PEDIDO DE NAMORO

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"Existem três coisas que nunca mudarão, vou te explicar da menos importante para a maior:

A terceira é que eu vou estar sempre com fome, não importa se eu acabei de comer, eu vou querer qualquer coisa que me ofereça pois nunca saberei quando haverá outra oportunidade de comer aquilo;

A segunda é que não interessa o que eu esteja fazendo, vou parar de fazer no exato minuto que você me chamar, não importa para o que seja, onde você esteja ou o que quer que eu faça, eu vou estar lá;

e isso age diretamente no primeiro fato imutável da minha vida:

Eu te amo, Isabelle. E eu vou amar a cada minuto pelo resto da minha vida, em cada palavra trocada ou até mesmo a cada pequena e boba briga que tivermos.

Feliz Aniversário para a melhor garota do mundo."

— Uma parte da carta de aniversário de Thomas para Isabelle em seu 17° ano.

Ainda faltavam dez minutos para a sessão com a psicóloga acabar

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Ainda faltavam dez minutos para a sessão com a psicóloga acabar. Estaria roubando um pouco de tempo de outra pessoa se continuasse a contar minha história? Bem, talvez sim. Mas a verdade é que eu precisava dizer tudo até a próxima quinta-feira, e ela estava batendo à porta já.

Engoli todo o ar possível e prendi em meus pulmões, deixando-os inflados por algum tempo. Senti as batidas do meu coração se desacelerarem e os músculos do meu corpo relaxar. Ótimo, assim poderia continuar um pouco mais calma.

Dra. Janine aguardava visivelmente ansiosa. A minha história era mesmo um tanto curiosa e eu sabia que tinha elementos que chamavam a atenção, por isso era tão difícil de ser esquecida.

AGOSTO/2012

Naquela mesma noite após me encontrar com Thomas e Beatrice, voltei para casa e me forcei a não deixar todo o ódio que estava impregnado em cada parte do meu corpo extravasar. Aquilo nunca havia acontecido antes! Thomas estava sempre pronto para me ouvir a qualquer hora que eu quisesse, e me senti frustrada por saber que a partir daquele momento não estaria mais. Mesmo ele me dizendo que poderia, deixá-lo livre era o certo a se fazer para continuar com o seu encontro.

Entretanto, cada poro estava arrepiado numa sensação de desapontamento para comigo mesma. Mas era bom para eu entender que não tenho em minhas mãos o controle do que vai acontecer.

Peguei a bolsa, o celular, minhas chaves e sai de casa sem falar nada novamente. Meus pais estavam em seu quarto conversando e rindo de alguma coisa, mas sabiam que eu iria sair com "alguns amigos" naquela noite. Não me perguntavam se eu estava de namoro com alguém porque tinham confiança em mim, e principalmente em Thomas que se encontrava sempre ao meu lado. Se eu dissesse que ia me encontrar com amigos certamente pensavam que ele estava junto.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora