cap 43

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Nathalia Prado

Onde é que eu tô? Eu tô perdida, em um quarto desconhecido.

Ariel: Tá bem aí? - apareceu no quarto só de cueca e top - ou! Tô falando contigo!

Nathalia: O que eu tô fazendo na sua casa - parei pra pensar um pouco e arregalei os olhos.

Ariel: Ia acontecer isso aí que você tá pensando pô - sentei na cama - mas apesar de muita coisa que eu faço de errado, eu não aproveitei que você estava bêbada - fiz um coque e respirei fundo - tu capotou no carro, eu não ia te levar na sua casa, tava muito tarde, então só botei você nessa cama.

Nathalia: E porque eu to com suas roupas? - ela começou a se trocar.

Ariel: Passou só uns minutos que eu tinha te colocado pra dormi, você virou pro lado e começou a vomitar, tive que te trocar.

Nathalia: Obrigada de verdade, eu não sei nem o que eu tava fazendo ontem - ela deu um jóia com a mão - sabe que horas são?

Ariel: Vai dar umas três horas da tarde já - pulei da cama.

Nathalia: Obrigada aí Ariel, de verdade, e desculpa por ontem, mas eu tenho que ir.

Ariel: Tranquilo, suas coisas estão encima da estante - acenei com a cabeça e sai do quarto.

Nunca agradeci tanto por ter ido de chinelo slide pra algum lugar.

Peguei minha coisas, guardei tudo no peito e parti pra casa.

Fernanda deve tá puta comigo, final de semana que vem é o chá de Bebê dela, e combinamos de ir hoje no centro comprar as coisas.

O combinado era bem mais cedo, ela vai me xingar todinha, ainda mais agora que tá perto do dia e ela tá toda estressada.

Abri a porta de casa cheia de receio, estava ela andando de um lado pro outro e minha mãe sentada inquieta.

Nathalia: Oi gente - chamei a atenção delas.

Fernanda: Onde você tava garota? - veio mais pra perto de mim.

Nathalia: Tava por aí - ela me olhou desconfiada, mas entendeu que eu só não falei mais, por causa da minha mãe - agora vamos lá no centro, olha a hora que é.

Fernanda: Eu só não te mato porque você ainda é útil, tu sabe que eu não gosto de ir essa hora - foi sentar no sofá - eu demoro muito pra escolher as coisas.

Nathalia: Deixa disso e vamo lá agora, eu não vou ter outro dia não, eu estudo ainda viu.

Depois de eu amolar muito ela, a bixa aceitou, mas custou viu.

Nathalia: Bora mãe com a gente - ela negou - vai só ficar dentro de casa mesmo?

Fernanda: Dessa vez tenho que concordar com ela, tuas marcas já sumiu tudinho, bota uma roupa confortável e vamo com a gente.

Mãe da Nathalia: Então me espera aí, eu vou colocar uma roupa - confirmamos e ela subiu.

Fernanda: Agora me diz, aonde você tava?

Nathalia: Lá na Ariel, tava bêbada ontem, nem lembro das coisas - ela negou com a cabeça - só acordei com uma roupa dela.

Fernanda: Bebi mais Nathalia - ficou gastando e minha mãe apareceu na sala, muito tempo depois, demorou viu.

Mãe da Nathalia: Vamo gente - cabelo lavado tá, de batom, isso é só pra ir no centro - que foi? Tá feio?

Fernanda: Tá linda, só tamo um pouco surpresa - concordei.

Saímos de casa, já pedindo o 99, dessa vez teve até promoção de tanto eu pedi, mereço né?

Foi só o tempo da gente descer, pra ponta da favela, pra ela chegar.

A motorista deixou colocar música, e até ela foi rindo, muita bagunça, eu e a Nanda parecendo duas crianças.

A gente não fez amizade com ela não né? Pegamos o número dela, vai vim buscar a gente.

Nathalia: Adorei ela - já estavamos chegando perto das lojas - pelo menos não é que nem aqueles motorista chato.

Fernanda: olha só isso aquilo ali - apontou pra loja de roupinha de neném.

A coisa mais linda, útero coçou, fizemos a festa, compramos várias roupinhas pra ela, vai ser muito mimada essa garota.

Mas nem pode gastar o tanto que a gente queria, a intenção de vim aqui foi outra, as coisa pro chá.

Minha mãe até se soltou quando chegamos no lugar de festa, ela sempre gostou dessas coisas.

Ali dentro a gente faliu real, tudo caro, coloquei tudo o que ela tinha de direito, tentei né, ainda não tô rica.

Fernanda: Acho que já tá bom né? - minha mãe concordou.

Faltou sim algumas coisas, mas nós compramos os principais e é isso que importa, compramos a meio-dia das coisas que a organizadora pediu.

Sai do local, já estava era de noite, nós morrendo de fome, cansadas e com o monte de sacola.

Nathalia: Vamo ali comer? - apontei pro restaurante - ir embora com essa fome ué eu tô é a pior.

Fernanda: Ainda, tô morrendo de fome - já foi indo na frente.

Um monte de gente olhando pra nossa cara, também três locas de sacola na mão.

Nem ligo também, estamo no centro meu povo, os outros querem o que?

Comemos viu, enchemos o buxo, não estávamos nem conseguindo levantar direito.

Nathalia: Tem certeza que não querem mais nada? - elas confirmaram.

Paguei a conta e a Nanda já foi ligando pra mulher do 99.

Chegou rapidinho, ela disse que estava trabalhando por aqui perto.

Alguém avisa que essa mulher é perfeita?
Deixou a gente na porta de casa, só não paguei a mais, porque não tinha dinheiro.

Mãe da Nathalia: Tô cansada em, pega água pra mim Nathalia - olhei com cara de cansada pra ela.

Fernanda: Já pega pra mim - folgada!


Fizemos o básico, em arrumamos nada, deixamos só no cantinho e capotamos.

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FEITICEIRA (Romance safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora