RESSACA

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"Então, se eu te amo 

Seria apenas você

Então, quando eu te toco

Eu posso confiar em você?

Eu posso confiar em você, amor?"

— True Colors — The Weeknd

— True Colors — The Weeknd

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A minha cabeça parecia querer explodir.

A primeira coisa de que percebo ao acordar, era que alguma coisa estava estupidamente errada.

Remexo nos lençóis e noto que ainda estou com aquele vestido vermelho e desconfortável que estava apertando absurdamente a minha cintura. Minha visão demorou cerca de cinco minutos para conseguir focar em alguma coisa, mas a claridade vinda da janela quase me faz desejar ficar cega por uns tempos. Inferno! O que estava se passando pela minha cabeça quando decidi que era um bom momento para encher a cara? Era óbvio que não era. Nunca é, mesmo que você esteja se sentindo no fundo do poço e busque conforto no álcool.

Meu mundo inteiro parece rodar. Tampo meus olhos com as palmas das mãos e controlo a respiração. A luz direta quase me fez vomitar.

Eu sabia que devia estar num estado deprimente, mas não consigo fazer mais nada pelos próximos dez minutos a não ser inspirar e expirar para ver se controlo aquela sensação horrível de que estou prestes a entrar em colapso. Quando percebo que a ânsia passou, vou abrindo os olhos aos poucos e tento me sentar.

Só então noto que estou no apartamento de Daniel.

O que diabos estava fazendo ali? Aliás, como cheguei até aqui, se o meu plano inicial seria voltar com meus pais para casa?

Vou até onde a luz do sol adentra pelo cômodo e fecho a pesada cortina cor de creme. Depois disso, praticamente arranco meu vestido fora ficando apenas de calcinha, notando que uma parte do meu corpo está marcado pelas lantejoulas espalhadas por ele.

— Daniel? — O meu grito se assemelhou a um miado de gato. Minha voz parecia estar encontrando dificuldades para sair, a garanta arranhada e um pouco dolorida.

Dou uns passos pelo cômodo e procuro alguma coisa que sugerisse que ele estivesse por ali. Talvez tenha voltado mais cedo e ido ao chá me encontrar e me trouxe para cá depois?

Mas não há nada que sugere isso. Vou até o banheiro, à sala, cozinha, varanda e não o encontro. Bem, pelo menos percebo que estava errada.

Sento-me no sofá e tento pensar um pouco com mais calma, mas minha cabeça continua a girar como se acompanhasse os movimentos da terra. Meu estômago embrulha novamente e corro até o banheiro prestes a fazer aquilo que mais odeio.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora