PROVOCAÇÕES

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"A carta de aniversário que eu dei a você pela primeira vez... você ainda tem?"

"Sim, eu tenho todas, por quê?"

"Achei que as jogavam fora depois de ler, mas vi uma delas em cima da sua escrivaninha um dia desses. Eu nunca perguntei se você gosta disso ou se parece coisa de criança agora."

"Por mim você me escreveria uma carta todos os dias."

"Assim deixará de ser especial, não acha?"

"Definitivamente eu me sentiria extraordinariamente especial todos os dias."

— Mensagem entre Thomas e Isabelle sobre as cartas que ela ganhava, contudo, a próxima e última que receberia era a de despedida.

AGOSTO/2012

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AGOSTO/2012

No dia seguinte após o término com Daniel e aquela tentativa desastrosa de conversar com Thomas, eu não sabia se estava me sentindo aliviada ou um pouco mais ansiosa. Julgava estar agindo de forma imatura, mas como obter respostas do que fazer sendo que nem experiência em relacionamentos eu tinha? Uma adolescente de apenas dezessete anos que ainda está descobrindo o seu próprio corpo não tem muita certeza do que é maduro ou não. Às vezes me cobro maturidade em algo que é impossível de se obter sem passar por alguns processos — e possivelmente alguns erros.

Rolo na cama durante toda a manhã daquele domingo e sinto meu dorso um pouco pesado. Meu nariz está congestionado, provavelmente por causa da chuva do dia anterior, e meu estômago revirando. Decido que ficarei ali o máximo que puder fingindo que não existo para o resto do mundo.

Num dado momento, me pego pensando se a noite de Thomas com Beatrice foi boa. Ao menos ele parecia estar se divertindo com ela e, apesar daquela quase desavença entre nós, não creio que isso tenha estragado o resto do seu "passeio".

Decido não pensar nisso mais. Afinal, não era da minha conta. Apesar de ser o meu melhor amigo, ele tinha todo o direito de ter a sua vida privada sem a minha intromissão.

Perto do meio-dia ouço batidas na porta. Mamãe entra mesmo sem a minha resposta e me encontra coberta da cabeça aos pés encolhida em posição fetal.

— Belinha, você está bem? — Toca meu ombro sob a colcha e cutuca levemente ali. — Já está quase na hora do almoço.

Descubro minha cabeça e a vejo sentada ao meu lado com expressão preocupada.

— Não estou com fome.

— Está doente? — questiona colocando a sua mão em minha testa para conferir se está quente. — Não parece estar com febre.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora