BEIJO ROUBADO

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"...Vejo que transformei todos vocês em monstros quando sou obrigado a cantar em grupo no karaokê. Não sabia que minhas atitudes iriam respingar em Elisa também, mas eu nunca, JAMAIS, imaginei que iria aceitar me juntar a vocês para cantar One Direction. Tudo tem limites, Isabelle, mas estou começando a acreditar que nenhum de vocês tem conhecimento disso.

Felizmente tenho o poder de carregar Freddie comigo nessas coisas. Imagina o que os outros irão pensar quando descobrirem que eu e ele sabemos cantar 'Moments' graças a vocês duas?

Feliz aniversário, Isabelle. Eu te amo mesmo você tendo um péssimo gosto musical e me influenciando nisso."

— Uma parte da carta de Thomas para o aniversário de 16 anos de Isabelle reclamando por cantar e conhecer todo o repertório do One Direction, mas jamais reconhecendo que ele também gosta.

Essa era uma das lembranças que Isabelle mais amava.

A quarta feira amanheceu cinza, chuvosa e permaneceu assim pelo resto do tempo, mas esses eram os meus dias preferidos

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A quarta feira amanheceu cinza, chuvosa e permaneceu assim pelo resto do tempo, mas esses eram os meus dias preferidos.

Não havia acontecido nada mais depois do último e-mail que mandei para Thomas. As horas passaram tranquilas, calmas e se eu ficasse um pouco mais concentrada nos inúmeros relatórios que tinha que escrever por mais algum tempo iria mergulhar num mundo onde não tinha consciência da minha própria existência ou história.

Todavia, as cinco e meia chegou e eu precisava novamente ir à psicóloga. Não poderia faltar. Ao mesmo tempo que os dias passavam lentos e maçantes, eles iam depressa e num piscar de olhos eu o veria novamente.

Sentei-me na recepção do consultório que ficava a alguns quarteirões do hospital com um copo de chá que havia comprado na cafeteria ao lado em mãos. Senti o aroma de cidreira quente e deixei que adentrasse em meus sentidos e me acalmasse antes de qualquer coisa.

Meus pensamentos estavam quietos naquele dia. Nada de anormal pairando sobre eles. Constatei que possivelmente fosse pelo fato de estar começando o meu período menstrual e, sempre que isso acontece, é como se um peso enorme feito de tensão que estivesse em minhas costas fosse embora.

— Boa noite, Isabelle — Dra. Janine desejou assim que abriu a porta da sua sala. A recepcionista já não estava por ali.

— Boa noite, Dra. Fletcher.

Sentei-me ao sofá como já era costume. Tomei um gole de chá enquanto ela se acomodava à minha frente.

— Como está hoje? Parece um pouco mais calma do que os dias anteriores.

— Estou tranquila — afirmei contente. — Certamente melhor.

— Fico feliz. Alguma novidade?

— Ao mesmo tempo que sim, nada relevante para os demais ou que faça diferença em suas vidas — dei de ombros. — Bem, pelo menos eu acho.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora