O ACAMPAMENTO - PARTE II

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"Você já sonhou comigo alguma vez? Por que isso aconteceu ontem e eu acordei achando que a gente realmente estava numa praia de areia rosa repleta de coqueiros que ao invés de coco tinha bolinhos de canela pendurados."

— Pergunta de Thomas para Isabelle pouco tempo depois de se conhecerem.

Uma hora mais tarde eu remexi em meu assento e senti Thomas ainda acariciando meus cabelos

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Uma hora mais tarde eu remexi em meu assento e senti Thomas ainda acariciando meus cabelos. Não sei como ele conseguia ficar tanto tempo assim, mas se o ônibus não tivesse dado um tranco tão forte, com toda a certeza não teria despertado de vez.

— Merda, quem não tem medo de morrer é a quinta série, a gente quer chegar lá são e salvo — Thomas disse em voz alta depois de estabilizarmos.

O resto dos alunos despertaram em conjunto e começaram a rir e reclamar do chacoalho.

— Foi só um buraco, gente. Tão grande quanto a cratera do estômago de vocês, mas o pneu não estourou, não se preocupem — professor Arthur esclareceu. — Thomas, se você quiser ir em outro transporte eu agradeceria muito. E leve Freddie com você.

— Tá expulsando a gente por quê? — Ele riu.

— Serem chatos e tagarelas — o professor respondeu lá na frente dos assentos rindo junto a ele.

— Nesse caso, você teria que vir junto — Thomas revidou.

— Eu não responderia assim quem tem o poder de te dar uma bomba no fim do ano...

— Você deveria ser menos apaixonado por nós dois, Arthur, o resto da turma fica com ciúmes —  Freddie provocou. 

— Que susto — disse baixinho apenas para Thomas ouvir ignorando a nova discussão entre o professor e Freddie.

— Você estava dormindo feito um anjinho.

— Estava nem me lembrando de que viajávamos. Acho que a noite de sono não foi suficiente.

— Deite-se aqui de novo — ofereceu abrindo os braços. Me aconcheguei nele estupidamente feliz por isso. — Quer o fone de ouvido?

— Não — rejeitei afundando o rosto em seu tronco. — Você não quer dormir? Parece que nem cochilou até agora.

— Não consigo dormir em viagens — enfatizou e eu me surpreendi com aquela informação. — Mesmo longas é muito difícil. Acho que o balanço não ajuda muito.

— E vai ficar sem fazer nada até chegarmos? 

— Vou continuar te olhando adormecer.

Dei uma risada e me afastei dele.

— Acho que isso deve ser a coisa mais deprimente que você possa fazer. Ninguém parece decente enquanto está dormindo. Aposto que eu fico igual a uma assombração que morreu de susto com a boca aberta.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora