NOSSO MUNDO COR-DE-ROSA

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Foram apresentados nesta noite de sábado, no último dia da festa de aniversário da cidade, dois novos cantores da estimada banda do produtor cultural e musical, Ramon Pérez. Em contrapartida dos últimos dois anos, que tinha Francine Mattos e Dionísio Boaventura no vocal, o tema desse ano "Amar no Adeus" pareceu abrilhantar um pouco mais nas vozes do médico e pianista, Thomas Gale, e da gerente de Recursos Humanos, Isabelle Brites. Amigos de infância — fontes colhidas com alguns dos expectadores do show —, o clima entre os dois não poderia parecer mais perfeito e fluiu tão confortavelmente bem que deixou o público de boca aberta em tantos momentos que é quase impossível descobrir qual o favorito da plateia. Mas, aqui vai uma pesquisa básica: qual das músicas interpretadas pelo novo casal queridinho da cidade foi mais emocionante? Clique no link da sua favorita e não deixe de conferir amanhã, no horário do almoço sintonizado no canal 1, alguns trechos desse belíssimo espetáculo.

— Pesquisa do jornal da cidade após o término do show para escolher a melhor apresentação entre Thomas e Isabelle


Havia um breu estúpido e cegante pela falta de brilho da lua que, naquele momento, desapareceu

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Havia um breu estúpido e cegante pela falta de brilho da lua que, naquele momento, desapareceu. Olhei para o céu por alguns segundos antes de tomar o rumo da minha casa tentando afastar o mau pressentimento daquela última conversa com Daniel. Quando toquei em meu dedo onde o anel de noivado havia sido depositado meses atrás, senti que um peso enorme havia saído dali e também das minhas costas.

Não havia claridade, tampouco parecia que iria chover. Ao menos isso. Eu estava cansada de longas tempestades que sempre pareciam querer me levar ao invés de lavar a minha alma.

Ainda assim, o céu não estava claro, exatamente como parte da minha vida que permaneceu obscurecida por longos anos.

Saí da pracinha quando olhei para o relógio e percebi que se passava da meia noite. O tempo não parava e às vezes ficava feliz por isso.

Mas esses momentos eram raros.

Ainda com o enorme vestido negro, cheguei em casa e percebi que havia uma festa como nunca aconteceu antes por lá. Pelo menos trinta pessoas enchiam o jardim enquanto meus pais andavam de um lado para o outro e começavam um churrasco que tinha certeza ser improvisado. Freddie e Thomas haviam saído para comprar bebidas e mais algumas coisas se tivessem sorte de achar algo aberto.

Fui cumprimentada por todos e recebi inúmeros elogios. Quase ninguém sabia que eu cantava e notei que por muito tempo havia escondido aquilo por vergonha. Não era o tipo de pessoa que gostava de ouvir críticas e, na verdade não sei lidar muito bem com elas, principalmente quando vêm de quem não tem a mínima ideia de como fazer. Mas, havia dado cara a tapa desde que Janine me instigou a seguir meus objetivos e sonhos sem medo do que os outros pensariam e cá estou eu extremamente feliz com o resultado.

— E Daniel? — meu pai questiona depois de alguns minutos quando todos finalmente param de falar comigo ao mesmo tempo.

Levanto minha mão para ele e mostro o dedo vazio.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora