SEJA BEM-VINDO

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"Ferido, ferido, ferido e triste
Me bata até eu ficar inconsciente
Diga ao diabo que mandei lembranças quando você voltar pro lugar de onde veio
Mulher louca, mulher ruim, é isso que você é"

— Grenade — Bruno Mars

— Eu vou te matar, Thomas! — gritei novamente prestes a cumprir esse desejo insano que brotou dentro de mim

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— Eu vou te matar, Thomas! — gritei novamente prestes a cumprir esse desejo insano que brotou dentro de mim.

Thomas se assustou e deu dois passos para trás.

— Como é? — Colocou uma mão na frente assim que percebeu o cabo de vassoura parado na minha. — Isabelle, você enlouqueceu?

Senti uma fúria crescer ainda mais ao ouvir essa pergunta. Como ele poderia questionar aquilo sabendo de todo o tempo consumido entre nós dois? Loucura não era nada comparado ao que sentia neste instante, mas uma boa perspectiva do que estava prestes a acontecer.

— Se eu enlouqueci? — repeti em voz alta e me aproximei novamente. — Talvez eu tenha enlouquecido, e daí?

Thomas tomou a dianteira e tentava fazer dos braços o seu escudo.

— Espera, vamos conversar! — ele berra antes que eu tente algo contra.

— Ah, agora você quer conversar? — esbravejo cheia de rancor. — É tarde demais para isso, eu sequer desejo ouvir a sua voz. — Avanço contra ele decidida a atingi-lo.

Sei que tenho sangue nos olhos e isso o assusta ainda mais.

Thomas desvia de mim e quase bate na parede do vizinho com suas costas. Outro raio corta os céus tão forte quanto minha cólera. 

O cabo de vassoura atinge ao seu lado, mas não o fere. Infelizmente a minha visão estava prejudicada graças às gotas grossas da chuva.

— Bel, pare pelo amor de Deus! — Ele coloca suas duas mãos no cabo e depois solta quando puxo de volta. — Vamos conversar!

— Não — dou um berro tão alto que até mesmo o trovão pareceu um miado —, não me chame de Bel! Seu filho de uma puta desgraçado!

— Isabelle! — papai se aproxima e eu mal percebo, apenas ouço o som da sua voz quase ao meu lado. — Solta essa vassoura!

— Fique fora disso, pai! — peço sem desviar meus olhos de Thomas.

Ele permanece à minha frente incrédulo com o que estava acontecendo, evidentemente até mesmo eu estava. Porém, aquilo iria terminar ali, naquela mesma noite, e nós nunca mais iríamos falar um com o outro nada além do necessário.

— Você está maluca? — papai grita e ouço seus passos atrás de mim. Volto-me para ele, fitando um a um naquele instante pronta para não deixar Thomas escapar.

— Estou — reconheço. — Eu estou e não me importo. Apenas vou acabar com a raça desse desgraçado!

Thomas se distancia e vai em direção ao seu portão sem dar as costas.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora