O FIM ANTES DO INÍCIO

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"Se você pula, eu pulo, lembra?"

"Thomas, você tirou essa frase do filme Titanic."

"Sim, mas ela combina perfeitamente com nós dois, porquê estamos sempre confiando no próximo passo um do outro."

"Isso pode dar um problemão daqueles!"

"Se der, ao menos estou ao seu lado, prometo segurar o seu cabelo caso queira vomitar."

— Diálogo entre Isabelle e Thomas na noite em que os dois resolveram colocar o primeiro gole de bebida alcóolica em suas bocas morrendo de medo de seus pais descobrirem e imaginando o quão bêbados ficariam apenas com um copo de cerveja.

— Diálogo entre Isabelle e Thomas na noite em que os dois resolveram colocar o primeiro gole de bebida alcóolica em suas bocas morrendo de medo de seus pais descobrirem e imaginando o quão bêbados ficariam apenas com um copo de cerveja

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Sinto meu coração descompassado deixando aquela informação saindo da boca para fora. Eu estava mesmo gostando de Thomas ou era apenas uma violenta e repentina atração sexual? Possivelmente a segunda resposta, contudo, preferia não dizer isso neste instante.

Daniel me fita assustado. Seus olhos estão quase negros agora, faiscando num fulgor incandescente que se aprofundava na medida que ele absorvia aquela informação. Sabia que não era aquilo que ele esperava, contudo, eu precisava ser leal a mim mesma antes que desse mais um passo nessa relação que foi se acomodando aos poucos.

— Quem...? — ele tenta exprimir, mas sua voz falha e engole em seco. Fecha os olhos e parece sentir dor ao fazê-lo. Sinto um pouco de pena, sei que não é fácil ouvir da boca da pessoa que você está apaixonado que não é correspondido. — Não, não precisa dizer — consegue completar após um breve instante de raciocínio.

Sinto meu corpo, que estava travado, querer dar um impulso naquele sofá e sair correndo dali. Era o que eu fazia quando me encontrava em situações desesperadoras na qual não tivesse Thomas por perto. Normalmente a sua presença era o suficiente para conseguir ficar, porém, naquela noite eu precisava ser madura o bastante por mim mesma.

Daniel sabia que se tratava de Thomas, e eu queria corrigi-lo apenas para não dar o gosto dele se sentir com razão. Sempre sentiu ciúmes do meu melhor amigo, sempre deixou aquilo estupidamente claro para mim e agora eu estava entregando de bandeja o quão correto ele estava.

Era evidente que ele estava certo apenas em partes. Nem tudo sobre isso é totalmente verdade.

Eu não estava gostando dele, sequer achava que estava apaixonada. Eu o amava como amigo e estive momentaneamente "atraída" em tempos diferentes e em situações que nada tem a ver com essa. Agora creio que as coisas se resumem a estúpida atração puramente sexual que estou sentindo.

Pelo menos é o que eu acho. Me sinto tão confusa em relação a isso quanto no dia em que ele disse que éramos amigos pela primeira vez sem ao menos conhecê-lo direito.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora