A PRIMEIRA RESPOSTA DEPOIS DE OITO ANOS

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"... Isabelle, eu juro que da próxima vez que tivermos que fazer teatro na escola e você me vestir de algum outro personagem da Disney, eu pulo de uma ponte! Sei que eu disse que a apoiaria em tudo nessa vida e eu vou continuar assim, então é por isso que ao invés de te dizer não eu prefiro a morte. Contudo, saiba que não gostaram nada de me ver vestido de Aladdin. Olha a minha cor da próxima vez que inventar de ser alguma princesa e quiser me carregar junto nesta história.

Eu te amo, Isabelle, lembre-se disso todos os dias da sua vida mesmo depois de ser feito de idiota e ter passado a primeira vergonha ao seu lado no qual a culpa é totalmente sua.

De: seu Aladdin

Para: minha Jasmine.

P.S. Eu fui culpado de apropriação cultural pela professora de artes depois disso."

— Um pedaço da carta de Thomas para Isabelle para o seu 15° aniversário reclamando de ter passado seu primeiro vexame sem que fosse ele o culpado dois dias depois do teatro da escola. 

PRESENTE

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PRESENTE

— Os seus pais não viram vocês dois? — Dra. Janine interrompeu-me após dizer que eles haviam chegado quase no exato momento que nos beijamos.

— Não. Como disse, estava tudo apagado, estávamos iluminados apenas pela luz do luar e sequer chegaram a olhar para o jardim. Também não abriram a porta da cozinha quando chegaram. Thomas e eu tentamos não fazer barulho e ele foi embora.

A psicóloga me encarava com olhar travesso. Me senti envergonhada após isso.

— E depois? 

— Como assim? — questionei sem entender de qual parte ela queria saber.

— Vocês não conversaram sobre o que aquele beijo significava? — Janine se remexeu em sua poltrona e elevou seu tronco um pouco para frente. — Seria natural se ele dissesse nessa época que era apaixonado por você, afinal, estava ficando cada vez mais claro.

Dei de ombros e analisei toda a história por um instante.

— Não estava claro para mim, se quer saber. Eu juro que nunca notei. Quer dizer, talvez cheguei a imaginar que ele sentia vontade de experimentar algumas coisas comigo depois, mas não achei que passava disso.

Terminei de tomar a água que estava em minhas mãos e comecei a rasgar o copo de plástico sem notar o quão irritante aquilo costumava ser. Eram atos de nervosismo impossíveis de se perceber quando a mente se torna o foco da atenção e o corpo passa a reagir sozinho.

— Então, vocês não conversaram sobre isso? 

— Não. Nenhuma palavra — confirmei um pouco abalada.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora