Chapter 76

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VALENTINE'S DAY

POV MIRANDA


Desperto assustada quando ouço um barulho no corredor. Me levanto apressada e olho para o berço. Apenas Julie está dormindo. Me apresso até o corredor e vejo Andrea seguindo para o seu quarto.

— Andrea?

Ela para, se vira e me olha. Vejo Christopher em seus braços e a mamadeira do nosso filho na mão. Nosso filho está choramingando baixinho.

— Eu deixei a babá eletrônica comigo. Ele estava fazendo barulhinho... Desculpe entrar no quarto. Mas a porta estava aberta e...

— Está tudo bem! É o seu filho. Pode pegá-lo sempre, Andrea.

Ela concorda sorridente e segue para o quarto. Volto para perto de Julie que continua adormecida. Verifico que só tem uma mamadeira. Eu deveria ter feito as novas mamadeiras após o jantar, mas me deitei para cochilar um pouco e acabei adormecendo. Deixo um beijo nas mãozinhas da minha filha e sigo pelo corredor. Passo na frente do quarto de hóspedes e a vejo sentada na cama amamentando nosso garoto. Sorrio para a cena.

Vou seguindo pelo corredor e desço as escadas. Sigo até a cozinha e pego no armário todo o material para a mamadeira e coloco água para ferver. Pego um copo de suco e me sento para esperar a água ficar pronta. Oreo passeia pelos meus pés.

— Eu ouvi dizer que gatos gostam de dormir. Qual é o seu problema? Por que está acordado agora? São quase cinco da manhã.

Ele mia e fica brincando com o laço da minha pantufa.

Sacudo o pé algumas vezes e ele sente que é uma brincadeira. Fica agarrando a minha pantufa, usando as patinhas miúdas. Acho graça com a sua brincadeira boba. Bebo um pouco do suco. Escuto passos vindos do corredor e logo vejo Andrea com o nosso pequeno nos braços.

— Por que não pegou o bebê conforto?— A questiono.

— Não consigo!

Eu tento compreender suas palavras.

— Ele é muito fofo. Não sei me afastar.— Ela diz e olha pra ele. Antes do acidente, Andrea já demonstrava um verdadeiro amor pelos filhos. Sempre querendo mantê-los em seus braços.

— Claro. Eu entendo.

Me levanto e vou até o fogão. Pego a água quente e levo até o balcão.

— O que você vai fazer?

— A mamadeira deles.

— Posso fazer uma pergunta?

— Claro que pode.

— Por que eles não mamam?

Engulo a seco com sua indagação. A minha ginecologista foi clara. Ela disse que o trauma e o estresse foram os grandes vilões que me fizeram parar de produzir leite.

— Eu...Tive um problema e não consigo mais amamentar. Estou sendo medicada.

Respondo sentindo o gosto amargo de cada letra.

— Eu já sabia sobre isso?

Ela questiona um pouco receosa.

— Não. Não sabia, Andrea.

Ficamos em silêncio por alguns instantes. Começo a preparar a mistura num recipiente.

— Você poderia me ensinar, Miranda?

Valentine's Day G!POnde histórias criam vida. Descubra agora