ENTRE CORTINAS

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"Não consigo dormir mais
Na minha cabeça, nós pertencemos
E eu não posso ficar sem você
Por que não consigo encontrar ninguém como você?"


— Streets — Doja Cat

— Bem, vou tentar resumir um pouco a partir de agora — digo para Janine sentindo-me cansada daquele assunto naquela noite

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— Bem, vou tentar resumir um pouco a partir de agora — digo para Janine sentindo-me cansada daquele assunto naquela noite. Havia passado horas falando sobre isso e sei que a culpa é totalmente minha, já que cheguei aqui implorando para ser ouvida e ajudada, mas estava me sentindo aliviada nessa altura.

— Você não precisa se não quiser — lembra de bom agrado. — Já atropelou esse assunto muitas vezes, creio que deva passar por ele com bastante calma agora.

— Não vou esquecer nada de importante, na verdade a parte depressiva desses anos, creio eu, já estão acomodadas dentro de mim e eu convivo com isso sem me sentir tão mal. A depressão pós trauma foi trabalhada da melhor maneira que consegui, garanto que fiz de tudo para tentar me curar. O problema maior sempre foi a minha história junto a ele e saber que ninguém nunca conseguiu entender o meu desespero justamente por tentar enterrar esse passado a qualquer custo. Além do mais, continuarei a vir depois do dia de amanhã e posso contar as demais coisas ao longo do tempo sem problema nenhum, boa parte deles não envolvem Thomas da mesma maneira que antes.

— Se não voltasse, eu mesma iria atrás da senhorita — Janine ameaça de bom humor e eu não consigo segurar a risada. — Não pense que está curada, pois tem muita coisa aí dentro de você que ainda precisa ser muito bem analisada e discutida. E não estou dizendo apenas sobre Thomas, mas Daniel também.

Eu sabia que aquilo era verdade.

— Essa semana sem ele está sendo difícil — confesso com pesar. — Não gosto de me escorar em nossa relação, mas seria ótimo se estivesse por perto agora. Nunca o cobrei em ser um companheiro que precisa estar presente em tudo, sempre nos demos bastante espaço, porém, neste momento...

— Continue sem fazer isso, ele precisa entender sozinho os instantes que a senhorita precisa dele e os que precisa caminhar com suas próprias pernas — ela lembrou e eu fechei os olhos ao ouvir isso.

— Thomas sabia exatamente esses momentos. — Sinto um ódio crescer dentro de mim ao me recordar disso. — Gostaria de dizer que foi um péssimo relacionamento o que houve entre nós, mas não. E, se ao menos fosse minimamente ruim, eu poderia guardar alguma lembrança que me ajudasse a formar uma imagem desagradável dele às vezes.

Dra. Fletcher deu uma risada.

— Ah, Isabelle, às vezes o amor também nos cega — ela gracejou cheia de mistérios. — Thomas é uma gracinha, vejo pelas fotos que realmente é um cara agradável aos olhos de todos. É amoroso, compreensivo e carinhoso, mas ele é pegajoso e tem problemas de abandono.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora