PAIXÃO E COMODISMO

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"Não existe ninguém no mundo que eu ame mais do que você, mas eu sei que precisa de espaço para se descobrir sozinha. Sou um impulso às vezes, uma mão que a segura nos primeiros passos e, por mais que queira participar de todos os momentos importantes da sua vida, eu sei que não posso. E está tudo bem. Apenas me diga quando devo parar de ser tão intrometido e prometo que não irei me magoar.

Eu te amo, Isabelle, e sei que aquele idiota do Daniel provavelmente também ama."

— Mensagem mandada por Thomas para Isabelle quando estava chateado por ter sido trocado numa noite em que estavam juntos e Daniel a levou consigo para jantar.

— Você não desconfiou desse momento? — Dra

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— Você não desconfiou desse momento? — Dra. Fletcher questionou após falar sobre aquela tarde significativa em que eu e meu melhor amigo quase nos beijamos outra vez. — Quer dizer, era óbvio que ele estava dando em cima de você.

Deixei um riso sair da garganta com esta suposição.

— É — admiti enquanto lembrava-me das suas expressões naquele momento. — Eu entendi o seu recado muito bem, ele não precisava completar aquela frase para eu saber. A verdade é que eu sempre achei que Thomas quisesse transar comigo. Principalmente depois do beijo. Mas, eu sempre imaginei que fosse como uma curiosidade de adolescente, uma vontade que cresce com a convivência constante e não uma paixão. Afinal, ele é homem e eu tenho a impressão de que homens tendem a desejar isso com mais frequência e mais cedo do que mulheres.

— Considerou ter uma amizade colorida com ele? — ela quis saber, surpresa com minha conclusão.

— Não exatamente, mas eu nunca descartei que aquilo pudesse acontecer. Afinal, estávamos constantemente a sós — confessei sentindo meu rosto ficar levemente quente com as lembranças. — E nós conversávamos sobre sexo às vezes, não necessariamente de modo pessoal, mas no geral. Uso de anticoncepcionais, período menstrual, mudanças no corpo, etc. tornando essa possibilidade muito maior de ocorrer caso a curiosidade apontasse junto ao desejo.

— Não tinha medo de estragar a amizade de vocês dois, caso acontecesse algo? Dar um beijo é muito mais fácil de ser ignorado depois e fingir que não aconteceu, mas sexo é outra história.

Dei de ombros.

— Não, eu sempre confiei na amizade que tinha com ele — admiti me sentindo absurdamente estúpida. — Mas, claro, nunca demonstrei nada e nem conversamos a respeito.

— Entendo. — Ela me encarava curiosa como a maioria do tempo nessa sessão em particular — Mas você, no seu íntimo, se sentia atraída por ele a ponto de querer? Chegou a algum dia desejar tocar em Thomas e ir adiante no âmbito sexual? Ou encarava isso como algo fatídico por ser cômodo e fácil, como o seu primeiro beijo?

— Acha que o beijei por ser mais fácil?

— Analisando a situação por inteiro e de acordo com suas próprias palavras, sim — ela concluiu. — Veja bem, Isabelle, você queria uma experiência legal, que se sentisse confortável e a rendesse uma boa lembrança com uma pessoa que pudesse confiar. Não digo que o que fez foi errado, pelo contrário, acho que foi delicado e a decisão correta. Porém, era o mais fácil. Você, nesse cenário, tem um amigo agradável e que faz tudo por ti, tornando a sua vida descomplicada em todos os momentos que ele conseguia. Um amor de pessoa, diga-se de passagem, que além do mais guarda seus segredos e compartilha os dele contigo. Era perfeito para a ocasião.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora