FEITICEIRA (Romance safico)

Cap 20

Nathalia Prado

Assim que eu cheguei no quarto do Pedro, vi o Gael deitado encolhido, chorando baixinho. Nem perdi tempo e já corri pra abraçar ele, no começo ele se assusto, mas depois que percebeu que era eu, me apertou forte. Ficamos nós dois chorando de soluçar juntinho por um bom tempo.

Gael: Foi horrível irmã - falou soluçando - foi por pura maldade.

Nathalia: Não precisa me falar nada agora - passei a mão no cabelo dele.

Gael: Eu juro que não fiz nada - voltou a me abraçar  - a culpa não foi minha.

Nathalia: Ei! - me afastei dele e segurei seu rosto - em hipótese alguma diga que a culpa foi sua - ele abaixou a cabeça - ta me escultando? hm?

Gael: To sim, desculpa - deitou a cabeça no meu colo enquanto continuava chorando baixinho. ficamos naquela bolha ali, só nossa, até o Pedro entrar no quarto.  

Pedro: Desculpa ai - foi em direção ao armário - só vim pegar umas roupas pra tomar banho.

Gael: Tem nada não, a gente ja vai embora, obrigado de verdade - levantou da cama limpando o rosto - temos quer ir pra casa, obrigado de verdade.

Pedro: Posso conversar com você antes? - ja tava me preparando pra sair, quando o Gael me surpreendeu, negou e saiu do quarto, assim que ele saiu o Pedro fez uma cara de confuso e parece que estava segurando o choro, alguma coisa eles conversaram essa noite.  

Nathalia: Ouu fica assim não - falei com receio, praticamente nunca nem tinha falado com ele - ele ainda ta assustado e muito confuso - ele assentiu com a cabeça e eu sai do quarto, indo atrás do Gael, que me esperava na sala.

A casa dele não era muito longe da do Gael, então a gente decidiu ir de a pé mesmo.

Chegamos la e encontramos a Laysa e a Nanda, ambas preocupadas e desesperadas, mas assim que viram o Gael logo aquietaram o facho e abraçou ele.

Depois que ele explicou algumas coisas, ainda chorando, sobre o que tinha acontecido, eu fui levar ele pra tomar banho enquanto as meninas preparavam alguma coisa pra gente comer.

Era sempre assim, nós quatro sempre unidos, quando um precisava sempre vinha os quatro, independente da situação. Nunca tivemos essa vergonha de um cuidar do outro, nos quesitos dar banho, botar pra dormir e essas coisas, somos um livo aberto entre os quadro.

Chegamos no quarto e eu ja fui tirando a roupa dele, como se fosse meu bebe ali, ele tava molinho tadinho, sem força, levei ele pra debaixo de chuveiro e fui dando banho nele, os dois não falava nada, só de ver ele olhando pro lado todo quietinho eu ja  entendia.  Depois de  dar um banho nele, deixei  ele se trocar, dessa vez pra isso, ele não queria minha ajuda, então eu fui na cozinha, ver o que as meninas tava fazendo.

Laysa: Ele ta melhor? - pegou um saquinho de suco.

Nathalia: Ta nada, ta com a cabeça avoada, parecendo que esta em outro planeta e toda hora chora - balancei a cabeça em negação.

Fernanda: Temos que distrair ele - concordamos com ela - vamos assistir aquela serie que ele sempre pede, mas a gente nunca quer.

Depois de um tempinho ele chegou, ainda com uma carinha triste, pegamos as coisas que as meninas tinham feito pra gente comer e levamos pra sala e colocamos na tal da serie, sempre em meios de brincadeiras distraindo ele.

Pra algumas pessoas isso pode ter sido até "exagero" "drama", mas nós sabemos o quanto foi difícil pro Gael isso, ele sempre passou por esse tipo de coisa, em casa, na escola ,  trabalho, na real em todo lugar que ele ia, isso é por que ele não se esconde, ele não tem medo de ser quem é, se uma pessoa não gosta de homem usar roupa curta, ele ia la e usava, mas não era pra provocar a pessoa e sim pra mostrar que ele é livre, ele sempre foi assim, muitas vezes sofreu com isso, mas a um tempo atrás isso tinha parado de acontecer, porque ele tinha se afastado dessas pessoas, mas vim essa queda repentina agora, foi totalmente um gatilho pra ele.

Fernanda: Tem pão? - peguntou olhando pro Gael, que balançou a cabeça afirmando, alias de tanto a gente brincar e distrair ele, acabou que agora ele ta bem melhor.

Gael: dentro do micro-ondas tem um saco, acho que não ta duro - se ajeitou no sofá.

Ela foi la na cozinha,  a gente ficou conversando até ela voltar, pra voltarmos a assistir.

Laysa: O que tem dentro desse pão? - apontou pro pão da Nanda - só do jeito que você ta comendo ta me dando vontade - real cara, a menina estava comendo com gosto, ainda ela fez quatro pães com a mesma coisa.  

Fernanda: Maionese com açúcar - nos quatro nos encaramos e fizemos cara de nojo - que foi? Ta uma delicia - bebeu um gole de café. 

Na hora eu lembrei sobre o exame de sangue, a mulher do posto falou que era pra buscar terça, eu tenho quase certeza que ela ta gravida, só aquele teste deu errado, mas nem falei nada, deixamos ela comendo e voltamos a assistir.

Gael: Queria agradecer vocês de verdade - ja tínhamos parado de assistir, só tava cada no seu canto.

Nathalia: Para de ser um pouco gay - falei rindo fazendo o povo rir junto - nós te amamos e você sabe, se fosse qualquer uma de nós na mesma situação, todas iriam ajudar.

Fernanda: Isso ai, mas a gente vai te amar mais, se você pegar os colchões pra gente la encima - Gael na hora negou com a cabeça fazendo cara de deboche.

Gael: Bora todo mundo - falou batendo palminhas. 

Pegamos uns três colchões que o Gael tinha na casa dele, até hoje eu não entendo esses colchões  aqui, mas pelo menos agora ele serviu de alguma coisa, nos ajeitamos ali na sala. Depois de banhados, fomos deitar, só pra deitar mesmo, ainda era 6 horas, mas ninguém ia sair daqui.

Gael: Eu estava mal mas não cega e nem surda, eu sei bem que você chegou la com a nega - falou baixinho no meu ouvido.

Nathalia: Iiiih me erra em, ela só me levou porque eu não sabia aonde era a casa do tal do Pedro - me ajeitei no colchão.

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