VIDA DUPLA - PARTE II

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"...esse é o segundo ano que escrevo para você sem saber onde está. O pior de tudo é achar que não está mais entre nós, que sua vida e eu não estava por perto.

Ainda assim, mesmo com todo esse tempo sem notícias suas, eu sigo esperando por você. Acho que continuarei a esperar mesmo que nunca mais o veja em minha vida.

Eu te amo, Thomas. Espero que seu aniversário esteja sendo bom. E espero que esteja bem, que consiga se lembrar de mim da mesma maneira que penso em você."

— Um pedaço da carta de aniversário de 19 anos escrito para Thomas.

Naquela noite, passei parte do meu tempo conversando com Théo e Anastácia por chamada de vídeo após voltar ao hospital e entregar os pertences de Giselle pedidos por Thomas

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Naquela noite, passei parte do meu tempo conversando com Théo e Anastácia por chamada de vídeo após voltar ao hospital e entregar os pertences de Giselle pedidos por Thomas. 

O que me preocupava era como Thomas iria processar aquilo. Como conseguiria trabalhar e cuidar das pessoas ao mesmo tempo que precisava se dedicar à Giselle? Isso me doía a ponto de não ter mais dúvidas do que deveria fazer.

Eu iria pedir demissão do meu emprego no dia seguinte. E faria isso não por causa da exigência de Daniel, mas para poder ajudar a cuidar de Giselle enquanto pudesse.

Sabia que não tinha muito tempo mais. Talvez conseguisse, de alguma forma, convencer Daniel a me deixar na casa dos meus pais exatamente do jeito que pedi anteriormente até o dia do casamento.

Ao mesmo tempo não poderia deixar claro que queria isso para ficar com a irmã de Thomas enquanto estivesse no hospital.

Entretanto, era tudo o que eu podia fazer nesse instante.

Passei o resto da noite na casa de Thomas organizando-a e mamãe apareceu mais tarde para abastecer a sua geladeira com algumas comidas prontas. Sei que, nesse estado, ele não teria tempo sequer de pensar em fazer alguma coisa com relação a isso.

Não estava muito bagunçado. Porém, seria bom para ele chegar e ter um ambiente limpo e não ter que se preocupar com coisas banais como esta.

Até o momento em que sai de lá, ele não havia chegado.

Na manhã seguinte, pedi um momento com o doutor Hernandez para pedir a minha demissão, que se sentiu parcialmente triste com esta notícia, mas não surpreso. Ele sabia das condições de Thomas e provavelmente sabia do meu envolvimento com ele. Não era surpresa para ninguém desde o espetáculo.

Pediu que escolhesse alguém no time de colaboradores que pudesse ficar no meu lugar. Haviam algumas garotas que há muito trabalhavam no hospital e eram competentes na área, e a política de crescimento profissional na empresa tinha como plano de carreira estimular seus funcionários na área de atuação e estar sempre atualizados e prontos para serem promovidos. Foi exatamente assim que havia conseguido chegar onde estou.

Fizemos um bom acordo de dispensa e ele me liberou com a condição que ficasse apenas por algumas horas naquela semana para treinar a outra funcionária. Apesar de ser eu a pedir demissão, Dr. Hernandez fora justo e reconhecia meu trabalho e os constantes sacrifícios que fazia com relação ao meu cargo, entendendo que muitas das vezes colocava assuntos importantes em minhas mãos e confiava em mim.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora