O ACAMPAMENTO - PARTE III

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"Estar apaixonado parece ser a coisa mais complicada que pode existir entre duas pessoas que não sentem o mesmo."

— Conversa entre Thomas e Isabelle numa tarde de filme.

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Depois do piquenique na cachoeira, que foi até bem agradável, voltamos para o acampamento exaustos. Passava das cinco e meia da tarde e corremos antes que tudo se tornasse apenas um breu diante nossos olhos.

— Por isso eu acho que da próxima vez não os convidarei mais — Daniel caminhava ao meu lado num papo descontraído enquanto Thomas estava conversando com Freddie no fim da fila. — Gael e Heitor podem ser estúpidos quando querem, eu sinto muito.

— Está tudo bem. Pelo menos não me atrapalhou em nada. Pensei que seria pior, e possivelmente seria caso estivéssemos na cachoeira Central com mais pessoas ao redor.

— Por que sente vergonha disso? — ele questionou olhando-me de cima a baixo. — Você é tão ou mais bela do que as outras.

Coçou a garganta quando percebeu Jéssica e Beatrice olhando para trás.

— Na verdade — Daniel abaixou o tom de voz e diminuiu um pouco o passo —, é muito mais atraente em meu ponto de vista. — Senti um tremor subir pelas pernas quando ouvi essa declaração. — Sei que não sou o único a achar isso.

Daniel olhou para Thomas uns vinte passos atrás e engoliu em seco.

Dei uma risada.

— Tudo isso só por usar um biquíni — raciocinei impressionada com o impacto que causei. — Da próxima vez voltarei com blusa de manga e calça jeans.

— Nem pense numa atrocidade dessas — Danny repreendeu cômico. — Não se prive dessas coisas apenas porque nós ficamos feito uns bocós de boca aberta.

— Daniel, não sei quem é mais exagerado, você ou Thomas.

Daniel endureceu o olhar e perdeu a suavidade em seu rosto.

— Vocês estão juntos? — perguntou um pouco amedrontado e vacilando a voz.

— Mais ou menos.

— O que quer dizer com "mais ou menos"? 

— Bem, não conversamos sobre isso ainda — expliquei um pouco receosa. Eu deveria mesmo contar aquilo para quem me garante estar apaixonado por mim? Não seria impiedoso da minha parte? —, mas, estamos ficando. Começamos depois que ele terminou com a Beatrice.

— Ah. Entendo. Bem, ao menos fez o que é certo.

Fez-se um silêncio constrangedor entre nós dois. Não queria magoá-lo de maneira nenhuma, mas ao mesmo tempo achei melhor contar logo a verdade. Afinal, eu poderia de alguma maneira passar algum fio de esperança para ele que não existia.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora