cap 29

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Nathalia Prado

Acabou as férias tá dona e ela já acordou nervosa, achando que essa vida de pobre é facinho, se acostumou a acordar meio dia e agora tá boladinha, só rindo.

Fernanda: Pô tu é chatinha quando quer, tá cega? Não tá vendo que eu já tô indo!? - ficou reclamando enquanto vestia a roupa.

Nathalia: Olha o jeito que você fala, eu só tô te apressando, por que eu te conheço.

Esperei mais um tempinho ela, sempre eu apressando, eu sei que ela odeia isso, fiz mais pra irritar mesmo, saímos de casa fechando tudo e seguimos pra ir trabalhar.

Fernanda: Ae vamo lá na padaria do irmão? Mó fome, irmã - parou de andar e me encarou.

Nathalia: A não Nanda, quando a gente chegar lá eu compro na lojinha o que você quiser, mas vamo logo por que se não a gente vai se atrasar - ela bufou e me encarou com cara de pidona.

Fernanda: Vai vamo lá no irmão por favor - me puxou e eu acompanhei ela reclamando - para de reclamar e vamo alimentar teu sobrinho.

Já falei pra vocês que ela tá parecendo que passa fome? Pois é... Ela tá!

Estávamos quase na porta da padaria quando vimos minha mãe saindo, continuamos andando até uma ficar enfrente da outra, ficou uma olhando pra.

Bichinha tava acabada, cara de cansada, cabelo em um coque todo bagunçado, parecia que não tava dormindo, dava nem pra reconhecer, fora que ela tava de blusa e uma legging e com uma saia por cima, não tá muito calor, mas também não tá frio.

Ficamos um tempinho nós encarando mais ela se virou e foi embora, eu e minha irmã no olhamos e entramos na padaria.

Irmão: Ee milagre, vocês aqui? - rimos dele e fomos sentando nos bancos.

Sabe aqueles tio da igreja, que sempre tá brincando com as crianças? É ele, eu e a Nanda sempre gostou dele.

Nathalia: Que isso? Assim tu me ofendi, tô aqui todo final de semana.

Fernanda: O papo tá bom, mas eu tô com fome - o irmão negou com a cabeça rindo - brincadeira, mas me dá um pão na chapa e dez pão de queijo e um café com leite.

Eu não sou muito de comer então só pedi um café e um pão de queijo grande e o irmão foi pegando enquanto a gente ia conversando.

Irmão: Ela tá assim faz um tempinho - entregou os nossos pedidos - sempre cobrindo o corpo, ia até te pegunta o porquê dela não está trabalhando, mas fiquei sabendo sobre o que aconteceu então nem falei nada.

Nathalia: Também nem me interessa irmão, eu até penso em ir lá ajudar sabe? - ele concordou - mas aí eu lembro que quando ela tava vendo a gente sofrendo, fez nada.

Irmão: É... Falando nisso, como tá esse bebê aí? - olhou pra minha irmã - já sabe se vai ser menina ou menino?

Fernanda: Ainda não, logo mais eu vou saber.

Mulher ficamos conversando ali, perdemos a hora, saímos correndo pra entrada da comunidade, todo mundo olhando pra gente como se fossemos loucas, a Nanda nem aguentava correr e eu mas ria do que tudo.

Fernanda: Ri não égua, pedi logo 99 pô, sem condições de ir de ônibus Naty.

Nathalia: Eu falei que a gente ia se atrasar, deveria fazer você ir de ônibus - parei na entrada rindo.

Olha quando a gente quer uma coisa rápido parece que ela demora ainda mais, que isso! Pedi uns três 99 e todos cancelou, ninguém tá querendo ganhar dinheiro.

Fernanda: Vou pedi pelo meu - tirou o celular da bolsa.

Pediu e só no segundo que não cancelou, ainda estava mó longe. Ficamos lá que nem besta esperando e só depois de uns sete minutos o cara apareceu.

Entramos, demos um bom dia já pedindo pra ele acelerar.

Fernanda: Tu nem me falou como foi lá na casa da nega, me surpreendi com a mãe dela lá.

A doida me fez dar os mínimos detalhes, até esqueci do motorista, ficou todo sem graça com as coisas que eu falava, quando eu percebi fiquei cheia de vergonha e a safada da Nanda rindo da minha cara.

Peguei rapidinho ali doida pra sair logo e já fui puxando ela direto pra empresa.

Chegamos lá e todo mundo já começou a encarar a Nanda, a maioria já veio parabenizando ela, mas sempre tem aquela minoria inconveniente que faz questão de falar no ouvido das outras pessoas.

Nem fiquei muito ali, já me avisaram que o meu chefe estava bravo e pediu pra falar comigo, então já fui pra sala dele.

Cheguei lá e era o que eu mais queria, eles acharam quem tava roubando na empresa, pediram desculpas por estarem duvidando de mim e só também.

Continuei trabalhando, hoje só foi correria, eu fiquei andando de um lado pro outro, o menino do RH que roubou nem veio hoje, aí que foi mais difícil mesmo, nem na casa dele o homem tava.

Mas eu fiz minha parte, como supervisora da parte do telemarketing fui como representante falar com os polícias, por que o bonito do meu chefe, estava com dorzinha de cabeça, fiquei parecendo barata tonta, quase não dá tempo de almoçar, comi uma coisinha rapidinho e já voltei pro trabalho.

Chegou a hora de ir embora, ainda bem... Aguentava nem ficar 5 minutinhos em pé, voltamos pra casa de 99 de novo, sai caro? Sim, mas eu não ia aguentar voltar de ônibus não.

Fernanda: Foi aquele menino mesmo do RH? - perguntou enquanto subia comigo pra casa.

Nathalia: Foi sim, agora tá todo mundo atrás dele né, aquele folgado só tava me pedindo, ele não queria nem sair da própria sala.

Fernanda: Mas ainda bem que achou - resmungou sobre o peso das sacolas - me ajuda aqui.

Ajudei ela e fomos pra casa, nem fiz nada pra comer, só tomei banho e cai na cama cansada demais!

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FEITICEIRA (Romance safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora