cap 87

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Nathalia
(1 mês depois)

Sextou! E isso pra mim não quer dizer nada, não tem aula, a única coisa de diferente.

Mas eu queria sair com as crianças, uma preguiça de ficar em casa, quero ir em algum lugar.

Subi a ladeira, pensando em qual lugar, eu poderia chamar a Nega pra ir, estava viajando real, até uma voz conhecida vim falar comigo.

Pai da Nathalia: Oi filha - olhei pra ele debochada e continuei andando - calma eu só quero conversar.

Olhei pra ele de ponta a ponta, ele tinha mudado, estava usando roupa nova, não tinha cheiro ruim algum.

Saiu uma história por ai, que ele tinha se mandado daqui, ido embora, eu e minha mãe nem ligou pra isso, mas eu tô impressionada que ele ainda está tendo esse coragem, de voltar aqui.

Nathalia: Fala, o que tu quer? - cruzei os braços olhando pra ele - adianta, tenho filhos pra cuida e acabei de chegar do trabalho.

Pai da Nathalia: A gente pode conversar em um lugar mas reservado? - neguei - tem muita gente olhando, bora na cantina.

Relutei um pouco, mas acabei aceitando, neguei antes, porque eu achei que ele ia querer me tirar do morro, aí não

- Aí! - olhamos pra trás, vendo um cara que trabalha pra nega - tá tudo certo aqui patroa? - encarou o homem que me criou.

Nathalia: Tá sim - assenti - pode deixar que eu aviso a nega - falei assim que vi ele pegando o radinho - precisa disso não - ele concordou contra gosto.

No caminho pra cantina, avisei a Raissa, eu não tenho que avisar ela de cada passo meu, mas não dá pra confiar nesse cara, ela não gostou muito não, falou pra eu ir pra casa, mas eu nem visualizei.

Chegamos lá, e estava cheio, ele sugeriu outro lugar, mas eu não quis, tá ótimo aqui! Sentamos em uma mesa mais no canto, assim que um casal saiu e esperamos alguém vim atender a gente, até então, ninguém falava nada.

Nathalia: Desenbucha, eu não tenho todo tempo do mundo, já falei - deixei meu celular encima da mesa.

Pai da Nathalia: Eu não sei nem por onde começar - respirou fundo.

Nathalia: Deveria começar me pedindo desculpas né, não só a mim, mas também a minha mãe - falei firme.

Pai da Nathalia: Eu sei - abaixou a cabeça - nada que eu fiz foi certo, hoje eu reconheço isso.

Ele ia falar mais, só que um menino chegou pra anotar os pedidos, nem pedimos nada demais, eu estava querendo saber, o que ele tinha pra falar.

Pai da Nathalia: depois daquele dia, que eu tentei procurar vocês, eu fiquei morando na rua mesmo, não sai do morro, mas me escondia, minha cabeça de drogado, falava que sua mulher, ia me bater - assenti.

Nathalia: Se você me procurasse, ia mesmo - ele concordou.

Pai da Nathalia: Eu não fiquei aqui muito tempo, mas fiquei tempo o suficiente, sem beber e usar droga, pra ver o quanto, você e sua mãe, estavam bem sem mim. Depois disso eu fui embora, fui pra casa de uns parentes meus, lá eu ouvi um monte e apanhei também, todos gostavam da sua mãe.

FEITICEIRA (Romance safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora