RUA AFORA 🔞

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Thomas:

Isabelle estava encharcada dos pés à cabeça graças àquela ideia cômica de corrermos na chuva até nossas casas após a festa de casamento. Às vezes eu me esqueço do quanto também gosto de vê-la assim, molhada por inteiro, justamente por entender que momentos como este costumam ser memoráveis desde que éramos crianças.

A chuva havia se cessado no instante em que pusemos nossos pés no último quarteirão.

Tudo estava silencioso agora. Os raios e trovões se distanciavam aos poucos, não havia alma viva ali além de nós dois, caminhando de mãos dadas depois de desistirmos de apostar corrida.

De qualquer forma, eu a deixaria ganhar. Se me empenhasse, sabia que o resultado não seria outro além de deixá-la para trás, mas isso nunca aconteceu. Não seria nem um pouco divertido assim. Eu nunca a abandonaria, mesmo que isso me trouxesse algum benefício. E eu sei que ela também não.

Porém, anos de distância nos separaram. Entre idas e vindas, passamos onze anos longe um do outro, e isso me torturou por inteiro em todo esse tempo. Contudo, meu coração nunca, jamais, a deixou. Minha vida estava entrelaçada à dela, entregue e completamente dedicada à ela. Isabelle era meu passado, meu presente e meu futuro.

— Chegamos — ela nota e para em frente ao portão da casa dos seus pais. — Espero que tenha adorado esta caminhada, pois, seu rosto me parece estático em um sorriso largo.

Mal havia percebido isso. Eu estava feliz, incondicionalmente. Não importavam as circunstâncias que nos encontrávamos, desde que ela estivesse ao meu lado, eu ficaria bem.

— Estava pensando em como gosto de vê-la molhada — explico em meio ao calafrio que o vento me causa. — Provoca-me um sentimento terno.

Ela se surpreende.

— A maneira que lida com isso é totalmente diferente da minha, aparentemente — insinua rindo.

— Não estou pensando em malícia! — exclamo entendendo o seu olhar sugestivo.

— Ah, não? — provoca um pouco resiliente. — Então, por que sempre acabamos encharcados depois de fazer amor? Ou antes? Ou durante?

Paro para pensar em uma resposta que fazia sentido.

— Por que você é uma sereia que me seduz? — brinco. — Quando percebo, estamos assim, juntos em baixo d'água. Não foi exatamente você quem quis andar em meio ao temporal agora?

Isabelle franze o cenho.

— Admita logo seus fetiches, Thomas Edward Gale. Eu apenas os aceito.

— Tudo bem, então, tire imediatamente a sua roupa.

— Aqui? — Ela se assusta e olha para os lados. — Estamos no meio da rua.

Dou uma risada quando percebo que levou a sério.

— Não lhe parece uma boa ideia? — Aperto um pouco mais a sua mão e beijo o seu dorso, sabendo que se eu realmente quisesse isso, ela viria comigo.

Isabelle continua a olhar para os lados observando cada lugar com atenção.

— Tudo bem, mas se tiver câmera em alguma casa, nós estamos ferrados! – Aceita puxando-me para si até que eu a abrace.

— Louca! Você realmente aprovou essa ideia?

— Não sei porque se surpreende, eu sempre fiz todas as loucuras que você me induziu.

— Algumas loucuras vieram de você, não sei se se lembra disso — informo. — Porém, apesar de tudo, não achei que iria aceitar. Talvez estejamos velhos demais para essas atitudes adolescentes.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora