que eu era mulher dele e que eu era obrigada a dormir com ele, a fazer sexo com ele, mas eu não queria.

Nathalia: Não me fala que aquele filho da puta fez o que eu tô pensando - falei entre os dentes.

Mãe da Nathalia: Não... Ele não chegou a fazer isso, por que o pastor ligou bem na hora, daí ele só me bateu e saiu de casa, eu só quero que vocês me ajudem a sair daqui, eu não quero mais isso pra mim - voltou a chorar.

Nathalia: Você vai pra nossa casa, fica aqui enquanto eu e a Nanda vai pegando suas coisas - ela concordou e eu fui levantando com a Nanda.

Pegamos só algumas roupas, só o básico mesmo, saímos de casa logo em seguida, nem paramos pra falar com ninguém, fomos direto pra casa.

Fernanda: Mãe pode dormi no meu quarto mesmo, eu a Nathalia se ajeita no quarto dela.

Mãe da no da Nathalia: Eu durmo no sofá, precisa disso não - negou com a cabeça.

Nathalia: Vai logo mãe, Nanda, bota ela lá no seu quarto - ela concordou com a cabeça e foi subindo com a minha mãe.

Liguei já pra Raissa, pra avisar que hoje eu não ia na casa dela, que insistiu demais, mas eu falei que era problemas com os meus pais e ela logo se aquietou falando que vinha aqui amanhã.

Depois de um tempo a Nanda desceu com a pior cara que tinha.

Fernanda: Eu ainda não entendi o por que ela não falou antes.

Nathalia: Medo né Nanda, quando agente tá em um relacionamento tóxico, a gente fica bem cega.

Falamos altas horas ali sobre o que tava acontecendo com a minha mãe, até ouvimos uma pessoa gritando no meu portão e batendo. Já levamos e fomos ver quem era a peste que estava fazendo isso.

Abrimos a porta e estava lá, o Antônio, gritando pra Caralho.

Pai da Nathalia: Cadê aquela vadia da sua mãe!? - gritou - eu sei que ela tá aí dentro, ela acha que vocês são as guardas dela, mas ela tá muito enganada, chama ela agora!

Nathalia: Abaixa o seu tom, por que você não tá na sua casa, minha mãe tá aqui sim e você não pense que vai encostar o dedo nela!

Pai da Nathalia: Eu quero ver, quem vai me tirar daqui Nathalia, é hoje que eu dou uma lição em vocês três - começou a tentar quebrar o cadeado do meu portão.

Nathalia: Nanda sobe agora e fica com a mãe no quarto, só sai de lá, quando eu chamar - ela negou - agora Fernanda!

Ela subiu correndo e eu fiquei discutindo com o filho da puta, era só gritaria e os vizinhos tudo aparecendo.

Quando ele conseguiu quebrar o portão eu vi um pedaço de pau no meu quintal, assim que ele veio pra cima de mim, eu já fui com o pau pra cima dele, mas ele era mais forte, conseguiu pegar o pau da minha mão e jogar pra longe.

Veio pra cima de mim de novo, dessa vez eu apanhei, não tinha forças pra aguentar ele, o cara estava vendo vermelho e eu não ia conseguir fazer nada.

Até que alguém tirou ele de cima de mim, senti um alívio na hora, olhei pra cima e era uns dos envolvidos que vivia andando com a Nega.

- É filho da puta, tu não gosta de bater em mulher? - jogou ele no chão e já meteu um chute - responde agora filho da puta.

- Ae patroa, tá rolando mó barraco aqui enfrente a casa da Naty - Ouvi o mulekes falando no radinho - ela mesmo patroa, parece que o pai dela, tava atrás da mãe, e ela não deixou ele ir ver a mãe e ele começou a bater nela... Correto! Tamo te esperando aqui.

Me levantei meio tonta mas permaneci em pé, a Nanda logo apareceu me entregando água. Ouvi um ronco de moto, que eu já sabia bem de quem era.

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FEITICEIRA (Romance safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora