Chapter 54

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VALENTINE'S DAY

POV MIRANDA





Desperto diversas vezes nas últimas duas horas depois do jantar quando sinto os bebês se remexendo ativos dentro mim. Andrea afirmou que ficaria analisando um de seus processos por algumas hora e logo voltaria pra cama. Porém o lado da cama ainda está vazio. Eu me desacostumei dormir sem ela. Além dos bebês agitados dentro de mim, entre chutes, ou socos, o meu emocional também está me impedindo de adormecer.

Ela e eu mal nos falamos durante o dia. Olho para o relógio da mesinha de cabeceira e percebo que já são quase dez da noite. Jantamos em silêncio três horas atrás.

Sinto sede e percebo que a minha garrafinha está vazia. Com uma dificuldade cada vez maior desço da cama. Visto o robe por cima da minha camisola e saio do quarto. A casa silenciosa. Sigo pelo corredor e vejo Andrea adormecida no sofá com diversas pastas no colo. Óculos de leitura e um rosto pouco sereno para quem está repousando. A beleza de Andrea é desconcertante . Suspiro e me aproximo dela.

— Andrea?

Ela resmunga e se remexe ainda com os olhos fechados. É do seu feitio resmungar quando alguém a acorda.

— Andrea!

Altero um pouco a voz e ela salta assustada olhando ao redor.

— Calma. Sou eu.

— Você...Você está bem?

— Estou. Estamos bem. Vamos pra cama. Está tarde.

Ela remove os óculos e esfrega os olhos. A vejo deixar as pastas de lado e fechar o notebook.

— Vai seguindo para o quarto. Vou buscar água.

— Eu vou.

— Pode ir para o quarto, Andrea. Eu posso ir até a cozinha.

Ela me olha.

— Pode ir, Andrea.

Ela concorda e segue na direção do nosso quarto. Eu sigo para a cozinha. Abro a geladeira e me sinto encantada quando lembro que tem sorvete de nozes. Pego o pote, vou até o armário e pego uma taça. Pego um talher e sigo até a cadeira. Me sento e sirvo uma generosa porção. Na primeira colherada sinto o doce sabor da sobremesa e suspiro aliviada ao notar que o enjoo sumiu.

Continuo consumindo ao mesmo tempo que penso em tudo que tenho vivido no último ano. Minhas boas escolhas e outras nem tanto.

— Ei.

Sou despertada pela voz de Andrea.

— Você demorou. Fiquei preocupada.

Ela olha pra mim e eu empurro um pouco o pote de sorvete pra ela. Ela me olha e concorda. A vejo ir até o armário e pegar uma taça e um talher para ela. Ela serve sua própria porção e senta-se de frente pra mim.

— Como foi a audiência?

Eu questiono. Ela não me olha e suspira.

— O juiz julgou a minha ação improcedente.

Ela confessa em tom baixo.

— Eu lamento muito, Andrea.

Ela concorda em silencio.

— Há algo que algo que pode fazer?

— Sim. Vou preparar a apelação. Mas não quero falar sobre isso.

— Está bem.

A respeito e continuo concentrada com o meu sorvete.

— Miranda?

Valentine's Day G!POnde histórias criam vida. Descubra agora