A INTROVERTIDA ISABELLE BRITES

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CINCO DE MARÇO DE 2005

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CINCO DE MARÇO DE 2005

Descobri que Thomas, na verdade, era quase meu vizinho quatro dias depois que nos conhecemos na escola. A rua que morava era imensa, e dois quarteirões à frente estava a casa de sua família. Confesso que não conhecia muito dos vizinhos pois a maioria não tinha filhos, então não saber que ele estava ali a alguns dias não era mais do que comum.

— Oi, Isabelle! — Ouvi sua voz e me espantei ao me virar e dar de cara com ele perto da cerca baixa da minha residência. Uma mulher loura e bem alta estava andando ao seu lado. Ela era muito parecida com ele.

— Oi. — Olhei dele para ela, depois dela para ele num segundo só. — O que faz aqui?
— Eu moro ali — apontou com o dedo para uma casa que dobrava pequenina e verde na esquina —, aí estava indo para o ponto pegar o ônibus da escola e vi você.

— Ah, entendi.

— Esta é a minha mãe. — Ele apontou para ela. — Mãe, essa é a menina da escola que eu fiz o trabalho. É por causa dela que eu tirei dez. Ela é muito inteligente.

Senti o rosto corar com a menção e o sorriso tão dócil daquela senhora quanto o do seu filho.

— É um prazer te conhecer, Isabelle. — Fiquei um tanto confusa, mas tentei sorrir. A senhora parecia simpática e tão cheia de energia quanto seu filho.

— Olá? — Ouvi a voz da minha mãe ao meu lado se dirigindo para eles.

— Essa é a sua mãe? — Thomas perguntou antes mesmo de qualquer coisa. — Ela parece você.

Balancei a cabeça em positivo.

— E quem são vocês? — mamãe questionou abaixando-se para encará-lo por um momento.

— Eu sou Thomas — ele mesmo se apresentou para ela. — Qual é o seu nome?

— Perdão, meu filho fala demais — a loira justificou rindo.

— Mãe! — Thomas reclamou.

— Sou Suzana — ela se apresentou apertando a mão de mamãe e ignorando o protesto do filho. — Moramos ali na frente e esse pestinha aqui é amiguinho de escola da Isabelle.

— Julienne — mamãe cumprimentou e sorriu também. — Não sabia que tinha feito amiguinhos, Belle.

Dei de ombros. Não sabia se podia considerá-lo um amigo ainda.

— Estão indo para o ponto? — Thomas perguntou e eu fiz que sim. — Vamos juntos? Meu pai costuma me levar pra escola de carro, mas hoje eu quero ir de ônibus com os outros.

Encarei minha mãe por um segundo, logo ela deu um empurrãozinho para eu sair portão afora e seguir do lado dele visivelmente contente por mim.

— Sua mãe é legal — ele disse e eu pensei em como ele deduziu isso com apenas a sua apresentação.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora